A percepção das indústrias de máquinas e equipamentos agrícolas, quando o assunto é tecnologia, leva em conta o ponto de vista do agricultor. Segundo Pedro Estevão Bastos – presidente CSMIA –, nesse sentido, “toda tecnologia deve trazer algum benefício, citamos agronômico, operacional, meio ambiente e conforto ao operador. Todas elas devem resultar bons retornos no aspecto financeiro, econômico ou de imagem no caso de tecnologias voltadas ao meio ambiente. A compra de maquinário é uma decisão econômica que leva em consideração custo e benefício da nova tecnologia.”
O arsenal tecnológico é bastante vasto, reconhece Bastos, o que “significa que a tecnologia pode evoluir em várias vertentes”. Por isso, inteligência artificial, internet das coisas, big data, machine learning, mineração de dados e plataformas de análise de dados têm ofertado vasto arsenal de tecnologias que podem ser implementadas pelo agricultor.”
As máquinas modernas, sejam de plantio, adubação, pulverização ou colheita, têm hardwares, firmwares e softwares que propiciam a análise em tempo real das operações, do meio ambiente e interação com banco de dados residente nas máquinas ou externos. “Estes algoritmos calculam o melhor procedimento no momento e interferem na operação das máquinas para o melhor desempenho levando em conta as condições de topografia, humidade, temperatura, operações prévias, tipo de solo, tamanho das plantas e população de plantas, entre outras”, detalha Bastos.
Os benefícios resultantes dessas ferramentas são conhecidos, afinal, a tecnologia traz maior eficiência operacional às máquinas, melhoria das práticas agronômicas, uso sustentável de recursos e gestão da fazenda otimizada, fatores que aumentam a produtividade, a sustentabilidade e a rentabilidade, funcionado também como um estímulo para adoção destas tecnologias.
A sustentabilidade é uma agenda que veio para ficar. As máquinas com combustíveis renováveis como o etanol e gás metano já estão disponíveis no mercado, ainda em número pequeno de modelos de máquinas, mas devem aumentar consideravelmente ao longo dos anos. O HVO, sigla na língua inglesa que significa óleo vegetal hidrotratado, como o nome diz é elaborado a partir de óleos vegetais e substitui o diesel em motores sem qualquer modificação.
É uma opção que vem sendo desenvolvido pela Petrobras e vai na direção da sustentabilidade nas operações no campo. Vale lembrar que o diesel atual tem 14% de biodiesel.
Eventos climáticos adversos são cada vez mais usuais e afetam diretamente a produtividade e a rentabilidade do agro. Aqui também as máquinas podem contribuir positivamente. Bastos explica que as tecnologias disponíveis nas máquinas “trazem melhor uso dos recursos e de insumos, menor agressão ao meio ambiente, combustíveis renováveis e gestão otimizada”.
As máquinas, desse modo, dão sua contribuição na minimização dos efeitos das alterações climáticas repentinas e extremas, afinal, a tecnologia embarcada envolve conexões com estações climáticas ou, no mínimo, a utilização pelo agricultor de aplicativos que o alertam com antecedência suficiente sobre esses eventos, favorecendo rever com agilidade o planejamento.