Por Andrea Pegorini, engenheira química e gerente de Qualidade, Meio Ambiente e Sistemas de Gestão da Ibema Papelcartão.
Numa indústria de papel, temos muita sinergia com temas ligados ao meio ambiente. A redução do consumo de água e a eficiência energética, a gestão de efluentes e resíduos enfocando a meta de aterro zero, o consumo de gás – todos esses são indicadores monitorados para garantir ações cada vez mais conectadas às necessidades do planeta e o desenvolvimento de embalagens sustentáveis.
Mas sabemos que os indicadores ESG (Environment, Social and Governance) vão muito além disso. O tema da sustentabilidade é extremamente abrangente – entra nas finanças da empresa, em todas suas relações com a sociedade, que não são poucas, e desemboca na governança.
O segredo para investir na sustentabilidade de forma global, em todos os seus aspectos, passa por deixar de lado pensamentos antigos, toda preguiça de mudar e analisar a fundo nossos erros e acertos – e aqui é preciso ser realista e ter muita coragem.
Na Ibema, que recentemente assumiu seu papel de protagonista no mercado global de embalagens após uma longa consultoria de alinhamento do propósito, seguimos agora com a análise em profundidade das questões ESG.
Para isso, é preciso repensar toda a economia por trás das atividades fabris. Os ganhos ao se realizar esse verdadeiro raio-x passam não apenas pela rentabilidade, mas trazem recompensas ligadas à reputação, fidelização de clientes e retenção de funcionários capacitados.
Na área ambiental, o compromisso pela melhoria contínua na Ibema é realizado por meio da gestão dos resíduos sólidos gerados nas unidades de Embu das Artes (SP) e Turvo (PR). Procuramos direcionar ações para a redução da geração desses resíduos na fonte, e buscar alternativas sustentáveis como reciclagem, coprocessamento e compostagem no destino final dos resíduos.
Como resultado, conseguimos atingir a marca Aterro Zero na planta de Embu das Artes, onde todos os dejetos gerados são destinados considerando alternativas de reaproveitamento, e nenhum resíduo é encaminhado para aterros industriais. Trabalhamos com o mesmo objetivo de Aterro Zero em nossa planta de Turvo. Além disso, essa unidade realiza o descascamento de madeira, e o que não é utilizado é reaproveitado como combustível na caldeira, alimentada por biomassa para geração de vapor.
A sustentabilidade em todos os seus níveis ganhou um novo olhar entre nós ao longo desta pandemia, com a formação de um grupo específico de estudos e consultas aos stakeholders. Ao saber exatamente onde está, a empresa se torna capaz de identificar exatamente aonde quer chegar. O objetivo deve ser claro.
A vantagem é sair com o ganho da marca forte em sustentabilidade, devido à pesquisa realizada em prol de produtos e processos melhores, e outros fatores como o uso de PCHs próprias que abastecem nossa unidade paranaense.
Uma análise aprofundada passa também pelo inventário dos gases de efeito estufa e, muito importante, colocar-se no lugar do cliente e do end-user, entender as dores do mercado. Sobretudo, é necessária uma visão estratégica da importância da sustentabilidade como algo importante para o negócio.