Um dos maiores complexos petrolíferos marítimos do mundo, responsável por mais de 50% da produção de petróleo do Brasil, a Bacia de Campos está em seu 41° ano de operação e soma produção de 13 bilhões de barris de óleo equivalente desde 1977.
Segundo Marcelo Batalha – gerente executivo de Logística, Manutenção e Suporte às Operações da Petrobras – os prognósticos são positivos e há fôlego suficiente para expandir a produção. Diversos projetos garantem que a Bacia de Campos continue a produzir por muito tempo, de forma economicamente viável e envolvem revitalização de campos, novos sistemas e investimento em projetos para aumentar o fator de recuperação, além de dez blocos exploratórios adquiridos pela Petrobras na Bacia de Campos, nas duas últimas rodadas de Leilão da ANP, comprovando que a bacia continua apresentando grande potencial geológico.
Contratado em janeiro deste ano, o projeto Marlim, com nove plataformas a serem substituídas por duas unidades com elevada capacidade de tratamento de água, é o caso de revitalização mais adiantado.
Exemplo de vitalidade é dado pelas descobertas no pré-sal em áreas que já produzem na camada pós-sal há alguns anos. Como exemplos, Batalha cita Albacora, que está completando 30 anos de produção e teve Forno como uma descoberta no pré-sal; Brava, abaixo da concessão em Marlim, já em produção na P-20; Jubarte e Baleia Azul, no Parque das Baleias, que estão produzindo no pré-sal na plataforma P-58 e no FPSO (Floating Production Storage and Offloading ou unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência), Cidade de Anchieta, reservatórios de Tracajá (campo de Marlim Leste), Carimbé (campo de Caratinga) e Poraquê Alto (campo de Marlim Sul).
Também estão previstos dois sistemas de produção na Bacia de Campos: o FPSO Campos dos Goytacazes, com capacidade de 150 mil barris por dia, entrou em produção nos campos de Tartaruga Verde e Tartaruga Mestiça em junho, com produção média superior a 20 mil barris por dia em 2018 e previsão de alcançar 80 mil barris por dia em 2019; e o projeto Integrado Parque das Baleias, no norte da Bacia de Campos (ES), um novo FPSO, com capacidade de 100 mil barris por dia, entrará em produção em 2021. O projeto para os campos de Jubarte, Baleia Franca e Cachalote, no complexo do Parque das Baleias, consiste da interligação de onze novos poços, que serão ligados à plataforma, além de remanejamento de alguns poços FPSO Capixaba e da P-58. Além disso, a Petrobras possui 90 projetos na Bacia de Campos para perfuração, completação e interligação de novos poços, além de projetos para manutenção e aumento da eficiência das unidades de produção que operam na Bacia.
Outras ações de gerenciamento de reservatórios e o desenvolvimento de novas tecnologias buscam aumentar o fator de recuperação. Nesse sentido, Batalha destaca “a parceria com a Statoil no campo de Roncador, por meio da qual pretendemos aumentar o fator de recuperação com a aplicação de técnicas diferenciadas que a Statoil já aplica atualmente nos seus campos no Mar do Norte. Essas técnicas incluem uso intensivo de sísmica 4D (que inclui mapeamento sísmico ao longo do tempo como uma quarta dimensão), conceitos de simplificação de poços marítimos e alternativas para projeto do layout submarino”.