Entrevista: A evolução das manutenções preditivas e à distância no cenário atual

A necessidade de alta produtividade faz com que, em muitas indústrias, a parada de manutenção seja uma dificuldade devido aos custos envolvidos no processo e a redução do ritmo de produção. Por isso, cada vez mais, o setor industrial tem procurado por soluções que proporcionam tranquilidade nesse processo. Pensando nisso, a Schneider Electric, líder global na transformação digital em gestão da energia elétrica e automação, investe nesse segmento e, segundo Patrícia Cavalcanti, diretora de Field Services da Schneider para o Brasil, a evolução do segmento de manutenção é perceptível e há crescente necessidade de tecnologia nos parques industriais.

Confira na entrevista abaixo.

Como têm evoluído os processos de manutenção de máquinas no parque industrial brasileiro? 

Ter uma manutenção simplesmente periódica, sem o acompanhamento prévio da linha de produção, acaba desfavorecendo as grandes indústrias. Isso porque, nesse caso, é preciso ter paradas de dias para realizar a melhoria nos equipamentos, gerando diminuição de produtividade e um aumento na geração de custos. Para resolver isso, soluções de manutenção que consigam transformar o processo periódico em uma manutenção preditiva, ou seja, voltada para a condição do equipamento e que não depende da periodicidade do fabricante, têm ganhado cada vez mais força. 

Uma manutenção preditiva em que é possível entender os dados fornecidos pelos produtos e equipamentos e que, a partir dessas informações, possa prever e evitar problemas é de grande importância para as indústrias. Nesse caso, ainda não estamos falando de uma manutenção à distância, pois a verificação visual do equipamento ainda continua sendo muito importante. Mas a manutenção à distância é, também, um serviço que tem ganhado bastante força.

Afinal, acompanhar o desempenho de operação e produção, bem como fazer gestão remota de equipamentos com relatórios de monitoramento e análises, sem a necessidade de deslocar um profissional ou um time até o local é de grande vantagem. Isso reduz custos, aumenta a precisão de análise de dados e permite um ganho de tempo e de produtividade. 

Com a pandemia, esse tipo de serviço teve algum impacto?

Sem dúvida. Houve uma aceleração exponencial na aceitação desse tipo de serviço – principalmente da manutenção à distância. Isso porque, além de todas as vantagens de se ter uma manutenção voltada para a condição do equipamento, é possível evitar riscos às pessoas já que são menos funcionários dentro de uma subestação ou sala elétrica. 

Nesse sentido, já estão disponíveis no mercado diversas tecnologias que permitem um monitoramento remoto.  Antes da pandemia também era possível ver uma movimentação da indústria nesse caminho. Porém, com a pandemia, a necessidade do distanciamento social e trabalho remoto aumentou (até mesmo na cadeia de produção), o que tornou esse processo muito mais procurado pelo mercado.

Como sua empresa trabalha para fomentar esse mercado?

Para ajudar com esse tipo de manutenção, a Schneider Electric tem diversas soluções dentro da arquitetura EcoStruxure que são parte do nível mais avançado do que chamamos de camada análitica. Podemos citar diversos exemplos, como: EcoStruxure Asset Advisor, que consiste em serviços de gerenciamento de desempenho de ativos para aumentar a segurança e reduzir o tempo de inatividade; o Augmented Operator Advisor, que permite aos usuários da tecnologia experimentarem uma fusão do ambiente físico e da vida real com objetos virtuais; e o EcoStruxure Power Advisor, serviço baseado em análise para sistemas de gerenciamento de energia.

Cada solução tem um objetivo específico de análise de dados de produtos, com o intuito final de evitar qualquer tipo de parada para clientes. Além disso, com o papel de prever possíveis problemas, sejam eles na distribuição elétrica, em qualidade de energia, nos equipamentos de IT, entre outros.