Na foto em destaque, Nelson Teich, ministro da Saúde. Foto: Erasmo Salomão/MS
A necessidade mundial de aquisição de equipamentos para combate ao coronavírus vem criando gargalos em consequência, por exemplo, de falta de componentes em quantidades suficientes para atender as necessidades. Como resultado, a busca por soluções está levando diversos segmentos da economia brasileira e investir em novas alternativas. Entre os exemplos está a produção de respiradores e ventiladores pulmonares por diversas indústrias nacionais com projetos desenvolvidos em parceria com institutos de pesquisa, universidades, escolas técnicas, entre outros, compondo uma rede com mais de 15 instituições envolvidas, que dará suporte ao Sistema Único de Saúde (SUS) para entregas desses equipamentos ao longo de três meses. Desse modo, a estimativa é atingir o total de 14.100 respiradores da indústria nacional.
Os contratos assinados a partir de 7 de abril permitem ao Ministério da Saúde estimar que o governo federal encerre o mês de abril com a entrega 272 respiradores produzidos no Brasil, iniciando, assim, a reposição dos 15 mil respiradores produzidos na China, com compra cancelada por falta de aparelhos.
Uso dos respiradores da indústria nacional
Os ventiladores ajudam pacientes que não conseguem respirar sozinhos e seu uso é indicado nos casos graves de coronavírus (COVID-19), ou seja, que apresentem dificuldades respiratórias. Atualmente, o Brasil conta com 65.411 respiradores/ventiladores, sendo que 46.663 estão disponíveis no SUS. Os novos respiradores da indústria nacional servirão com o fim de atendimento estratégico ao longo da dinâmica da doença no país, em especial nos serviços de maior sobrecarga.
“Um fator importante na distribuição dos equipamentos será a qualificação dos profissionais de saúde. Nós já temos aparelhos distribuídos pelo Brasil e profissionais responsáveis por esses serviços. Quando colocamos mais respiradores no sistema também teremos que olhar quem vai trabalhar com eles e qual a capacidade de execução de cada localidade”, afirma o ministro da Saúde, Nelson Teich.
Portanto, diante do cenário de escassez internacional devido à alta demanda em todo o mundo por conta da pandemia, a indústria brasileira vem se movimentando para atender à necessidade nacional. Embora os contratos sejam com quatro empresas brasileiras, mais de 15 instituições estão envolvidas. Assim sendo, este número inclui fabricantes processadores, instituições financeiras e empresas de alta tecnologia, entre outras.
“Encontrar soluções para dar mais capacidade de atendimento ao sistema é fundamental”, afirma Teich. “Vamos utilizar essa solução para atender a demanda ao longo da epidemia no Brasil. Não adianta distribuir aleatoriamente para todos os estados. Isso deve ser feito conforme a demanda e também olhando para a capacidade da rede de saúde local expandir o seu serviço. Não podemos deixar que esses aparelhos fiquem subutilizados”, complementa o ministro.
Parcerias dos Ministérios
Além disso, uma parceria entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Economia realizou um mapeamento do parque industrial, quando foram identificadas as capacidades de cada setor. Nesse mapeamento, encontrou-se empresas que tinham escala pequena de produção. Mas algumas tinham expertise e outras que poderiam contribuir para expandir as entregas em um menor espaço de tempo possível.
O projeto ao mesmo tempo envolve o Ministério das Relações Exteriores, para priorização de recebimento de peças, o Ministério da Justiça para escoltas e segurança da distribuição de equipamentos e insumos. Assim como o Ministério da Defesa que fornece armazéns nas capitais para estoque e logística de distribuição para o país quando necessário.
“O Ministério da Saúde está focado em aumentar a eficiência e a capacidade de entregar as soluções que foram planejadas nas últimas semanas”, explica o ministro. Em resumo, ele explica que o governo federal abriu diversas iniciativas, da compra de equipamentos e testes a elaboração de diretrizes, dentro de um cenário de crise e escassez de insumos mundiais. O objetivo, portanto, é garantir a efetivação das ações iniciadas e garantir que materiais e produtos cheguem a quem precisa. “Uma interação com os outros ministérios é importante nesse processo de aumentar a capacidade das entregas para tratar da crise do coronavírus. Isso é parte dessa estratégia.”