Automação na sala de corte reduz 270 horas de trabalho mensais em operação de moda fitness

A digitalização dos processos produtivos tem avançado na indústria da moda brasileira. Um exemplo recente é a implementação do sistema Audaces ICF nas operações da marca Live!, que resultou em uma economia de cerca de 270 horas de trabalho por mês apenas na etapa de corte. Desenvolvido pela Audaces, multinacional ítalo-brasileira especializada em soluções tecnológicas para o setor, o ICF inclui automação,  integração com ERPs e coleta de dados em tempo real. Além da economia de tempo, o novo sistema possibilitou aumento de mais de 90% na produtividade das tarefas de corte da marca de moda fitness, além de ganhos em previsibilidade, padronização e rastreabilidade dos processos.

Antes da adoção da tecnologia, o planejamento na sala de corte da Live! era realizado de forma totalmente manual, com alto consumo de tempo e risco de erros. “Às vezes dava certo, às vezes não. A gente tinha que pensar em tudo: dividir ordens, separar por modelo, cor, tamanho. Não havia previsibilidade, e os erros voltavam do corte para correção”, relata Jean Carlos Tecilla, analista de encaixe da marca. Com a entrada em operação do ICF, o tempo médio para elaborar um plano de corte caiu de 15–20 minutos para cerca de 2 a 4 minutos por tarefa.

De acordo com Rogério Iltchenco, consultor do ICF na Audaces, a proposta da tecnologia é enfrentar estes tipos de gargalos, comuns no setor. “O sistema coleta dados automaticamente sobre tempos de execução, produtividade por operador, consumo de tecido e sobras, e integra essas informações diretamente ao ERP da indústria”, explica. A ferramenta possibilita tanto o planejamento de ordens de produção quanto a exportação de dados operacionais para o sistema de gestão. Com isso, elimina a necessidade de lançamentos manuais e aumenta a confiabilidade das informações.

Antes e depois

A automação também trouxe melhorias operacionais na sala de corte. Antes da implementação, havia a incidência de cortes equivocados e falhas de comunicação entre os setores. Hoje, com a digitalização do processo, os operadores recebem todas as informações diretamente em tablets e trabalham com etiquetas inteligentes. “Ficou raro acontecer erros. O operador apenas bipa a etiqueta e o sistema já chama os dados corretos. Isso reduziu significativamente a chance de falhas”, descreve Tecilla.

Outro diferencial é o monitoramento em tempo real, que identifica desvios entre o planejado e o executado. “Se há excesso de folhas no enfesto ou falhas na separação, o sistema emite alertas para correção imediata”, acrescenta Iltchenco. Além da eficiência produtiva, a solução  contribui para metas de sustentabilidade, já que elimina o uso de papel na sala de corte ao substituir a plotagem por comandos digitais e pode reduzir o consumo de matéria-prima em até 5%, segundo análises realizadas pela Audaces.

Com capacidade de adaptação a operações que produzem de 10 mil a 2 milhões de peças por mês, o ICF atende confecções de diferentes portes. Para Iltchenco, a escalabilidade está entre os principais diferenciais: “Mais do que o tamanho da produção, o que define a eficácia é a mentalidade de gestão por indicadores e foco em eficiência”.