Desde 15 de junho de 1961, quando foi fundado pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE atua como Instituição financeira pública de fomento com o objetivo de fazer o Sul do Brasil prosperar. Para isso, apoia e acompanha o desenvolvimento de projetos para aumentar a competitividade de empreendimentos de todos os portes na região, constituindo-se referência em financiamentos de longo prazo para investimentos e destacam-se, por exemplo, no repasse de recursos do Sistema BNDES na Região Sul.
Em números oficiais, apenas no primeiro semestre de 2017, o volume de contratações de financiamento do BRDE somou R$ 1,27 bilhão, sendo que os projetos financiados viabilizaram R$ 3,3 bilhões em investimentos na Região Sul, que devem gerar uma arrecadação anual adicional de R$ 207,2 milhões em ICMS para os três Estados. O valor médio de financiamento por cliente é de R$ 389,8 mil, reforçando a vocação do Banco para o atendimento às micro, pequenas e médias empresas e aos mini e pequenos produtores rurais.
Especificamente com relação às indústrias de bens de capital, a demanda chegou ao auge em 2013, informa o superintendente de Planejamento do BRDE, Luciano Feltrin. “Naquela ocasião, financiamos mais de R$ 400 milhões para o setor. Desde lá, vem oscilando em um nível abaixo desse total. Nos últimos anos a maior demanda foi em 2016”, constata.
No geral, “a demanda entre os segmentos é de certa forma equilibrada no longo prazo, havendo grandes diferenças apenas no curto prazo, devido à conjuntura macroeconômica. De uma forma aproximada, os segmentos de Indústria, Infraestrutura e Comércio & Serviços representam, respectivamente, 23-25%, 20% e 21-23% das operações. Apenas o setor de produção primária agropecuária se sobressai, representando 30-35% das operações, resultado da estrutura econômica da Região Sul. Quando consideramos toda a cadeia do agronegócio, a participação chega a 60%”, detalha Feltrin.
Trabalhando com dados de setembro de 2018, Feltrin comenta que as indústrias de bens de capital representam 3% da carteira de crédito do BRDE, com saldo de aproximadamente R$ 403 milhões. “Apesar de parecer pouco, é grande a contribuição do BRDE no financiamento à aquisição dos bens de capital produzidos pela indústria nacional”, explica o superintendente de Planejamento do BRDE, frisando que, “nos últimos 5 anos e meio (2013-2018), o BRDE desembolsou mais de R$ 3,5 bilhões para esta finalidade, para diferentes segmentos, desde indústria de bens de consumo a empresas do agronegócio”.
O BRDE busca disponibilizar crédito para todos os setores econômicos e para todos os portes. A priorização – esclarece Feltrin – “é realizada mais no âmbito das características dos projetos. O que priorizamos atualmente são projetos com caráter de sustentabilidade, projetos com grande impacto econômico-social e projetos de segmentos que apresentam deficiência de crédito por parte das instituições financeiras comerciais. Dessa forma, poderia destacar projetos que se enquadrem no programa BRDE PCS – Produção e Consumo Sustentáveis, projetos de Inovação e projetos de geração de energia renovável”.
Além de recursos próprios, o BRDE trabalha com recursos de BNDES, para diversas finalidades; de FINEP, para inovação; de FGTS, para infraestrutura urbana; de Fungetur, para projetos de turismo; de FCO, para investimentos em Mato Grosso do Sul, entre outros. No entanto, nos últimos anos, como ressalta Feltrin, a equipe da instituição vem ampliando as possibilidades de financiamento aos empresários brasileiros via captação de recursos externos, principalmente junto à Agência Francesa de Desenvolvimento e ao Banco Europeu de Investimento.