A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial – EMBRAPII está desenvolvendo, em parceria com a multinacional brasileira de metalurgia Tupy, um projeto de inovação que vai possibilitar a reciclagem de baterias de lítio. Pesquisadores da Unidade EMBRAPII TecnoGreen da Escola Politécnica da USP atuam na solução. Com investimento de R$ 4 milhões, a tecnologia vai contribuir para menor gasto de energia, redução de emissões e mais materiais recuperados.
A proposta tem como objetivo atender a uma alta demanda da indústria, pois, geralmente, os processos de reciclagem de baterias no Brasil são feitos por meio de pirometalurgia, quando a matéria-prima é coletada e depois incinerada. Nesse sistema, ocorre um alto consumo de energia, as emissões de carbono são elevadas e a perda na recuperação de materiais como o lítio é muito grande.
Segundo a empresa, a pesquisa vai ajudar a resolver este problema, pois será concentrada na técnica de hidro metalurgia, um processo em que a matéria-prima é dissolvida em soluções ácidas e, então, extrai-se a substância desejada. Esse método consome menos energia, gera menos emissões de carbono e possibilita uma maior recuperação de materiais.
“Um desafio importante para a viabilidade dos veículos elétricos é o ciclo de vida de produto, principalmente, quando falamos das baterias, que contêm uma variedade de matérias-primas metálicas, de terras raras e não renováveis. Para isso, é necessário investir em reciclagem, o que diminuirá a necessidade de extração e o impacto ambiental”, diz Jorge Tenório, coordenador do Larex e da Unidade Embrapii Tecno Green, sediada na USP.
Fernando Cestari de Rizzo, CEO da Tupy, destaca a sinergia do projeto. “Acreditamos que conhecimento gera transformação. Foi investindo em P&D que a Empresa cresceu e se tornou referência mundial em componentes estruturais para o setor de bens de capital. Buscamos continuamente novas oportunidades de negócios que demandem soluções tecnológicas em metalurgias complexas e materiais. Somando isso à nossa forte atuação na economia circular, faz muito sentido que sejamos habilitadores desta iniciativa.”