Com performance em 2020 acima do esperado, setor pede reformas estruturantes

Em coletiva virtual realizada em 27 de janeiro de 2021, o presidente executivo da ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), José Velloso, comemorando os resultados de 2020, que ficaram 3 pontos percentuais acima do previsto, e o atendimento pelo governo de praticamente todas as sugestões da Entidade visando a mitigar os efeitos deletérios da pandemia na economia, reivindicou a aprovação pelo Congresso Nacional, de reformas – PEC 45 e PEC 110, principalmente –, até como forma de o País voltar a ser atrativo a investimentos.

“O Brasil precisa de investimentos. Desde 2015 vimos investindo anualmente entre 15% e 16% do PIB, quando o ideal é elevar esse patamar a no mínimo 20%. Para isso precisa tornar realidade as privatizações, os leilões de PPP e concessões públicas, por exemplo. No âmbito do Legislativo, é fundamental combater o Custo Brasil, reivindicação da ABIMAQ desde 2008, e conseguir aprovações das reformas Tributária, Emergencial e do Estado, reduzindo as despesas até como forma de melhorar a questão fiscal”, afirmou Velloso,  frisando que “não cabe, hoje, discutir que é melhor setorialmente, mas temos de trabalhar o País, que precisa ser reestruturado. Precisamos combater o novo coronavírus e o Custo Brasil. Essas são as necessidades para a economia”.

Essas reivindicações tornam-se mais essenciais uma vez que o setor de máquinas e equipamentos, durante 2020, fez a lição de casa e, em que pese a queda das exportações, cresceu e apresentou resultados acima dos esperados, tanto no mercado interno quando nas exportações.

Os resultados computados pelo Departamento de Competitividade, Economia e Estatística da ABIMAQ (DCEE) mostram crescimento acima das expectativas, afirma Cristina Zanella, diretora do DCEE, ressaltando que o mês de dezembro “trouxe-nos surpresa bem agradável, com crescimento de 36% nas vendas totais sobre o mesmo mês do ano anterior”.

Recuperação ainda foi notada nas vendas no mercado externo. Devido à pandemia do novo coronavírus as exportações – que são 1/3 do faturamento do setor representado pela ABIMAQ –decresceram significativamente, mas este indicador também se situou acima do previsto, que era -28% e ficou na casa dos 23,7%. Já as importações do setor ficaram 5,7% abaixo do resultado de 2019, devido à desvalorização do real.

“Crescemos em dezembro 30,7% em exportações sobre o mês de novembro, terminando o ano com crescimento das vendas para o mercado externo, mas ainda não dá para sabermos se isso se configura tendência. Precisamos de uns três meses para poder confirmar”, comentou Velloso.

“Com as importações em baixa, a melhora no consumo aparente de máquinas e equipamentos foi suprido pela produção local”, explica Zanella, lembrando que ocorreu uma inversão nas expectativas, pois, até o primeiro trimestre, “os equipamentos importados predominavam no mercado local”.

Os índices de emprego também situaram-se em alta, encerrando o ano com 0,5% de vagas reativadas. “As demissões ocorridas nos meses de março até junho foram todas recompostas”, informa a diretora do DCEE.