Por Luiz Neto, especialista em segurança e gerente de Segurança Empresarial na ICTS Security, empresa de origem israelense que atua com consultoria e gerenciamento de operações em segurança.
Com a maturidade do modelo de e-commerce no Brasil, as empresas do setor varejista estão crescendo seus ecossistemas a partir da aquisição de outros players, modelo conhecido como crescimento inorgânico, que é um dos mais rápidos em termos de expansão.
Outra aposta, igualmente desafiadora, para o crescimento de faturamento e sortimento nos sites é o marketplace, que funciona como um shopping virtual e apresenta vantagens para todos os envolvidos. Nele, os clientes podem comparar os preços e as avaliações de vários produtos, enquanto os vendedores podem divulgar seu trabalho nessas vitrines on-line e, assim, conquistar mais clientes. Por fim, quem é dono do marketplace consegue intermediar os negócios e lucrar com as conexões estabelecidas.
Tanto o crescimento inorgânico quanto o marketplace incorporam desafios à área de Segurança Empresarial, que precisa monitorar todas as etapas dessa cadeia e, na maioria das vezes, com sistemas que não se “conversam” e, ou, não oferecem ferramentas adequadas de controle e auditoria do que é coletado, armazenado e entregue. Dessa forma, uma simples conferência de estoque gera tantas divergências que fica impossível realizar o processo diariamente e atender o cliente final com qualidade.
A ausência de integração de sistemas prejudica também a etapa de transporte pela falta de informações que acabam sendo perdidas ou que não chegam de forma confiável numa próxima etapa. Nesse sentido, os erros de informação, valores embarcados, destino da viagem e pontos de paradas acontecem em diversos momentos, podendo ter uma característica não intencional ou até maliciosa, uma vez que a falta de integração entre os sistemas gera a necessidade de ter profissionais imputando dados de forma manual, o que também rouba tempo das entregas e muitas vezes é a causa raiz de atrasos de frete.
Dentro desse contexto, é papel da Segurança Empresarial alertar e endereçar a necessidade de integração, assim como os requisitos necessários para o pleno monitoramento das etapas logísticas físicas e sistêmicas, processos que devem ocorrer de maneira simultânea e preferencialmente assistidos por uma estrutura de controle.
Outro motivador para essas integrações é a infinidade de dados que são gerados no processo logístico. Posto isso, é recomendável um ambiente tecnológico que trabalhe em consonância com soluções de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, que serão responsáveis por monitorar o risco das entregas ao longo da cadeia por meio do fornecimento de informações em tempo real, como interrupções climáticas ou congestionamento de tráfego, abastecendo as diversas áreas da empresa para tomadas de decisão e possibilitando aos consumidores a visibilidade de seus produtos.
Portanto, cabe à área de Segurança Empresarial a missão de integrar essas operações para que haja sinergia e ganhos associados, favorecendo as empresas e, ao mesmo tempo, mantendo o cliente satisfeito com as suas compras.