Por José Velloso, Presidente-executivo da ABIMAQ / SINDIMAQ
A pós um longo período de desindustrialização na economia do País, a indústria brasileira volta ao centro do debate nacional. A recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) sinalizaram em 2023 o compromisso do governo com um novo ciclo de crescimento baseado na produção nacional.
A Nova Indústria Brasil (NIB) é um marco nesse processo. Estruturada em seis grandes missões, que incluem transformação digital, descarbonização e fortalecimento de cadeias agroindustriais, ela conecta o desenvolvimento industrial às demandas da sociedade.
A estratégia é reforçada por novas linhas de crédito, incentivos à inovação, políticas de compras públicas e medidas como a Depreciação Acelerada e a criação da Letra de Crédito ao Desenvolvimento (LCD). Iniciativas como o Plano Mais Produção e o BNDES Mais Inovação também apoiam a transição tecnológica e sustentável.
Outro avanço relevante foi a aprovação da Reforma Tributária. Ao eliminar a cumulatividade de impostos, simplificar o sistema tributário e garantir segurança jurídica, ela reduz distorções que encarecem a produção nacional, estimula investimentos, desonera exportações e fortalece a competitividade da indústria.
Embora a indústria de transformação represente hoje cerca de 14% do PIB, já foi mais de 30%, ela continua estratégica: gera empregos, movimenta cadeias produtivas e impulsiona a inovação.
O setor de máquinas e equipamentos, em especial, é essencial para aumentar a produtividade e modernizar a indústria. Em 2024, os investimentos no setor cresceram 7,3%, elevando sua participação no PIB para 17%, sinalizando uma retomada da confiança na capacidade da indústria nacional de competir e inovar.
Ainda há desafios, como o alto custo do crédito e a formação de mão de obra qualificada. O principal desafio é a baixa automação dos setores produtivos e a baixa digitalização. O Brasil precisa melhorar sua produtividade através de investimentos nos meios de produção e assim retomar seu protagonismo industrial e trilhar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável e competitivo.