Desaceleração da economia global e incertezas geopolíticas justificam resultados do Grupo TRUMPF

O Grupo TRUMPF registrou declínio de 3,6% nas vendas, para 5,2 bilhões de euros, no encerramento do ano fiscal 2023/24, em 30 de junho de 2024 (ano fiscal 2022/23: 5,4 bilhões de euros). A entrada de pedidos caiu pela segunda vez consecutiva, para 4,6 bilhões de euros (exercício fiscal de 2022/23: 5,1 bilhões de euros). Isso é 10,4% menor que no ano anterior. O resultado operacional antes de juros e impostos (EBIT) diminuiu 114 milhões de euros, para 501 milhões de euros, como resultado da redução das vendas face ao ano anterior (615 milhões de euros). A margem EBIT caiu para 9,7% (ano anterior: 11,5%).
 

De acordo com Nicola Leibinger-Kammüller, CEO da TRUMPF, “a desaceleração da economia global e as incertezas geopolíticas levaram a uma relutância significativa em fazer novos investimentos entre clientes em todos os continentes no último ano fiscal. Sentimos também os efeitos de uma concorrência mais acirrada. Olhando para o futuro, assumimos que os próximos meses do atual ano fiscal continuarão a ser caracterizados por uma procura persistentemente fraca. A TRUMPF combate esta crise econômica com medidas de redução de custo, mas mantendo os investimentos em P&D.”

Brasil acompanha movimento de retração global, mas mantém expectativa positiva para o ciclo 2024/25

O Brasil seguiu os mercados internacionais, com redução de aproximadamente 12% nas vendas, na marca de 60 milhões de euros. A entrada de pedidos recuou 20%, comparado ao excelente ano fiscal anterior. “O ano 2022/23 foi muito aquecido globalmente, levando a prazos de entrega mais longos. Com isso, muitos pedidos foram antecipados, o que explica o menor movimento no ano fiscal 2023/24. Mas, já percebemos uma recuperação neste novo período, iniciado em julho“, diz João C. Visetti, CEO da TRUMPF Brasil. .

O desaquecimento nos setores de máquinas e implementos agrícolas e de construção civil também colaboraram para a queda na entrada de pedidos. Segundo a ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) o setor de máquinas agrícolas registrou queda de 21,5% em 2023, e segue em baixa, com redução acumulada de 25,8% de janeiro a agosto de 2024. Já o setor de construção civil, especialmente o chamado segmento de linha amarela, destinada à movimentação de terra, teve retração estimada de 21% em 2023, segundo estudo da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), mas mantém previsão otimista de 7% de aumento nas vendas, em 2024. Outro setor relevante para os negócios da TRUMPF é a fabricação de caminhões, que também apresentou retração em 2023 (12%), embora o segmento de implementos rodoviários tenha registrado uma pequena alta de 2,45% no emplacamento de reboques e semirreboques.

Visetti ressalta que as máquinas de entrada foram destaque no ano fiscal 2023/24, atraindo clientes novos, muitos dos quais compraram a sua primeira máquina, ou primeira máquina TRUMPF. “Cerca da metade dos pedidos vieram dos clientes novos, o que é muito bom, porque ele começa com uma máquina de entrada, cresce e vai buscando outras máquinas “, diz ele.

Visetti ressalta que, hoje, uma máquina de entrada da TRUMPF produz muito mais do que a similar de 10 anos atrás, com mais qualidade e economia de gás e outros insumos. “Se corrigir pela inflação internacional, a nova custa menos de 25% do preço da máquina de 10 anos atrás. A tecnologia avançou muito e o custo, comparativamente, caiu“.

Para o ano fiscal 2024/25, a expectativa é de crescimento na entrada de pedidos de, pelo menos, 30%, considerando todas as linhas de máquinas e serviços tecnológicos da TRUMPF. “Seguimos otimistas “, diz Visetti.

Maiores mercados e Divisões de negócios

O maior mercado único da TRUMPF em termos de vendas foi a Alemanha com 824 milhões de euros (ano anterior: 779 milhões de euros), o que corresponde a um aumento de 5,8%. Nos EUA, no entanto, as vendas caíram significativamente, 11,5%, para 796 milhões de euros (ano anterior: 899 milhões de euros). Na China, o maior mercado asiático, a TRUMPF aumentou ligeiramente as vendas em 2,2%, para 615 milhões de euros (ano anterior: 602 milhões de euros).

Olhando para as divisões de negócios, a divisão de Máquinas-Ferramentas alcançou as vendas mais elevadas, com 2,8 bilhões de euros (ano anterior: 3 bilhões de euros). A divisão Tecnologia Laser registrou um declínio nas vendas, alcançando 1,4 bilhões de euros (ano anterior: 1,5 bilhões de euros, ajustados para a área de negócio Eletrônica).

As vendas na área Eletrônica, desmembrada da área de Tecnologia Laser desde o ano fiscal de 2023/24 e é reportada separadamente, alcançaram 572 milhões de euros. Isto corresponde a um pequeno aumento de 4,8% face ao ano anterior (546 milhões de euros). A área de negócio EUV (Extreme Ultra Violet), também reportada separadamente, alcançou vendas de 943 milhões de euros. Isto corresponde a um pequeno decréscimo de 2,9 % ante o ano anterior (971 milhões de euros).
 

Crescimento do número de empregados no Grupo

O número de funcionários da TRUMPF aumentou em cerca de 650 pessoas no último ano fiscal. Novos empregos foram criados, em particular, nas áreas de negócios EUV e Eletrônica. No fechamento do balanço, em 30 de junho de 2024, a empresa empregava 19.018 pessoas em todo o mundo (ano anterior: 18.352). Na Alemanha, o número de empregados aumentou 4,2% para 9.505 (ano anterior: 9.124). Destes, 6.283 trabalharam nas sedes em Ditzingen, Gerlingen, Hettingen e Höfingen. No ano em análise, 560 jovens concluíram um curso de formação ou um programa de trabalho-estudo cooperativo, resultando num índice de formação de 2,9%, ligeiramente inferior ao do ano anterior (3,5%). 

O número de funcionários em pesquisa e desenvolvimento aumentou 8,6%, para 3.098 (ano anterior: 2.853). Com 530 milhões de euros, os investimentos em pesquisa e desenvolvimento foram significativamente superiores às do ano anterior (476 milhões de euros). A proporção entre investimentos de P&D e vendas aumentou assim para 10,3% (ano anterior: 8,9%) e manteve-se num nível historicamente elevado, bem acima da média da indústria.