De 1987 até hoje, a atividade da Esquadros evoluiu de fabricante de esquadrias – produto que gradativamente teve sua produção descontinuada – a uma das principais empresas brasileiras fabricante de máquinas para processamento de bobinas metálicas, como linhas de corte e perfiladeiras.
A história tem como palco central a cidade de Franca (SP), onde, aos 16 anos, Claudio Silva – filho de serralheiro, que trabalhava com o pai desde os 7 anos – decidiu abrir uma serralheria e convidou um ex-funcionário do pai, dois anos mais velho que ele, para ajudá-lo na empreitada.
Transcorridos 35 anos, a empresa está preparada para continuar crescendo em ritmo exponencial – garante seu fundador – “que será cada vez mais acentuado. Temos metas ambiciosas: no mínimo dobrar o faturamento a cada ano”.
O caminho está traçado. Neste momento a Esquadros está finalizando investimento ao redor de R$ 30 milhões com recursos próprios, em máquinas, equipamentos e estrutura civil de um novo prédio. E, nem bem finalizou a obra, Claudio Silva já programou o próximo passo: “Com mais três vãos de 24 m de largura, elevaremos o tamanho da fábrica que hoje tem 15 mil m² para cerca de 32 mil m². Nessa ampliação de 2022, conseguiremos tornar nossas linhas de produção independentes, com vida própria, o que significa aumentar em quatro vezes a nossa capacidade produtiva”.
Com DNA de inovação e tecnologia, a Esquadros tem todo seu parque de máquinas de usinagem conectadas em rede: “Criamos tecnologia e para isso usamos muita tecnologia. Fazemos preset de ferramentas em máquinas para preparação e controle dimensional, programação de máquinas em software de programação, tudo integrado e puramente 4.0. Assim, desde a concepção da peça projetada, todo o trabalho é digital e as informações são transmitidas para as máquinas de forma sistêmica. Na máquina nós temos controle dimensional através de ferramentas como Renishaw e outras, que foram implantadas em todas as máquinas e controlam os desgastes de ferramentas, reprogramam e garantem a precisão das peças”.
A consequência desses investimentos e desenvolvimento se materializa na linha de produtos e na segurança das máquinas, “que realmente são equipadas com NR12”, frisa Claudio Silva, ao exemplificar: “Há máquinas que só a Esquadros faz no Brasil, como perfiladeira de perfil estrutural rodando a 60 metros por minuto, fazendo estampos incorporados com velocidade real de 42 metros por minuto; máquinas de telhas com guias de entrada do material feitas com rolamentos, eliminando atrito direto com o aço; máquinas de telhas com cortes motorizados, entre outras. Temos centenas e centenas de máquinas instaladas com baixíssimo histórico de manutenção nos últimos anos”.
A evolução
Já no primeiro ano os resultados comprovaram a assertividade da decisão: trabalhando com produtos padronizados – esquadrias e portões – comercializados em lojas de materiais de construção e serralherias da região, a empresa constrói sua sede própria, com 300 m². Anos depois, troca esse prédio por dois lotes, no distrito Industrial, construindo, em um deles, com área de 5 mil m², o primeiro prédio, onde chegou a produzir 1.500 esquadrias por dia.
A partir de 2003, a divisão mecânica da Esquadros, responsável pela fabricação das máquinas que a empresa utilizava, conquistou sua independência e transformou-se no principal negócio: “Gradativamente diminuiu-se a fabricação de esquadrias, até paralisar totalmente, passando a investir só na fabricação de máquinas para processamento de bobinas metálicas, oferecendo uma gama muito grande de máquinas para desbobinar e cortar o material, tanto transversal quanto longitudinalmente (slitter) e combinadas, assim como perfiladeiras para perfil estrutural equipadas com conjunto de estampagem incorporado, que atendem o segmento de estruturas para placas fotovoltaicas (energia solar), além de máquinas para todos os perfis de telhas metálicas”, recorda Claudio Silva.
Esta matéria estará na próxima edição da Revista Máquinas & Equipamentos que será lançada em breve! Leia aqui as edições anteriores