EIMA Internacional: comitiva brasileira garante que indústria brasileira está no mesmo patamar

Durante a 44ª EIMA International, realizada em Bolonha, Itália, de 19 a 23 de outubro de 2021, cerca de 60 países integraram comitivas de empresários organizadas pela Agência para a internacionalização das empresas italianas (ICE), um departamento para a promoção e intercâmbios da Embaixada da Itália.

Do Brasil, 12 representantes de empresas participaram e, com exclusividade, a revista Máquinas & Equipamentos – presente na cobertura do evento a convite dos organizadores – três deles falam sobre o que viram e as metas para 2022: Metalúrgica Tuzzi, Menta Máquinas Agrícolas e Coopercitrus.

Alexandre Tuzzi, da Metalúrgica Tuzzi, destaca, entre as tendências mostradas na Itália, que “o processo de eletrificação dos equipamentos, a automação e a conectividades são tendências sem volta. Temos de nos manter atualizados nessas informações para acompanharmos e evoluirmos com isso em nossos sistemas de produção sustentável com baixa emissão de carbono”.

O protagonismo brasileiro no mercado internacional – garante Tuzzi – é patente “no universo de fornecimento de alimentos para o mundo”, e a indústria nacional dá sua contribuição, “integrando essas tendências às máquinas e equipamentos”.

“Visitamos vários estandes e confirmamos que o Brasil está no rumo certo. O Brasil não deve nada ou quase nada às marcas que têm aqui na Europa”, confirmou Matheus Menta. Ele reforça que com um pouco mais de investimento, “por parte do governo, e vamos sempre sair na frente, porque os produtos brasileiros podem ser considerados de primeiro mundo”.

Integrou a comitiva brasileira um cliente importante do setor de máquinas e equipamentos agrícolas: a Coopercitrus, com presença em 68 municípios brasileiros e estrutura que envolve lojas de vendas de máquinas, tratores, insumos e tantos outros produtos e equipamentos imprescindíveis ao produtor rural, desde projeto de plantio, preparo de solo, sementes, até máquinas que vão plantar, cultivar e colher. Essa estrutura – informa Fernando Degobbi, presidente da cooperativa – confirma  “nosso know how  e nos permite dar suporte ao cooperado tanto no equipamentos quanto na própria venda, na assistência e no planejamento da lavoura”.

Agradecendo o convite da Italian Trade Agency, reconheceu a qualidade da organização, “com agendas definidas com as empresas que temos condições de conhecer aqui, inclusive empresas familiares, que estão trazendo equipamentos com muita tecnologia, muita inovação envolvida, com muito foco e trabalho visando à agricultura mais sustentável”, frisa Degobbi.

À preocupação de todos os elos do agro com a sustentabilidade e âmbito mundial, Degobbi agrega “o desejo de todas as indústrias estarem no Brasil, que hoje é o país que tem o maior potencial agrícola do mundo, e com muita coisa realmente acontecendo no País nesse setor, estão buscando o modo de desenvolver esse planejamento para estar no mercado brasileiro. Percebemos isso nas conversas e também no interesse que essas indústrias têm pelo Pavilhão Italiano na Agrishow, do qual muitas empresas participam e já confirmaram presença para a edição 2022”.

“Foi muito bom ver essa retomada de eventos presenciais, tudo muito organizado, com bastantes empresas e pessoas, com controle e organização”, reafirmou Degobbi, admitindo: “Foi uma excelente oportunidade de poder acompanhar aqui esse evento, um dos primeiros que está acontecendo na pandemia”.

Perspectivas 2022

Um panorama otimista foi descrito pelos entrevistados. Para Tuzzi, por exemplo, o primeiro semestre deverá ser muito bom, e o segundo semestre “moderado, com pequeno crescimento, embora com variáveis como clima, China e eleições, entre outras, que devem ser levadas em consideração conforme o tempo passa”.

Matheus Menta acredita que “2022 poderá ser considerado como um dos melhores dos últimos dez anos, não só para o Brasil, que produz alimentos, mas para o mundo. Vamos ter alto consumo, e o Brasil é o único país que pode responder a isso rapidamente”. No entanto, no horizonte descrito por Menta, “a política pode segurar um pouco, mas o ano será bom”.

Definindo 2022 como o “ano mais desafiador dos últimos 30 anos, que é o tempo em que trabalho no agro”, o presidente da Coopercitrus creditou essa percepção à existência de muitas variáveis, tais como “inflação, alta de juros, problemas logísticos, grande aumento nos custos de produção e nos insumos, problemas na cadeia de suprimentos e de entrega de peças e de equipamentos, que trazem muitos desafios”.

Em contrapartida, Degobbi, realça que o cenário descrito fará com que o ano seja ruim, mas “traz muitos desafios” e, por outro lado, citando estatística da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – desenhou um outro quadro, em que estão presentes crescimento nas safras de milho, soja e algodão, lado a lado com dificuldades com café, cana-de-açúcar e citros devido a geadas e estresse. Permeando esses acontecimentos, “preços muito forte das commodities agrícolas, hoje e no mercado futuro. Ou seja, de um lado temos custos subindo e de outro, os problemas citados. Quem souber fazer esse planejamento bem feito, colocar as pedras no tabuleiro de forma estratégica, com certeza vai ter excelentes resultados em 2022”, prevê

Também integraram a comitiva empresarial brasileira: Arag do Brasil, Agro NZ, Agrimix, Allbion, Inroda, Menpe, DRS, Veneto e Valmat

A EIMA International é organizada pela FederUnacoma, federação italiana de fabricantes. Essa Exposição Mundial de Máquinas Agrícolas é tradicionalmente realizada bienalmente, mas, em 2020, devido à emergência sanitária, foi transferida para o período de 19 a 23 de outubro de 2021.  Marcando a retomada de eventos no gênero, a 44ª Eima International conta com a presença de 1.350 empresas expositoras, sendo 350 estrangeiras, representando mais de 40 países e exibindo mais de 40 mil modelos nos 14 setores especializados e 5 espetáculos temáticos em que o evento é dividido: Componentes, Verde, Energia, Digital e Hydrotech. O evento é reconhecido como o fórum que conecta o mundo agrícola, o mundo industrial, as atividades de pesquisa, as questões ambientais e as atividades de orientação e coordenação política e administrativa, sendo assim, um ponto de encontro das cadeias de suprimentos agroindustriais. A próxima edição já tem data definida: novembro de 2022.

A revista Máquinas & Equipamentos cobriu o evento a convite dos organizadores.