A Votorantim Cimentos é a sétima maior cimenteira do mundo e, hoje, uma empresa internacional de materiais, minerais e soluções. A unidade de Agregados da companhia localizada no município de Santa Isabel, na Grande São Paulo, opera desde 1959 e atende clientes da Região Metropolitana da maior cidade brasileira, fornecendo agregados para construção civil, grandes obras e produtores de blocos de cimento.
Em 2018, a unidade de Agregados da Votorantim Cimentos enfrentava dois grandes desafios. Além da retração do mercado da construção civil, a fábrica apresentava a contaminação dos agregados e da presença, acima da média, de materiais pulvurulentos. No mercado de areia e de brita, os compradores preferem materiais com níveis controlados de contaminantes e de pó. Ou seja, agregados mais “limpos” têm a preferência.
Para mudar esse cenário, a unidade de Santa Isabel investiu em maior capacitação dos colaboradores e também endereçou a resolução técnica do processo de peneiramento dos agregados. Neste momento, especialistas da Metso Outotec foram convidados para avaliar a eficiência operacional das peneiras. “Já tínhamos enfrentando um problema parecido em na unidade de Araçariguama, também localizada no Estado de São Paulo. A solução apresentada foi a troca das telas metálicas por telas de borracha de alta resiliência da Metso Outotec, quando tivemos bons resultados nos testes e na operação em si”, comenta o gerente Industrial de Agregados da Votorantim Cimentos, Carlos José Barbosa Silva.
Ajustes no peneiramento, incluindo troca de telas, ajudaram no melhor desempenho
Os testes realizados na unidade de Agregados em Araçariguama foram replicados em Santa Isabel. Em Araçariguama, os testes envolveram a operação simultânea de duas peneiras: uma com telas metálicas e a outra com telas de borracha. O material coletado de cada uma delas foi analisado pelo laboratório da unidade e o relatório concluiu que a utilização de telas de borracha praticamente elimina a contaminação do produto final e, além disso, diminui a presença de materiais pulvurulentos. Os testes foram definitivos para a escolha da Metso Outotec como parceira em Araçariguama e, posteriormente, em Santa Isabel.
Embora não seja responsável sozinho pela melhoria do desempenho operacional, o ajuste no peneiramento e a adoção de telas de borracha ajudaram a unidade de Santa Isabel a melhorar seu desempenho. A avaliação dos clientes finais comprovou os resultados: a pedreira melhorou seu índice de qualidade (via serviço de atendimento ao cliente), passando de um registro a cada 37 mil toneladas produzidas em (2018) para um a cada 700 mil toneladas produzidas, ou seja, quase 20 vezes melhor. O parâmetro de avaliação atual é que é dez vezes maior do que a meta antes especificada para cada registro. “Foi um salto fantástico que surpreendeu a todos. Os resultados das mudanças foram significativos”, complementa Carlos.
Qualidade dos agregados capacita pedreira a atuar em mercados de maior valor agregado
Se a presença acima da média de materiais pulvurulentos foi combatida com as mudanças no peneiramento, a contaminação interna foi solucionada com a correção de procedimentos entre os operadores de carregadeira que movimentam os produtos nos dois turnos de operação. Foram identificados erros na etapa de carga e transporte da pedreira para os clientes – esta última feita por terceiros – também foi corrigida com a identificação das falhas e orientação aos motoristas.
O melhor indicativo, no entanto, é a precificação: em julho de 2019, por exemplo, o preço do pó de pedra tinha sido aumentado de forma significativa, recuperando a perda decorrente dos impactos da qualidade. A recuperação do valor negociado entre os clientes locais e o aumento da produção foram complementados por um plano ainda mais arrojado em 2020: mudanças no peneiramento que permitem um projeto no fornecimento de granilha, um intermediário em termos de granulometria entre o pó de pedra e a brita zero. Trata-se de um produto que melhora a qualidade de produção de blocos de concreto, com menor consumo de cimento e maior resistência mecânica e qualidade visual.
“Existe uma demanda reprimida e já identificada, mas nossa produção deverá acontecer com ajustes no peneiramento”, afirma Carlos. O executivo lembra ainda que a unidade já trabalha enxuta, tendo aumentado em 4 mil toneladas a produtividade per capita entre 2018 e 2019. “Parte de quem compra nossa produção de areia e brita zero são produtores de blocos de concreto, que possuem máquinas automatizadas e que exigem um padrão alto de homogeneidade, e eles foram os primeiros que observaram a mudança na qualidade e na aparência do nosso produto final”, resume o gerente regional e líder na implementação de mudanças.