Apesar da gripe aviária, a agroindústria fica estável em maio, revela FGVAgro 

Mesmo com o embargo de diversos países à carne de frango brasileira devido ao caso de gripe aviária em uma granja comercial do Rio Grande do Sul, a Agroindústria fechou com ligeira alta em maio, tanto na comparação mensal (0,5% ante abril, com ajuste sazonal) quanto na variação interanual (0,1% maio de 2025 ante mesmo mês no ano anterior). Na realidade, o segmento de aves e suínos registrou expansão de 4,5% frente ao mês de maio do ano anterior. Os dados são da pesquisa sobre o volume de produção agroindustrial, do FGVAgro.

Essa dinâmica é coerente com os demais números do IBGE. Por exemplo, o IPCA de maio apontou uma elevação do preço do frango inteiro (1,25% frente a abril), deixando claro que o impacto sobre a produção do setor foi localizado e a queda do preço para o consumidor, se houve, não foi captada pela inflação oficial.

O segmento de Insumos Agropecuários registrou uma alta de 24% em maio frente igual período do ano anterior. Essa é a décima primeira expansão consecutiva. Dentro desse setor, a alta da produção foi generalizada e acima de dois dígitos. O principal destaque foi a maior produção de Tratores e Máquinas, que foi um setor fortemente impactado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, em 2024.

Em contrapartida, o segmento de Biocombustíveis contraiu 36,7% em maio ante o mesmo mês do ano passado, sendo o principal responsável pelo baixo crescimento da Agroindústria como um todo. A queda do setor foi impulsionada, por um volume menor de cana processada, qualidade inferior da matéria-prima, um consumo doméstico de etanol hidratado mais fraco e um mix mais açucareiro. Embora o etanol de milho tenha crescido, não compensou integralmente a redução do etanol proveniente da cana.

Nos primeiros cinco meses de 2025, a produção agroindustrial acumulou uma pequena alta de 0,4% frente ao mesmo período de 2024. O resultado só foi possível por conta do

desempenho do segmento de Produtos Não-Alimentícios, que acumula uma expansão de 1,4%.

Segundo o FGV Agro, passado os efeitos mais problemáticos da gripe aviária, o desempenho da Agroindústria está condicionado aos desdobramentos da crise envolvendo o tarifaço de Donald Trump. É fundamental ressaltar que há dentro da Agroindústria, setores que podem ser atingidos de maneira bem desfavorável, como produtos florestais (incluindo celulose), carne bovina e suco de laranja.

Confira a apresentação dos resultados no anexo anexo 2.pdf