Cibersegurança na indústria foi tema do ABIMAQ Inova 2019

Em sua 12ª edição, o fórum de tecnologia e inovação da indústria de máquinas e equipamentos ABIMAQ Inova apresentou e discutiu soluções e tendências tecnológicas, cases de sucesso de empresas, novos modelos de negócios e a transformação digital, destacando a importância da inovação para a competitividade da indústria brasileira.

Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); ameaças de ataques cibernéticos; ambientes de convergência entre Tecnologia da Automação e Tecnologia da Informação; cases de cibersegurança na indústria 4.0; governança e gestão de riscos; políticas de segurança e ações para proteção de sistemas; programas; redes e equipamentos foram alguns dos temas enfocados por especialistas.

Realizado no dia 12 de novembro, na sede da ABIMAQ, o 12º ABIMAQ Inova foi aberto pelo presidente executivo da ABIMAQ, José Velloso e por Anita Tereza Dedding, secretária Executiva do IPDMaq – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Máquinas e Equipamentos.

Manhã
Anita Dedding, gerente de Tecnologia da ABIMAQ

Na sequência, Rony Vainzof, sócio da Ópice Blum, enfocou “Gestão de governança de dados na era digital”. Lembrando que Proteção de dados não é uma escolha, contextualizou a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e destacou o efeito cultural dessa legislação, devido, principalmente, ao debate com diversos agentes e representantes da sociedade, que contribui para a maturidade de todos com relação ao tema. Ressaltou, também, o fato de a LGPD já “nascer com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Nosso desejo é de que haja uma construção colaborativa, ouvindo toda a sociedade e o próprio setor”.

A partir dos escritórios do Gartner nos Estados Unidos, Moacir Gomes – vice-presidente do programa executivo da consultoria – enfocou “Cibersegurança e os impactos e desafios nos negócios”. Como base de sua apresentação utilizou pesquisa recente que trata dos impactos da transformação digital nas empresas e define três impactos comuns a todas as empresas: financeiro, de reputação e questão regulatória. Para ele, “não há como se imunizar do risco. Por isso, é importante revisar o plano continuamente – e não apenas anualmente –, levando-o ao nível mais alto da empresa, com atenção muito grande do board, que deve participar cada vez mais e ter cuidado com as lacunas existes em como se faz a gestão de risco”. Informou, ainda, que o Gartner disponibiliza um mapa de manufatura que ajuda os gestores das empresas a olhar para a cibersegurança e os mecanismos de negócio, pois “é preciso olhar com mais atenção as métricas de negócio, visualizando área a área individualmente”, frisou

Os cuidados da Amazon Web Services (AWS) com privacidade e controle de dados e o modelo de inovação da corporação foi assunto tratado por Glauber Gallego – gerente de Arquitetura de Solução da AWS. Ao explicar a forma como a AWS lida com segurança e dá segurança ao cliente que usa sua nuvem, apresentou as ferramentas disponíveis que, pela combinação entre elas, permite estruturação da política de segurança.

A primeira parte do 12º ABIMAQ Inova foi encerrada com painel sobre “Impactos e desafios da Lei de Proteção Geral de Dados”, mediado por Remi Yun, consultora de Auditoria Investigativa na Suzano Papel e Celulose. Entre os debatedores, Anne Joyce Angher, sócia da Angare Angher e advogada da ABIMQ; Fernanda Maia, advogada associada da Pinheiro Neto Advogados; Paulo Perrotti, sócio da Perrotti e Barrueco Advogados Associados e presidente da Câmara de Comércio Brasil-Canadá; Márcia Sakamoto, especialista em Relações Institucionais e de Sustentabilidade da Siemens; e Adriana Tocchet Wagatsuma, executiva jurídica e compliance da Ford.

Tarde

Após o almoço, os temas foram voltados à cibersegurança em ambiente industrial. A primeira atividade – painel que tratou do “Atual cenário dos ciberataques. Como a indústria pode se prevenir?” – aconteceu sob a moderação de Diego Mariano, CEO da Birmind, tendo como debatedores Fernando Antonio Santos, Head of Corporate Sales da Kaspersky; André Tritapepe, gerente de Governança de TI e Segurança da Informação da Brasken; e Djalma de Carvalho, diretor de Tecnologia da Informação da Schneider Electric América do Sul; e Ghassan Dreibi, diretor de operações de Cibersegurança da Cisco. Os pontos principais dos debates tiveram como base estatísticas que sinalizam que 40% dos ataques se resolve com proteção e 60% com processos. Por isso, a questão não é de tecnologia, mas de como trabalhar com as pessoas, reforçou Santos.

“Os riscos e desafios da cibersegurança na nuvem” foi o foco da palestra de Nycholas Szucko, gerente de Cibersegurança na Microsoft. Entre suas recomendações, destaque para duplo fator para autenticação, migrar para autenticação sem senha, gestão de acesso a chaves, praticar periodicamente exercícios de resposta a incidentes e fazer uso de autenticador para acessar redes sociais.

O terceiro painel, também mediado por Diego Mariano, reuniu Guilherme Normanton, gerente do Centro de Competência da Belden; Eduardo Honorato, diretor de Cibersegurança da Munio Security; Rodrigo Fernandes, gerente de Cloud, App & Data Security na Logicalis; e Vitor Sena, líder global de Segurança da Informação da Gerdau; para tratar de “Os desafios em cibersegurança na indústria 4.0”.

O encerramento ficou a cargo de Felipe Prado – gerente de Sucesso do Cliente na IBM – que discorreu sobre “Cibersegurança na Transformação Digital”. Sua apresentação foi voltada a mostrar as vulnerabilidades dos sistemas e das empresas, tornando-as presas fáceis a hackers. “Há entre cinco e 20 vazamentos de dados por dia, e hoje, empresas estão hackeando concorrentes”, alertou.