Artigo: Entenda o que é ESG e por que tem se falado tanto sobre isso  

ESG — Environmental, Social and Governance — ou Ambiental, Social e Governança, traduzido para o português. Afinal, o que é e porque tem se ouvido falar tanto sobre isso? 

Primeiramente, é preciso entender o conceito histórico de sustentabilidade que foi consolidado durante a Eco-92, Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, que integra uma visão complexa e sistêmica que inclui preocupações com a equidade e justiça social e o desenvolvimento econômico, com foco em garantir condições adequadas de vida para as futuras gerações. E isso vai muito além de combater e mitigar os impactos ambientais.
 A sustentabilidade incorpora termos como economia verde, baixa pegada de carbono (ou carbono zero), conservação de energia, água e recursos, energias limpas, circularidade, responsabilidade social corporativa, diversidade e inclusão, direitos humanos, saúde e segurança, cadeia de abastecimento, desenvolvimento de novos produtos, gestão de resíduos, dentre outros, que são essenciais e devem estar incorporados nas empresas e organizações.
 

O ESG tornou-se uma métrica com enorme relevância para o mercado de capitais e há indicadores claros de que empresas com alto desempenho em critérios relacionados à essas práticas apresentam riscos mais baixos, retornos mais altos e são mais resilientes em tempos de crise. Isso acontece porque, de acordo com análises específicas, estas organizações se dedicam a desenvolver melhores práticas e controles internos, aprimorar as relações com fornecedores, clientes e demais stakeholders (partes interessadas). Dessa forma, abrem oportunidades para inovações e soluções de forma contínua. Além disso, focadas no médio e longo prazo, conhecem melhor e estabelecem fortes parcerias com suas cadeias produtivas. Por exemplo, podem garantir a continuidade de fornecimento em caso de uma crise. Durante a pandemia, esse aspecto tem ficado bastante evidente para os investidores.

“Outro ponto relevante é que as recentes mudanças na economia, causadas pela pandemia e seus efeitos sem precedentes, e a nova era da digitalização, também mudaram as pessoas. Não há mais espaço para empresas “greenwashing”. Ou seja, somente promessas em adotar “práticas sustentáveis” não bastam. As organizações devem demonstrar, na prática e regularmente, ações e resultados claros e objetivos, consolidados em relatórios ESG, formatados de acordo com métodos reconhecidos e auditáveis”, afirma Heber Braida, professor e coordenador das pós-graduações em Sistema de Gestão Integrados e Gestão Ambiental do Centro Universitário Senac, unidade Jabaquara, zona sul da capital paulista.
 Agora que você já sabe do que se trata o ESG, confira como iniciar o processo de implementação sua empresa:
 

Faça um mapeamento dos processos internos

Um bom começo é o mapeamento dos processos internos e das externalidades, para identificar detalhadamente e gerenciar os riscos operacionais e administrativos do negócio e estabelecer uma “matriz de materialidade”, ou seja, um processo de conhecimento da organização dos assuntos mais relevantes para ela conforme sua estratégia de negócios e a percepção de impactos dos públicos com quem se relaciona.

Tenha o compliance como seu auxiliar

O termo compliance remete à conformidade. Isso significa que as organizações precisam estar de acordo com os requisitos legais e outros aplicáveis ao seu negócio. Temas como os sistemas de controles internos, procedimentos para gestão e tomada de decisões, contribuições ou doações políticas, responsabilidade com clientes, impactos na comunidade, direitos do trabalhador, direitos dos acionistas, gestão de riscos, transparência fiscal, políticas anticorrupção, práticas para eliminar a poluição, mudanças climáticas, pegada ambiental, uso racional de recursos e outros, precisam ser evidenciados de forma objetiva para todas as partes interessadas. Tudo isso organizado de forma estruturada e sistêmica.
 

Invista em conhecimento e ações para engajar a equipe

Existem diversas ferramentas que podem auxiliar as organizações. Tudo depende da estrutura e da estratégia interna. Empresas de qualquer porte ou segmento podem e devem focar nas práticas sustentáveis e de ESG. As normas de gestão, se efetivamente compreendidas e implementadas, podem auxiliar sobremaneira na sistematização das práticas gerenciais da empresa, de modo a possibilitar a elaboração planos de ações e projetos com foco nas práticas de sustentabilidade em todas as áreas.
Por exemplo, ações com foco na economia circular, gerenciamento de resíduos, consumo de água, energias limpas, emissões atmosféricas e de efluentes, salubridade dos ambientes de trabalho, dentre inúmeros outros temas. Há muitas possibilidades.
Para tanto, é imprescindível para as empresas contar com equipes qualificadas e treinadas. Buscar conhecimento através de formação adequada é o principal caminho para construir e consolidar uma cultura baseada em valores sustentáveis.
Atualmente, existem muitos cursos cujos conteúdos têm tangência com sustentabilidade e ESG. No Senac São Paulo, por exemplo, são oferecidos desde cursos livres, técnicos, extensões, graduações até especializações em nível de pós-graduações, com títulos como Técnico em Meio Ambiente, Compliance Ambiental, Direito e Gestão do Meio Ambiente, Perícia Ambiental, Gestão Ambiental, Sistemas de Gestão Integrados e Auditorias, Responsabilidade Social Empresarial e Sustentabilidade, Engenharia Sanitária, Engenharia de Segurança do Trabalho, dentre outros, que podem tornar a implementação do ESG ainda mais efetiva.

Texto: Senac