Por Katiuscia Teixeira, Chief Human Resources Officer (CHRO) da Zenvia, plataforma de experiência do cliente
Fazendo uma analogia ao corpo humano, a cultura de uma empresa funciona como o coração. Se ele é o responsável pelo bombeamento do sangue para o restante do corpo, levando os demais órgãos a funcionar adequadamente, a cultura no cenário corporativo é o que define o modus operandi da empresa. E como construir uma boa cultura organizacional? Mantendo crenças e valores bem estabelecidos e coerentes com o que se pratica todos os dias, em todas as atitudes que tomamos. A área de Pessoas e Cultura tem um papel crucial nesse processo, uma vez que tem a função de nutrir esse grande organismo com pessoas que estejam alinhadas com seu propósito, além de guiar os processos, símbolos, sistemas, ferramentas e comportamentos que manterão o corpo saudável e funcionando adequadamente.
Logo, o primeiro passo para a construção de uma cultura é explicitar o que a empresa acredita e estabelecer de forma muito transparente e simples o que espera das suas pessoas. Dessa forma, é possível solidificar os valores e as crenças, elementos que norteiam o como a organização espera atingir seus resultados.
Trabalhando há anos na área de tecnologia, posso afirmar que, fundamentalmente, o lado humano é a base norteadora de como uma empresa opera, de como os processos são estabelecidos. Não é à toa que as habilidades socioemocionais, como as soft skills, são cada vez mais requisitadas. Isso não significa que o conhecimento técnico se tornou irrelevante, mas, sim, que não é o único elemento importante para a contratação de talentos. Por exemplo, em um contexto de trabalho remoto, certas competências são inegociáveis e fazem a diferença na hora da escolha do(a) profissional e processo seletivo: responsabilidade, autonomia, proatividade, flexibilidade, boa comunicação e senso de urgência, para citar algumas competências.
Com as expectativas definidas em relação ao comportamento e desempenho de suas pessoas, a empresa consegue focar seus esforços no desenvolvimento e retenção daqueles que compartilham das mesmas crenças e do propósito. No entanto, essa é uma via de mão dupla. Ao mesmo tempo em que a companhia anseia por profissionais alinhados com o que acredita, ela também deve estar atenta às necessidades das diferentes pessoas que sonham (ou ainda não) somar àquela organização. Se a empresa proporciona um ambiente em que seus colaboradores possam ser quem são e expressar suas ideias, com autonomia, flexibilidade e se sentindo estimulados pela liderança, provavelmente colherá frutos muito positivos, similares ao de um corpo saudável e em crescimento.
Agindo de forma coerente, correta e transparente, a possibilidade de construir uma história de sucesso e da qual as pessoas se orgulham é apenas uma consequência. Colocando esses tópicos em prática, a empresa construirá uma cultura organizacional forte e saudável, estimulando que todos e todas que trabalham para a marca se tornem mais do que defensores dela, mas sim promotores. Independentemente do segmento de atuação, gostar de interagir com pessoas, ouvir e compreendê-las, respeitá-las e inspirá-las é o dever de toda liderança de pessoas, não é à toa que a área se chama People.