Carnaval 4.0: samba e tecnologia, com robôs, chip e código de barras

O fechamento dos destiles do Grupo Especial do Carnaval paulistano foi com a escola de samba Rosas de Ouro, que levou para o Sambódromo do Anhembi os avanços tecnológicos com o enredo Tempos Modernos, criação do carnavalesco André Machado. Cerca de 2 mil fantasias estavam equipadas com chip para monitorar a evolução de todas as alas no Sambódromo e, numa ação de sustentabilidade, acompanhar o processo de devolução e descarte dos materiais usados na confecção das fantasias da Ala das Baianas e da “Código para o Futuro”. Nesta segunda ala, um QR Code – que também estava disponível em um leque de brinde aos foliões – podia ser lido pelos foliões com um smartphone para abrir um aplicativo com filtro que se integrava ao figurino.

Ao longo da avenida, antenas de captação de sinal por radiofrequência recebiam informações dos integrantes da escola durante o desfile por meio dos chips. Cada ala teve informações como horário de entrada, tempo de desfile em cada setor do sambódromo, evolução e outras informações que auxiliarão os dirigentes a organizar o desempenho.

O projeto – que teve à frente a Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil – considerou a interação com a sociedade sobre os benefícios que a revolução da indústria 4.0 já traz para a população. Para isso, a associação realizou ações de integração dos foliões com novas tecnologias por meio dos códigos ao longo da sua jornada desde os ensaios na quadra da Rosas de Ouro até o dia do Carnaval no Sambódromo.

E mais: Quem esteve no Anhembi teve a chance de ver, por um aplicativo de celular, um sexto carro usando tecnologia de realidade aumentada e em 3D; a comissão de frente mostrava o encontro entre o robô narrador do samba e Carlitos, personagem de Charles Chaplin em filmes como “Tempos Modernos”, de 1936; o carro abre-alas, batizado de “Máquina mortífera – distopia futurista”, contou com dois robôs fazendo os movimentos de articulações da alegoria; a bateria estava com a fantasia chamada de 5G, a atual fronteira tecnológica de comunicação móvel; o quarto carro alegórico teve uma “passista digital” que podia ser vista pelo app; e, encerrando o desfile, o “carro virtual”, acessado via aplicativo de celular através de realidade aumentada.

O time do projeto Carnaval 4.0 é uma organização formada por acadêmicos, especialistas de tecnologia de diferentes organizações e gestores e artistas da Rosas de Ouro que buscam contribuir com a transformação do país num Brasil 4.0. O apoio institucional ao Enredo Tempos Modernos é da Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil. Estão envolvidos ainda pesquisadores e alunos da Universidade de São Paulo (USP), Centro Universitário FEI e Instituto Mauá de Tecnologia, com o apoio do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT). As empresas fornecedoras de hardware, software e capacitação para as universidades foram PTC, Schneider Electric, Ladder, Universal Robots, Nokia, Staaubli Robotics, DHL, Dassault Systèmes, Dasa, GSC, ABB, Contric Robótica, Eplan, Infosphera, Quantum4, GRV Software e Sacrini Design. O Comitê de Gestão é formado pela SPI Integração de Sistemas, People+Strategy, EloGroup, CNC, ATTO, UMANTECH e N&DC.