Para o agro brasileiro, os adjetivos são insuficientes, mas a tecnologia é referência mundial

A agropecuária brasileira é referência em diversos aspectos. Falar em produtividade, qualidade, sustentabilidade, tecnicidade, eficiência não é suficiente para definir uma cadeia que representa ao redor de 30% do PIB e ocupa os primeiros lugares entre os fornecedores de alimentos para o mundo, em especial soja, milho, proteína animal, algodão, café entre muitas outras culturas.

A grandiosidade do setor também se reflete nos eventos regionais realizados em todo o País, ao longo do ano, sejam dias de campo, feiras, exposições, leilões, congressos. Nesse contexto, um evento de tecnologia se destaca em âmbito global, constituindo-se o maior da América Latina e um dos principais do mundo. Trata-se da Agrishow, que este ano está em festa, comemorando a 30ª edição.

Feira de tecnologia do agronegócio, a Agrishow é uma vitrine de inovações, instalada em 520 mil metros quadrados, em Ribeirão Preto (SP), onde estão instaladas mais de 800 marcas expositoras brasileiras e estrangeiras, em estandes a céu aberto.

Durante cinco dias, das 8h às 18h, a cadeia do agro se expõe, integra-se e mostra a cerca de 200 mil visitantes (na última edição foram mais de 195 mil) o estado da arte da tecnologia em máquinas, equipamentos, insumos para nutrição de plantas, microtratores para agricultura familiar, soluções em crédito, entre outras inovações e soluções que agregam eficiência, produtividade e sustentabilidade a um setor que é um dos principais pilares da economia brasileira.

Na Agrishow, todos os produtos expostos, independentemente do porte e da destinação, são embalados em muita tecnologia, pesquisa e inovação, além de equipados com inteligência artificial e recursos de automação que proporcionam mais segurança e controle ao produtor rural e que facilitam o avanço da agricultura de precisão e a utilização de técnicas regenerativas que fazem do Brasil referência global em agricultura tropical e na produção de alimentos, fibras e energias renováveis de forma cada vez mais sustentável.

A importância do evento para a cadeia do agro e para o agropecuarista também é comprovada pelo interesse mundial que desperta, atraindo expositores e visitantes de todo o mundo. Nesta edição, mais de 70 países estarão representados, além de empresas expositoras de nações como Espanha, República Tcheca, Índia, Estados Unidos, Colômbia, Holanda e Hong Kong. E, naturalmente, todos em busca de negócios, que no ano passado, terminou com um volume recorde de R$ 13,608 bilhões em intenções de compra, representando aumento de 2,4% em relação a 2023.

João Marchesan, presidente da Agrishow desde 2023 e um dos fundadores da feira, resume o a história desses 30 anos de evento: “Desde o início, a Agrishow tem sido um espaço que reflete e estimula a força do agronegócio brasileiro, com um impacto positivo para as marcas, os produtores e a economia nacional. Os cinco dias de feira são importantes para a geração de muitos negócios e o fortalecimento de conexões entre empresas e produtores por meio da apresentação de inovações tecnológicas e da grande variedade de produtos, serviços e soluções oferecidas. Isso, sem dúvida, mostra a todo o Brasil e a outros países de todo o mundo o quanto podemos fazer sempre mais e melhor pelo setor. Por isso o impacto é tão considerável.”

No mesmo diapasão, Gino Paulucci Júnior, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ, enfatiza a Agrishow, “como um dos maiores eventos do agronegócio mundial”, e reafirma a expressividade da feira ao reforçar “a importância da mecanização agrícola e das inovações tecnológicas para aumentar a produtividade no campo. O Brasil é um dos principais players da agroindústria global, e a mecanização é primordial para garantir maior produtividade, reduzir custos operacionais e promover práticas mais sustentáveis. A conectividade no campo e o uso de inteligência artificial na produção e gestão agrícola são alguns dos aspectos que têm ganhado destaque e mostram como a digitalização está revolucionando o setor.”

Rodadas internacionais

A Agrishow é muito mais do que uma exposição de tecnologias. Ela também serve de palco à promoção de exportações, por exemplo.

A contribuição das exportações do agro brasileiro é significativa, comprovando o interesse do mercado internacional pela capacidade produtiva de alimentos e commodities agrícolas. Em 2024, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram R$ 991,15 bilhões, segundo dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Além disso, de acordo com o Mapa, a cada dois dias, um novo mercado é conquistado para os produtos agropecuários brasileiros.

Durante a feira, é realizada Rodada Internacional de Negócios e ação do Programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria da ABIMAQ com a ApexBrasil para promover as exportações de máquinas e equipamentos, que demonstram como o evento se tornou um espaço estratégico para oportunidades e intercâmbio tecnológico global.

Neste ano, acontece a 23ª edição da Rodada Internacional de Negócios, entre os dias 29 de abril e 1º de maio, no International Visitor Center, e reúne compradores de diversos países interessados em estabelecer contatos comerciais para explorar oportunidades no mercado brasileiro.

A Agrishow – garante Marchesan – consolidou-se como um catalisador de negócios reconhecido internacionalmente, conectando o agronegócio brasileiro às principais demandas do mercado internacional. “Além de ser um espaço de conexão entre produtores e novas tecnologias, o evento reforça a posição do Brasil como referência mundial na produção de alimentos e fibras, além de detentor de tecnologias de ponta, atraindo compradores e investidores de diferentes regiões do mundo”, informa.

Pavilhão italiano: espaço crescente ao longo de 24 anos

Objetivando fortalecer a conexão tecnológica entre o Brasil e a Itália, o Pavilhão Italiano é um dos destaques da Agrishow. Nele são ofertadas soluções que vão desde máquinas agrícolas até tecnologias digitais para otimizar a produção rural. Organizado pela Italian Trade Agency (ITA), agência ligada ao governo italiano, o pavilhão reforça a importância do país europeu como parceiro estratégico do Brasil no fornecimento de tecnologia para o setor.

“A Itália celebra 25 anos de participação ininterrupta na feira, sendo o único país estrangeiro a manter um Pavilhão Internacional desde os primórdios do evento. Esse espaço sempre abrigou empresas italianas que apresentaram e continuam a apresentar o melhor do Made in Italy no segmento de máquinas agrícolas”, afirma Antonio Monge, representante da Agência de Desenvolvimento Econômico da Itália (ICE/ITA).

Atento ao crescimento do setor de hortifruti (HF) no Brasil e às oportunidades que podem surgir para inovação tecnológica, o governo italiano, por meio da ITA, ampliou sua presença na Agrishow. Em 2025, a agência inaugura um novo espaço expositivo de 450m2.

A expressividade da mulher no agro

As mulheres têm ocupado um espaço cada vez maior nas mais diferentes formas de atuação no agro: seja na gestão das propriedades, no dia a dia da fazenda ou como lideranças que estão promovendo importantes transformações.

A Agrishow reconhece a representatividade e garante um espaço exclusivo para as agricultoras e pecuaristas: Agrishow Pra Elas. Como um espaço para networking com mulheres do Brasil todo, em 2025, contará com uma área hands on (expressão em inglês que literalmente significa mãos à obra ou mãos na massa), dedicada a discursos técnicos de mulheres para mulheres.

Nesse ponto de encontro são promovidos bate-papos e trocas de experiência entre mulheres que atuam no agro, visando valorizar e estimular a atuação feminina no setor.

Agrishow 2025 é uma iniciativa das entidades: Abag – Associação Brasileira do Agronegócio, Abimaq – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Anda – Associação Nacional para Difusão de Adubos, Faesp – Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo e SRB – Sociedade Rural Brasileira.