Chegou a vez da lubrificação 4.0?

A formulações especiais, crescimento de mercado, técnicas e métodos de lubrificação somam-se utilização crescente de equipamentos de análise, monitoramento e automação dos procedimentos. Câmeras termográficas, análise de vibração, sistema de rastreamento, analisadores de corrente situam-se entre as inovações tecnológicas que auxiliam no acompanhamento da vida útil do elemento lubrificante e da condição do equipamento em operação, tendo como meta avaliar e acompanhar a performance dos equipamentos em uma indústria, inclusive como coadjuvante na escolha do fluido correto de acordo com a condição de operação de cada máquina.

Com a integração dos resultados das câmeras termográficas e as análises periódicas de óleo – explica o assessor técnico da Petronas –, “obtém-se um banco de dados que proporciona o mapeamento de todo o processo, e esse cenário corresponde à indústria 4.0 e seu objetivo de otimizar e de automatizar um processo, tendo como benefícios menor impacto ambiental, maior produtividade, menos custo com manutenção, entre outros fatores”.

“O lubrificador tem em mãos uma grande responsabilidade pelo desempenho dos equipamentos e sua confiabilidade”, constata Armando Marsarioli Filho, diretor global de Marketing e Distribuição da Semeq, recomendando que esse professional “tenha aptidão para o serviço, seja capacitado para a função, reconhecido e respeitado, além de ter seu trabalho acompanhado de perto pela manutenção, tendo em vista que esta é uma das atividades principais para a garantia da disponibilidade e da conservação desses ativos”.

Especializada em gestão da condição de ativos, com serviços em Manutenção Preditiva e Lubrificação, a Semeq – como informa seu executivo – preconiza a combinação do monitoramento da condição do equipamento pela análise do lubrificante a outras técnicas preditivas, tais como análise de vibrações, termografia, ultrassom e análise elétrica de motores (MCE).

Esse caminho é apontado por Marsarioli com resposta ao conceito da Indústria 4.0 que “está cobrando para que, cada vez mais, as fábricas estejam dotadas de recursos que viabilizem a inteligência artificial, visando ao controle centralizado e remoto de cada um desses sistemas contemplados pelo plano de manutenção, inclusive a lubrificação industrial”.

Elisson Gomes de Sousa – gerente de Manutenção e Facilidades da Eaton, em Valinhos, unidade responsável pela fabricação de transmissões mecânicas para veículos de passageiros, picapes, caminhões leves, médios e pesados, peças de reposição para transmissões mecânicas, além de comercialização de produtos como óleo para caixa de câmbio; correias automotivas para caminhões, ônibus e picapes; pneus e produtos para pneus e serviços – emite opinião semelhante. “Com o advento da indústria 4.0, as empresas procuram automatizar e monitorar seus processos de lubrificação, buscando informação em tempo real, além de redução de custos e consequente ganho de produtividade”, comenta.

A preocupação ambiental das empresas com o uso e o descarte destes óleos, assim como com a interação desses químicos com o ser humano, responsável por pesquisas que desembocaram no desenvolvimento de famílias de produtos biodegradáveis, é reforçada por Souza, que deixa um recado para a indústria de lubrificantes industriais: “Os fabricantes têm ainda muitos desafios, porém, as projeções apontam para a evolução da demanda por óleos de alta performance e também para a necessidade de desenvolvimento de aditivos que atendam as novas aplicações e o aumento do desempenho”.