Plataformas de marketplace aproximam produtores e compradores que muitas vezes não teriam interação entre si
A prática do e-commerce na economia brasileira, nos últimos tempos, tem seu crescimento comprovado por várias pesquisas e resultados de empresas especializadas em implementação de e-commerce e marketplaces. A pandemia contribuiu para engajar novos parceiros a esse universo digital, tais como os setores industrial, de máquinas, equipamentos, implementos e insumos, proporcionando o desenvolvimento de empresas focadas em soluções de comércio eletrônico.
Como empresa de tecnologia que atua desde 2019 transformando negócios B2B ou B2C em marketplace, a Omnik – do Grupo FCamara -, é um exemplo. Plataforma escalável e customizável para marketplaces, a Omnik é um software na nuvem, entregue como serviço, capaz de se adequar e se tornar atrativa financeiramente a modelos de negócios de diferentes mercados e portes. Diante deste cenário, a Omnik viu o faturamento aumentar 25 vezes na comparação do primeiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período de 2020, possibilitando estimar 700% de evolução apenas no primeiro semestre deste ano sobre o mesmo período do ano anterior.
E o agronegócio, um dos setores de melhor desempenho na economia nacional, ao explorar o universo das vendas pela internet, pode potencializar seus ganhos. De acordo com Thiago Coelho, Head da Omnik, “empresas do agronegócio que possuem um marketplace digitalizam o processo de comercialização agrícola, conectando os agricultores às indústrias agrícolas e aos consumidores finais para fazer negócios no ambiente digital de forma segura e transparente”.
As vantagens podem ser percebidas para ambos os lados, promovendo ambiente de compras e vendas de produtos “com mais facilidade, rapidez e sem complicações, pois todas as etapas intermediárias da cadeia de suprimentos, como gestão de catálogo, gerenciamento do ciclo do pedido, gateways de frete, logística e suporte ao cliente, ficam sob responsabilidade da plataforma de marketplace”, reforça Coelho.
Além disso, a plataforma tem a função de aproximar produtores e compradores que muitas vezes não teriam acesso um ao outro, resultando em mais oportunidades de negócio. Há pouco tempo – recorda Coelho –, “o cliente do agronegócio passava horas ao telefone fazendo pesquisas para cotar produtos, serviços e o valor do frete, ou precisava se deslocar até uma loja especializada para comprar matéria-prima e outros itens que necessitava. Hoje, ele encontra o que deseja, seja grãos, sementes, trator, motosserra e outros equipamentos agrícolas, em um único lugar e sem sair de casa”.
Exemplos de sucesso são vários. Coelho, por exemplo, lembra do Grupo MF Rural, plataforma de marketplace dedicada ao homem do campo, que comercializa peças de reposição, colheitadeiras, aditivos e acessórios, implementos agrícolas, máquinas e equipamentos e caminhões. Cita, também, a Orbia, que negociou R$ 200 milhões em insumos agrícolas e vendeu mais de 75 mil toneladas de soja na plataforma; e a Agri Marketplace, plataforma completa para agricultores e compradores agroindustriais, que oferece diferentes serviços, a exemplo de venda de alimentos (grãos, café verde, azeite, nozes e cacau), inspeções de qualidade, suporte jurídico e pagamentos seguros.
Esses shoppings virtuais representam opção para a indústria de máquinas e equipamentos que deseja aumentar a receita, gerar valor, facilitar os processos e ampliar os tipos de produtos ofertados, uma vez que facilita o processo de compra e venda. Além disso, de acordo com Coelho, abre espaço para outros negócios e possibilidades: “Um fabricante de equipamentos que vende maquinários pode também começar a comercializar terrenos, mudas, entre outros produtos de interesse de seu público-alvo. Com isso, ele oferta mais produtos, consegue captar mais clientes e vender mais”.