Em um segmento de concorrência perfeita como o agronegócio, onde os produtos comercializados não se diferenciam, é extremamente importante trabalhar com custos reduzidos, pois quem define o preço é o mercado, evitando assim cair na perigosa “armadilha da commodity”.
Neste caso está o combustível, um insumo de peso na estrutura de custos, que muitas vezes escorre pelas mãos quando não controlado de forma eficiente, gera perdas e desvios que, segundo especialistas, podem chegar a 10% dos custos totais com transporte.
Em 2018, simulação realizada pela Esalq-USP já mostrava que o impacto do óleo diesel na matriz de custo do agronegócio em uma viagem de 1 mil km no transporte de grãos, por exemplo, era de 38,4%. Em 2021, a instituição, considerando a mesma situação, revela que esse gasto já pode representar até 50% dos custos totais do transporte.
Se forem considerados os gastos relacionados aos demais processos envolvidos na atividade, como os de cultivo e colheita, os números crescem ainda mais. E isso sem contar o consumo representado pelos veículos da frota leve, movidos a etanol e gasolina, produtos cujos preços também tiveram majoração significativa este ano.
Os modernos meios de controle disponíveis para combustíveis praticamente contemplam e eliminam todas as variáveis em que as perdas – da estocagem ao abastecimento – podem ocorrer e têm início antes mesmo do descarregamento do caminhão-tanque (ou carreta) nos postos de abastecimento internos da propriedade rural, assim como no trajeto entre a base de distribuição e o destino final, inclusive por transferência influenciada por variáveis como temperatura e evaporação, derramamento involuntário do produto e retirada não autorizada (ou seja, fraudes).
A falta de um sistema de medição preciso pode levar a uma pane seca, com o combustível acabando antes do tempo e, para não perder a entrega dos produtos agropecuários, resta ao gestor recorrer a um posto comercial de revenda de combustíveis, onde os preços são mais altos, comprometendo o resultado financeiro.
Outro gargalo é encontrado no armazenamento dos combustíveis. Existem riscos associados a vazamentos, por vezes, imperceptíveis, tanto em tanques quanto em tubulações; e possíveis retiradas indevidas de combustíveis (leia-se fraude) podem representar perdas significativas na gestão do combustível. Essas situações podem ser minoradas com o uso de sistemas eficientes de medição de tanques e tubulações.
Bomba descalibrada ou fraudada, manuseio incorreto das mangueiras e dos bicos das bombas por colaboradores descuidados ou mal treinados, com possibilidade de derramamento de produtos e danos aos equipamentos, derramamento ao abastecer um veículo da frota e abastecimento irregular de veículos que não fazem parte da frota são considerados como principais pontos de perdas na fase da movimentação dos combustíveis. Esse extravio de combustível somente será contabilizado se houver um sistema preciso de monitoramento das informações sobre a movimentação e o armazenamento do produto, imunes a falhas humanas.
A presença dos abastecimentos por caminhões comboios, popularmente conhecidos como “melosas”, faz parte do dia a dia. Nesse tipo de operação, riscos e possibilidades de perda aumentam exponencialmente caso não seja aplicada metodologia ou sistema preciso de controle dos abastecimentos. Como o comboio é um posto de combustível sobre rodas, sua operação potencializa todos os riscos citados anteriormente e, como prevenção, deve ser tratado com, no mínimo, o mesmo critério de eficiência de gestão adotado no posto de abastecimento fixo.
Tecnologia é investimento, não custo. E gerir informações de modo automatizado, respaldado por infraestrutura adequada, abandonando o uso de controles mediante preenchimento manual – como planilhas – pode fazer toda a diferença na gestão de combustíveis no agronegócio e também nos seus resultados financeiros.
Fonte: Gilbarco Veeder-Root