Queda da agropecuária e da indústria leva PIB a decrescer de -0,1%, no 2º tri de 2021

O Departamento de Competitividade, Economia e Estatística (DCEE), da ABIMAQ, comentou a variação negativa do PIB. A análise está transcrita abaixo.

O IBGE divulgou os dados de desempenho da economia brasileira do 2º trimestre de 2021. Na comparação do segundo trimestre de 2021 contra o trimestre imediatamente anterior do mesmo ano, houve variação negativa de -0,1%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. Na comparação com igual período de 2020, houve crescimento do PIB de 12,4% no segundo trimestre do ano. No semestre e no acumulado dos quatro trimestres terminados no segundo trimestre de 2021, o PIB registrou acréscimo de 6,4% e 1,8%, respectivamente.

Em valores correntes, o PIB, no segundo trimestre de 2021, totalizou R$ 2.143,4 bilhões, sendo R$ 1.849,1 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) a preços básicos e R$ 294,3 bilhões aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.

A maior queda foi da Agropecuária ao contrair -2,8%, seguida pela Indústria com variação negativa de -0,2%. Por outro lado, os Serviços apresentaram crescimento de 0,7%. A retração na Indústria se deve às quedas de -2,2% nas Indústrias de Transformação e de -0,9% na atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Essas quedas compensaram a alta que houve de 5,3% nas Indústrias Extrativas e 2,7% na Construção.

Outros destaques neste tipo de comparação:

  • Consumo das famílias: 0,0%,
  • Consumo do governo: 0,7%,
  • Investimentos: -3,6%,
  • Exportação: 9,4%,
  • Importação: -0,6%.

Taxa trimestral em relação ao mesmo trimestre do ano anterior:

Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB cresceu 12,4% no segundo trimestre de 2021. O Valor Adicionado a preços básicos teve alta de 11,7% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram 16,8%.

Dentre as atividades que contribuem para a geração do Valor Adicionado, a Agropecuária cresceu 1,3% neste trimestre em relação a igual período de 2020.

A Indústria cresceu 17,8%, sendo que a atividade da Indústrias de Transformação foi a que registrou melhor resultado com alta de 25,8%, resultado influenciado, principalmente, pelo avanço na fabricação de veículos automotores; de outros equipamentos de transporte; de máquinas e equipamentos; e da metalurgia. A Construção (13,1%), da mesma forma, apresentou alta, corroborada pelo aumento do número de pessoas ocupadas no setor e da produção de seus insumos típicos. Esta atividade voltou a ter resultado positivo após cinco trimestres consecutivos de queda. A atividade Indústrias Extrativas apresentou variação positiva de 7,0%, resultado advindo preponderantemente do aumento na extração de minérios ferrosos, uma vez a extração de petróleo e gás cresceu menos no período. A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos apresentou alta de 6,7%.

O resultado do PIB no 2° trimestre de 2021, frustrou as expectativas de alta e trouxe a mensagem de que a economia brasileira está em ritmo tênue. Com crise hídrica, fim do auxílio emergencial, taxa de desemprego elevada, aumento nas taxas de juros, escassez de insumos, entre outros fatores a exercerem pressão negativa sobre a atividade econômica, não será surpresa se resultados como estes se repetirem nos próximos trimestres.

A seguir a tabela resumo com os resultados do PIB nos últimos trimestres e gráfico com desempenho sobre o 2° trimestre de 2020 de diversos segmentos da economia: