Metodologia usual em países como Noruega, a produção de energia eólica marítima vem sendo considerada como alternativa viável, apesar de mais cara do que a produção onshore. Os primeiros passos vêm sendo dados pela Petrobrás, que durante três anos mediu os ventos no litoral do Rio Grande do Norte e Ceará, identificando potencial de geração na região de cerca 140 GW, aproximadamente 90% da potência total instalada hoje no Brasil. Essa decisão vem ao encontro das estratégias da empresa, que envolvem se preparar para um futuro baseado em economia de baixo carbono.
Trabalhando com a meta de instalar, até 2022, o primeiro aerogerador na primeira planta piloto eólica offshore no País, hoje, a companhia realiza estudos junto a instituições de Ciência e Tecnologia e universidades federais (UFRN, UFRJ e UFJF), que abrangem análises de logística, infraestrutura, fundações e transmissão de energia de instalações eólicas offshore no Brasil.
O objetivo deste projeto de Pesquisa & Desenvolvimento é entender o potencial eólico offshore brasileiro e obter informações para subsidiar decisões futuras de empreendimentos no setor, entendendo como principal desafio, além do regulatório, tornar esta fonte de geração de energia competitiva para que este potencial possa ser aproveitado também no Brasil.
De acordo com informações da própria Petrobrás, o Ibama já emitiu o termo de referência com as diretrizes que devem ser seguidas para a obtenção do licenciamento ambiental. No momento, a Petrobras está levantando os dados ambientais disponíveis para, em seguida, iniciar, por meio de uma empresa parceira, a elaboração do relatório ambiental para o licenciamento da planta.
O projeto de instalação da planta-piloto será amplamente flexível: a energia produzida pelo aerogerador poderá ser consumida pela própria plataforma a que ela estará conectada por meio de um cabo submarino, ou poderá ser enviada a terra, para ser comercializada. Para produção de petróleo em águas profundas existem desafios tecnológicos e econômicos que ainda precisam ser estudados.
E mais: em 26 de setembro, a Petrobras e a empresa norueguesa Equinor assinaram memorando de entendimentos, que não estabelece obrigações para as partes empreenderem quaisquer negócios, mas indica a intenção das empresas em trabalhar conjuntamente para desenvolver projetos no segmento de energia eólica offshore. Em outras palavras: o documento marca um início de parceria, mas ainda não define tecnologias a serem implantadas.
Além do projeto piloto da Petrobrás, neste momento, segundo informações disponíveis no site do Ibama, mais dois projetos estão em fase inicial de licenciamento: Complexo Eólico Marítimo Asa Branca I, com 400 MW, projeto da Eólica Brasil, e Complexo Eólico Caju, da Rialma Energia Eólica, que totaliza 30 MW de potência instalada, no Maranhão.
E no que depender da indústria fornecedora, há tecnologia e capacidade disponíveis. Como lembra o diretor da Romi, com 7 mil km de costa, “o potencial é enorme e a demanda por equipamentos será ainda mais massiva, já que as turbinas offshore podem chegar a 12 MW de potência. Nossa estrutura já está preparada para atender a esta demanda”, garante Vita.