Matéria-prima utilizada na produção de aço pelas usinas siderúrgicas, a sucata de ferro e aço, mesmo com o mercado interno em retração devido, vem tendo desempenho inédito no mercado internacional. Apenas em março, conforme os últimos dados disponibilizados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as vendas externas atingiram 73 mil toneladas, com receita de U$ 17 milhões. O aumento foi de 135% em relação ao mesmo mês de 2019.
Em janeiro e fevereiro, as exportações já haviam chegado a quase 139 mil toneladas, em comparação às pouco mais de 42 mil toneladas no primeiro bimestre de 2019. No primeiro trimestre do ano, foram 211 mil toneladas (receita US$ 50 milhões), ante apenas 74 mil no mesmo período de 2019 (US$ 26 milhões), expansão em volume de 185%.
Segundo o Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), as exportações são hoje uma boa alternativa para o setor. Os maiores compradores são os países da Ásia. “Apesar da pandemia do coronavírus, que atingiu inicialmente aquela região do planeta, os resultados de março foram bons para o setor. Temos de aguardar para verificar se essa tendência se mantém em abril, mas há uma preocupação ainda com a demanda interna, que continua retraída”, afirma Clineu Alvarenga, presidente do Inesfa.
O Inesfa reúne um setor composto por mais de 5,6 mil empresas em todo o país, responsáveis pela produção anual de 8 milhões de toneladas de sucata e que garante o emprego de mais de 1,5 milhão de pessoas, das quais cerca de 800 mil são os catadores (os chamados “carroceiros”).