Hans Paul Mösl*
Novas tecnologias chegam todos os dias ao mercado e permitem melhorar os processos de produção na indústria farmacêutica. Acompanhar a revolução da Indústria 4.0 proporciona melhor gestão, desde o planejamento da produção até a comercialização de medicamentos. A automação completa passa pela prevenção de falhas de máquinas e permite a rastreabilidade do processo industrial, algo tão crucial nesse ramo. Outros fatores importantes são redução de custo, mão-de-obra e principalmente a segurança de dados. Na Indústria 4.0, a visão precisa ser macro e todos os processos mapeados para que gerem economia e evoluam tanto nos quesitos de velocidade, praticidade e tecnologia.
Sabemos que na área farmacêutica a validação e a qualificação do processo de produção representam a garantia de um elevado padrão de qualidade, e isso só é alcançado hoje, por meio da atualização tecnológica e pelo aprimoramento dos processos.
Aquilo que o Brasil já evoluiu no contexto da Indústria 4.0 no ramo farmacêutico foi fundamental para o desenvolvimento do setor, mas é preciso aprofundar a pesquisa e implementar melhorias para obter a excelência em todos os processos. Entre as conquistas dos últimos anos está a inovação. As empresas têm buscado novas ideias que contribuam para o melhoramento da produção.
Antigamente, a indústria farmacêutica brasileira estava defasada, muito atrás no assunto tecnologia. Hoje vejo que, certamente ainda não estamos lado a lado com países da Europa, Ásia ou Estados Unidos, mas aprimoramos requisitos importantes.
Entre eles está a capacidade de prevenir falhas de máquina e evitar paradas desnecessárias. Para isso, contamos no Brasil com uma solução inédita desenvolvida na Alemanha, que permite promover total controle de uma linha de produção. Denominado Sistema Conexo, a tecnologia é baseada em radiofrequência (RFID) e visa gerenciar a validação e manutenção em indústrias sensíveis como a farmacêutica, podendo também ser utilizado na indústria alimentícia, biotecnologia, siderurgia, fertilizantes e peças automotivas, sistemas de energia, entre outros.
Esse tipo de solução permite o controle e a rastreabilidade para o melhor armazenamento de dados. Com isso, é possível gerenciar documentos como o Plano Mestre de Validação, cronogramas, qualificação de equipamentos, segurança das informações e utilidades usadas durante o processo e relatórios em geral.
O armazenamento digital de dados permite o controle fidedigno da documentação de validação, manutenção de processos ou da planta farmacêutica como um todo. Já houve tentativas anteriores de gerir todo o processo por meio de código de barras, por exemplo, mas a radiofrequência automatiza exponencialmente o resultado.
Quando ocorrem re-validações ou vistorias e é preciso rastrear componentes, por exemplo, o sistema localiza automaticamente os documentos pertinentes ao item solicitado, tais como, certificados, folha de dados, manuais, desenhos e outras informações que o operador da planta definir como prioridade quando da elaboração dos procedimentos operacionais.
Dada a velocidade de inovação por que passa a indústria farmacêutica, a capacidade de rastrear e documentar um processo, além de mantê-lo operante e ininterrupto, significa manter-se competitivo no longo prazo.
* Hans Paul Mösl é administrador de empresas e gerente geral de vendas da área PFB (farmacêutica, alimentícia e de biotecnologia) da GEMÜ Válvulas, Sistemas de Medição e Controle.