Criar padrões é uma das medidas fundamentais para o avanço das soluções em tecnologia. Uma dessas iniciativas é a normalização da Indústria 4.0, que visa a padronizar processos e soluções para o melhor aproveitamento das ferramentas que envolvem o setor
De acordo com a Infosys, consultoria e serviços digitais de última geração, um passo importante em busca dessa normalização foi a criação da Comissão de Estudo Especial de Indústria 4.0, com coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e do Ministério da Economia (ME), aprovada pelo Conselho Técnico da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Neste sentido, algumas normas já começaram a ser aplicadas para análise do impacto no segmento. Outro exemplo de ação em atividade é a Câmara Brasileira da Indústria 4.0, também criada para discutir e implementar medidas de padronização.
De acordo com Paulo Sérgio Rodrigues, diretor sênior da Infosys, embora iniciativas já tenham sido tomadas, é preciso investir, também, na educação de profissionais do setor de tecnologia, para que seja possível compreender a importância desse processo inovador.
“É preciso compreender como trabalhar tais tecnologias dentro de padrões, que são fundamentais para consumir informações e, assim, ampliar o uso dessas ferramentas no dia a dia”, comenta.
Ao todo, Rodrigues apresenta cinco grandes princípios que impactam no uso da Indústria 4.0 quando há padrões estabelecidos:
- Democratização: a partir do investimento em educação sobre o tema, o assunto ficará mais acessível à maioria dos profissionais e especialistas do setor, tornando o processo de desenvolvimento de ferramentas mais ameno e democrático, com reaproveitamento de soluções já criadas;
- Linguagem: com padrões pré-estabelecidos, será possível manter todo o processo de desenvolvimento em uma mesma linguagem, usando ferramentas que “conversam” entre si e possibilitam a interconexão com outros dispositivos;
- Descentralização: com processos de inteligência descentralizados, a Indústria 4.0 vai possibilitar potencializar e plugar diferentes soluções para atividades de diferentes setores;
- Foco em serviços: a partir da padronização, os produtos não precisam mais ser adquiridos como um bem, possibilitando o aproveitamento como serviços, reduzindo custos operacionais e potencializando a inteligência competitiva das empresas;
- Personalização constante: a normalização vai ajudar por meio de padrões para desenvolver soluções e dispositivos, permitindo incrementos posteriores e que poderão ser integrados com os recursos já existentes.
“Com normas estabelecidas, poderemos desenvolver soluções capazes de se integrarem com produtos de outros segmentos, por exemplo. Todo esse processo é uma engrenagem que precisa estar alinhada e seguindo os mesmo padrões, permitindo seu funcionamento de forma harmoniosa e facilitando o uso de produtos e serviços criados por quaisquer empresas”, defende Rodrigues.
Para isso, o diretor acrescenta ser fundamental um maior investimento em incorporar ações de normalização dentro das universidades do setor de tecnologia, além de aumentar o treinamento de funcionários sobre essas normas e inseri-los no cenário da importância e do papel dessas normas para o trabalho, convergindo soluções digitais, físicas e biológicas.