Artigo: Os 3 pilares para o sucesso na indústria 4.0

Kleber Santos, sócio e vice-presidente de Transformação Digital e Inovação na FCamara, empresa especialista em criação de soluções customizadas e escaláveis para desenvolvimento de aplicativos, plataformas e integrações. 

Embora originalmente o termo “indústria 4.0” tenha nascido para resolver problemas do setor de manufatura, o conceito está presente em todos os setores: varejista, hospitalar, energético, agropecuário, governamental e até pessoal (nas tecnologias que permitem termos smart homes, por exemplo), entre outros. 

Assim, o movimento da indústria 4.0 promove produtividade, redução de custos, controle do processo produtivo e customização da produção, conveniência, conveniência, entre outros benefícios. Tipicamente esses projetos são baseados em processos e tecnologias de infraestrutura para medição de indicadores. Mas o fator humano não pode ficar em segundo plano: no fim do dia, devemos usar a inovação para melhorar a vida de alguém. 

Levando esses fatores em consideração, começar a implementar elementos da Indústria 4.0 em um negócio observar algumas etapas, segundo a maturidade ou a necessidade da empresa. Então, para me assegurar de que um projeto leva em consideração o fator humano, antes de iniciá-lo gosto de fazer 3 perguntas, que são os pilares sobre os quais o trabalho acontece: 

1. Para quem é a solução?  

Fazer algo que sirva para todos pode ser difícil, então, antes de mergulhar no desenvolvimento de qualquer coisa, é uma boa estratégia fazer um exercício de empatia, se colocando no lugar de uma persona. 

O primeiro passo é olhar para os processos e ver como podem melhorar para as pessoas envolvidas neles. Tanto dentro da empresa quanto fora dela, a inovação por meio da tecnologia não precisa ser extremamente revolucionária e disruptiva, mas precisa facilitar a vida dos humanos envolvidos nela. Afinal, as tecnologias e metodologias estão subordinadas ao ser humano, e não o contrário. Sem o toque humano, de nada adiantam os robôs.  

2. Que problema é resolvido ou que conveniência é gerada?  

Não existe solução antes do problema ou conveniência antes da dificuldade, por menores que sejam esse problema ou essa dificuldade. Pense: por que o mercado de smart home vem crescendo, já que a tecnologia não é tão disruptiva e de alguma forma estava disponível? O que faz o negócio ou um conceito (como no caso das smart homes) escalarem é a conveniência que proporcionam. 

Pode ser que as pessoas nem tenham percebido ainda que precisam resolver determinado problema ou receber aquela conveniência; aí entra o poder de observação e pesquisa de quem trabalha com inovação. A partir de problemas simples, mas que a maioria das pessoas enfrentam, é que surgem produtos e serviços altamente escaláveis. 

Depois de entender tudo isso, é a hora da experimentação. Assim, podemos ir ao mercado em busca de startups que forneçam soluções ou resolver internamente caso haja essa possibilidade. Nesse momento, ainda são necessárias mudanças culturais para a transformação digital.  

3. Como vou medir o resultado dessa iniciativa?  

Se estou resolvendo o problema de alguém, preciso medir o resultado: pode ser por meio da satisfação alcançada, pela experiência adquirida, pelos recursos economizados, pelo aumento do lucro, enfim, existem “n” fatores que podem ser elencados a depender do projeto.   

Não é tão incomum nos perdermos nessa jornada. Por isso precisamos prestar atenção a um perigo existente ao realizar um projeto inovador: em alguns casos, nos apaixonamos tanto pela tecnologia ou pela inovação em si que esquecemos de medir o resultado real.  

Chegando a esse estágio, vemos a necessidade de uma mudança na abordagem para a completa implementação da indústria 4.0, focando o trabalho nos benefícios que estamos gerando para as pessoas envolvidas no processo tanto dentro da empresa quanto para os clientes.