Abrangência regional em fomento e estímulo ao desenvolvimento

Opções específicas para o setor industrial também são apresentadas pelas agências de fomento e bancos de desenvolvimento regionais parceiros da ABIMAQ. Como informado por Ricardo Brito – presidente da Desenvolve SP – a parceria favorece a oferta de produtos e serviços com taxas reduzidas e condições diferenciadas para os associados da ABIMAQ: “Temos opções focadas nesse segmento. Em 2024, a Desenvolve SP expandiu seu portfólio de investimentos estruturados, com foco em agronegócio, tecnologia e infraestrutura. O patrimônio líquido da instituição cresceu para R$ 3,4 bilhões, garantindo um crescimento sustentável para a economia paulista.”

Mesmo não tendo a mesma capilaridade de um banco, a agência de fomento paulista, em seu Relatório Anual Integrado 2024, apresenta números que ilustram o impacto financeiro da instituição no desenvolvimento econômico do Estado. Com saldo de crédito de R$ 2,7 bilhões e mais de R$ 1 bilhão em desembolsos ao longo do ano, a agência se consolida como um motor de inovação e sustentabilidade para pequenos e médios negócios, refletindo as principais tendências do mercado financeiro brasileiro e global.

“Nosso compromisso com o financiamento estratégico não apenas fortalece a economia paulista, mas também gera um impacto positivo no mercado, com a aplicação de recursos em setores de alta relevância no contexto global. Com crédito acessível a recursos a fundo perdido e soluções estratégicas, a instituição avança em financiamentos sustentáveis que contribuem para a Agenda 2030. Outro aspecto importante é a agilidade do processo e a desburocratização, que nos permite liberar os recursos rapidamente”, afirma o diretor-presidente da Agência.

Outro parceiro de longa data da ABIMAQ, voltado a atender a região do nordeste brasileiro, o BNB financia operações para diversos setores econômicos para aquisição de máquinas, equipamentos e matérias-primas e para modernizações de plantas industriais, entre outros. Em 2024, até novembro, o Banco financiou a aquisição de máquinas, veículos e/ou equipamentos no montante de R$ 4,5 bilhões.

A esses valores, Irenaldo Rubens Soares – superintendente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável do Banco do Nordeste – adiciona “cerca de R$ 1,7 bilhão em crédito para inovação com recursos do FNE. Além disso, realizou operações com repasses de recursos do Finep e BNDES que somaram R$ 213 milhões. Para 2025, o BNB deve contratar, somente com FNE, R$ 2 bilhões.”

Região Sul

Pertencente ao governo do Paraná, a Fomento Paraná é dedicada ao financiamento de municípios, para obras de melhoria da infraestrutura urbana e da mobilidade, construção de instalações e bens públicos, compra de máquinas e equipamentos rodoviários etc. Para isso, como declara Vinícius José Rocha, diretor-presidente da Agência, “temos R$ 2 bilhões destacados no Banco Central para esta atividade e uma carteira de mais de R$ 1,1 bilhão em contratos com os municípios envolvendo principalmente projetos de pavimentação e vias urbanas, mas com aplicações diversas, como escolas, postos de saúde, ginásios esportivos, sistemas fotovoltaicos para geração de energia etc.”

Especificamente com relação à indústria, em 2024, foram contratados R$ 4,9 milhões em operações de crédito para siderurgia e metalurgia e R$ 5,4 milhões para máquinas e equipamentos: “Verificamos que no saldo total da carteira do Setor Privado, que soma R$ 594,4 milhões, temos contratos vigentes que somam R$ 12,8 milhões para financiamento de máquinas e equipamentos; R$ 14,0 milhões para siderurgia e metalurgia, equivalendo, respectivamente, a 2,15% e a 2,36% do saldo total da carteira”, computa Rocha.

Com presença nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), de acordo com Ranolfo Vieira Júnior, diretor-presidente da instituição, “historicamente, tem longa trajetória de parceria com o setor industrial e desempenhou papel importante na consolidação de arranjos metalmecânicos no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Atualmente, cerca de 14% da carteira de crédito do BRDE está destinada a esse segmento (metalmecânico), evidenciando nosso compromisso contínuo. Para o setor industrial como um todo, as operações de 2024 superam R$ 1,16 bilhão, o que representa 21% do total de novos financiamentos.”

Nesse contexto, a parceria com a ABIMAQ é citada por Vieira como “estratégica para o BRDE, pois amplia a divulgação de nossas linhas de financiamento ao setor industrial. Por outro lado, os associados da ABIMAQ se beneficiam do acesso facilitado a informações e oportunidades de financiamento. Recentemente, por exemplo, o BRDE disponibilizou recursos equalizados pelos estados, resultando em uma redução significativa dos custos das linhas de crédito aos associados.”

Thais Paola Grandi – gerente adjunta de Planejamento e Novos negócios Paraná e Mato Grosso do Sul do BRDE – relaciona ente os benefícios da parceria com a ABIMAQ a oferta de soluções de créditos diferenciados e oportunidades de negócios que comprovam o crescimento sustentável e a competitividade das empresas. E complementa: “O BRDE possui diversas fontes de recursos para o setor. Além de BNDES e Finep, por exemplo, o BRDE atua, entre outros, com a Agência Francesa de Desenvolvimento, o Banco Europeu de Investimentos, o NDB – banco do Bricks –, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, sempre sem custos de reciprocidade.”

