Covid-19 leva a decréscimo de 27% no faturamento em relação a ano anterior

Os impactos das restrições  impostas pela pandemia da Covid-19 no setor de bens de capital mecânico resultaram, em abril, em queda de 27% no seu faturamento em comparação com o mesmo mês de 2019, somando mercado interno e exportações, registrando R$ 7,7 bilhões contra R$ 10,6 bilhões no ano anterior. Esses números – divulgados em 26 de maio pela ABIMAQ – Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos – anulam todo o crescimento acumulado pelo setor no primeiro trimestre de 2020, de 1,1%, e acumula queda de 6,5% até abril, em relação ao mesmo período de 2019.

De acordo com o Departamento de Economia da ABIMAQ, o recuo ocorreu tanto nas vendas realizadas no mercado interno quanto no mercado externo na análise interanual. Internamente, o faturamento de R$ 6,96 bilhões, em 2019, resultou em R$ 4,98 bilhões em 2020, o que representa queda de -28,5%, enquanto que em relação ao mês anterior o recuo foi de 33,3%. Já com relação às exportações o recuo foi ainda maior: as vendas em abril, em dólares, foram 41,6% inferiores, mas a desvalorização do Real frente à moeda norte-americana aliviou parte da queda, que se situou em 24% na moeda nacional.

O resultado das exportações em abril também foram afetados pela desaceleração do comércio internacional e se caracterizou com retração das vendas em 41,6% contra queda de 17,8% em março. Desse modo, o resultado do ano, de janeiro a abril acumula redução das exportação de máquinas e equipamentos da ordem de 20,8%, indo de US$ 3,53 bilhões no período no ano passado, para US$ 2,5 bilhões neste ano. O único resultado positivo envolve as exportações de máquinas agrícolas (3%), enquanto as maiores quedas foram de máquinas para logística e construção civil (-38,8%), máquinas para bens de consumo (-26,7%) e para indústria de transformação (-24,2%).

Importações

As importações brasileiras de máquinas e equipamentos também recuaram em abril em relação a março. Essa queda foi de 38,1%, mas, mesmo assim, o período acumula crescimento de 55,8%. Todavia, segundo destaque do Departamento de Economia da ABIMAQ, essa evolução não originou aumento dos investimentos no mercado interno, sendo que 26 pontos percentuais foram influenciados pelas modificações previstas no Repetro Sped, que prevê e internacionalização de bens em operação no  território nacional. Desse modo, excluindo o resultado destas operações, as importações de US$ 7,5 bilhões, caem para US4 6 bilhões no período de janeiro a abril, elevação de 25% contra os 55% registrados.