Confiança e investimentos marcam novo ciclo da indústria de máquinas

Por Gino Paulucci Jr, presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ

A indústria de máquinas e equipamentos iniciou 2025 com perspectivas mais otimistas. Ainda no início do ano, a pesquisa de investimentos realizada pela ABIMAQ com seus associados indicava a intenção de investimentos de R$ 8,4 bilhões ao longo do ano, um crescimento de 4% em relação a 2024. Esse movimento sinaliza não apenas a confiança do setor, mas a retomada de um ciclo positivo de investimentos produtivos.

Até abril, a receita líquida de vendas atingiu quase R$ 25 bilhões, representando crescimento de 9,0% em relação a abril de 2024 e de 4,8% em relação a março de 2025. Além disso, a receita líquida total do setor acumulou alta de 13,4% no período de janeiro a abril, na comparação com o mesmo período do ano passado.

No segmento de máquinas agrícolas, também há sinais de recuperação, e o setor volta a registrar crescimento nas vendas. A previsão de safra recorde e a melhora na rentabilidade do produtor rural devem impulsionar investimentos, mesmo em um cenário de crédito mais caro. Por isso, há necessidade de um Plano Safra robusto no período 25/26, que atenda às necessidades do campo e do produtor rural.

Já no mercado interno como um todo, a indústria de máquinas e equipamentos vem se beneficiando da iniciativa do governo em priorizar o setor industrial através da Nova Indústria Brasil (NIB). A combinação entre políticas públicas, maior confiança do empresariado e iniciativas de modernização do parque fabril contribui diretamente para o aumento da demanda por máquinas nacionais.

A história nos mostra que os países que investiram de forma consistente em sua indústria são os que mais prosperaram. Porém, para isso acontecer no Brasil, é preciso garantir políticas públicas e enfrentar desafios estruturais como o Custo Brasil, a elevada carga tributária, os altos custos dos insumos produtivos e logísticos, a insegurança jurídica e o excesso de burocracia.
O crescimento sustentável exige reformas estruturantes, equilíbrio macroeconômico e um ambiente estável para atrair investimentos, estimular a inovação e fortalecer a competitividade. Que este novo ciclo consolide a indústria de máquinas como protagonista de um Brasil mais produtivo e competitivo.