Adaptação: necessidade da indústria para cenário pós-pandemia

Adaptar-se para voltar com força no segundo semestre é uma necessidade para o setor industrial, que vem enfrentando cenário delicado devido à pandemia da Covid-19, com interrupções no fornecimento de matérias-primas e insumos, com reflexos negativos nos contratos, bem como fortes alterações nos preços, principalmente dos itens importados, agregando a isso queda nas vendas de bens duráveis, provável aumento na demanda por bens não-duráveis e perecíveis e problemas nos setores de logística e distribuição.

Desde o início da pandemia até agora, as empresas tiveram pouco tempo para reformular seus negócios e estratégias. Muitas conseguiram se remanejar, mas outras enfrentam grandes dificuldades. Para Mateus Souza, gerente geral da área industrial da GEMÜ Válvulas e Sistemas de Medição e Controle, existem algumas saídas que precisam ser analisadas para manter a indústria firme e forte no país.

“Pensar nas estratégias de mercado e reformular os conceitos de produtos/serviços é fundamental neste cenário. Nós, aqui na GEMÜ, mudamos nosso olhar para várias coisas, por exemplo: estamos enfocando agora as empresas ligadas ao setor químico, como fabricantes de produtos para tratamento de água e insumos para fertilizantes em geral. Algumas fábricas de insumos químicos estão investindo e ampliando planta, o que é bom sinal. Todos eles precisam de componentes para manutenções ou novas válvulas para ampliações ou modernizações”, explica.

O gerente também sinaliza que, no segmento de mineração, a demanda segue estável e, com a retomada do mercado chinês, as indústrias desse setor sofrerão menos com os efeitos da pandemia no médio e longo prazo.

“Já a previsão para a siderurgia não é muito otimista. As plantas estão reduzindo suas operações e diversos investimentos foram suspensos ou prorrogados. Grandes clientes do setor deixaram de comprar ou diminuíram fortemente os níveis de aquisições. Esperamos que, em agosto ou setembro, esse segmento possa ganhar mais força, mas creio que levará até dois anos para voltarmos ao cenário anterior”, conta Mateus.