Acesso a crédito estruturante, planejado, com melhores custos, prazos de carência e amortização muito maiores, possibilitando os melhores resultados financeiros aos empreendimentos produtivos de Santa Catarina são os benefícios usufruídos pelos tomadores de crédito da Agência de Fomento do Estado de Santa Catarina (Badesc), segundo Ari Rabaiolli, diretor-presidente dessa instituição financeira, parceira do setor industrial de bens de capital metalmecânicos, que, em 2024, respondeu por cerca de 31,4% das contratações.

Já para a Badesul Desenvolvimento S.A. – Agência de Fomento/RS – o setor industrial de bens de capital metalmecânicos “representa cerca de 1,35% dos nossos resultados totais”, garante Claudio Gastal – presidente da instituição, indicando que a parceria com a ABIMAQ “é sustentada por linhas de crédito específicas e iniciativas de fomento que visam a atender às necessidades do setor, como modernização de maquinário, inovação tecnológica e expansão da capacidade produtiva.”

Rabaiolli destaca, também, entre os principais pontos da parceria com a ABIMAQ “a possibilidade de acesso aos empreendimentos associados, extremamente qualificados e que se diferenciam pelo conhecimento da importância da captação de recursos financeiros estruturados, com taxas e prazos diferenciados”.

Motivos semelhantes levam Gastal a afirmar: “A parceria é estratégica para o cumprimento de nossa missão como instituição financeira e para a promoção de um ambiente de negócios mais dinâmico e eficiente.”

FNE, FCO e FNO: recursos para desenvolvimento econômico e social em âmbito regional

Voltados ao desenvolvimento econômico e social em âmbito regional, os Fundos Constitucionais de Financiamento do Nordeste (FNE), do Centro-Oeste (FCO) e do Norte (FNO), em 2025, em conjunto, devem disponibilizar cerca de R$ 7,7 bilhões em linhas de crédito para a indústria – considerando também a agroindústria. O valor é quase 19% maior, em termos reais, do que o ofertado em 2024, quando foram programados R$ 6,5 bilhões para o setor.

Os dados foram divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) após levantamento junto aos bancos administradores dos fundos em seus respectivos Relatórios de Programação Financeira para os anos de 2024 e 2025. O levantamento mostra que as indústrias do Nordeste foram as principais beneficiadas com o aumento de recursos.

O diferencial dos Fundos Constitucionais de Financiamento é ofertar crédito às empresas das regiões menos desenvolvidas do País a um custo mais baixo do que o praticado pelo mercado e, com isso, tirar do papel projetos de investimento que não seriam viáveis se o custo fosse maior.

Metas para 2025

Desafiador, mas, mesmo assim uma perspectiva extremamente positiva. Essa frase para Rabaiolli resume as perspectivas para o ano de 2025 na busca por fontes de recursos financeiros, com o objetivo de acompanhar a crescente demanda por crédito pelos empreendedores catarinenses.

No planejamento de 2025 – após registrar crescimento de 37% nos desembolsos para a iniciativa privada em 2024, a Fomento Paraná trabalha com a perspectiva de contratar em torno de R$ 205 milhões em operações do setor privado. O atendimento das metas, destaca Rocha, deve ter a contribuição da indústria, inclusive como resultado da parceria com a ABIMAQ, principalmente devido ao “tamanho, representatividade e importância da entidade, e também porque há uma correlação entre os objetivos da Fomento Paraná, de fomentar o desenvolvimento sustentável por meio do crédito, e os objetivos da ABIMAQ, de promover o desenvolvimento sustentado do setor de máquinas e equipamentos e fortalecer a indústria nacional.”

O ano de 2025 deve trazer “forte crescimento, com uma meta de novos financiamentos de R$ 6 bilhões, alinhando-se às demandas do mercado e ao nosso planejamento estratégico. Para tanto, o BRDE seguirá com sua política de diversificação de fundings, em especial com os parceiros internacionais e uma presença cada vez mais forte no mercado de capitais, além de ampliar as operações com as instituições que tradicionalmente atua”, preconiza o diretor-presidente do BRDE.

No caso da Desenvolve SP, o objetivo é crescer 20% ao ano, dobrando sua capacidade de financiamento em quatro anos e, além de contar com diversas parcerias como a mantida com a ABIMAQ, essa agência atua com base em um tripé, composto por projetos de investimento, sustentáveis e inovadores.

A agência de fomento paulista confia, ainda, nos projetos sob medida criados para o agronegócio paulista, com programas como o Irriga+, que oferece crédito para irrigação e modernização agrícola e tem várias cooperativas de crédito credenciadas operando a linha; e como os Fundos Estruturados da Desenvolve SP, que se diferenciam por parcerias estratégicas com gestoras especializadas, modelagem robusta de governança, processos de investimentos e mitigação de riscos, têm foco em ESG e nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), e atende projetos com alto potencial transformador.