A vitória da (re)união

O pedido do Ministério da Saúde colocado junto à indústria brasileira de ventiladores pulmonares levou à grande movimentação no mercado. Para cumprirem suas metas, três fabricantes recorreram a um fornecedor: a Flex, de Sorocaba (SP), que montou em suas instalações linha de produção focada na Magnamed e doou linhas de produção para a KTK e a Intermed.

O Ministério da Saúde encomendou à Magnamed 6.500 ventiladores a serem entregues até setembro, o que corresponde a seis vezes a sua produção anual, cabendo à Flex montar 5.700. Para viabilizar o cumprimento do contratado, foi formado um pool de empresas, de diversos segmentos da economia, como Positivo Tecnologia, Suzano, Klabin e Embraer, apoiadas pela Fiat Chrysler Automóveis, White Martins, entre outras.

De acordo com Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin, a contribuição com essa iniciativa decorre da postura “de empresa cidadã, que atua em pelo menos 30 municípios do Brasil, está próxima das comunidades e auxilia naquilo que elas precisam de essencial. Cada atitude conta neste momento sensível e exige diretrizes que valorizem a vida, com um olhar cuidadoso para combater a disseminação do novo coronavírus”.

Cronograma antecipado

Leandro Santos – vice-presidente da Flex no Brasil, em entrevista à M&E, em 15 de maio, quando da visita do Ministro Marcos Pontes à empresa – recorda que, “no final de março, começamos a aprender como produzia, treinamos técnicos e operadores, construímos a manufatura e, em 20 de abril, demos início à produção para a Magnamed, com três ventiladores por dia. Rapidamente escalamos para 20 e, em junho, atingiremos a meta de 100 a 150 equipamentos/dia, que corresponde ao volume mensal da Magnamed”.

E o cronograma segue: em 30 de maio, a Flex divulgou a entrega de 1.000 ventiladores em um prazo de 30 dias. Essa conquista, comemora Leandro Silva, coloca o Brasil entre duas e quatro semanas à frente dos demais países, pois em todo o mundo, a demanda por esses equipamentos aumentou até 20 vezes. “Originariamente as entregas começariam em junho, mas adiantamos para o final de abril, início de maio, enquanto a produção mundial, somente no final de maio. Estamos à frente na capacidade da manufatura porque o trabalho é fruto da colaboração e da vontade de construir uma solução para o problema”, resume.