Otimismo talvez seja a palavra – ou o sentimento – mais presente entre os expositores da FEIMEC 2024. Há quem garanta que é a base do pensamento empreendedor. Hernane Kaminski Cauduro – diretor da Metalwork – comprova sua participação nesse grupo quando resume sua expectativa como sendo a de “gerar novos negócios, promover produtos e lançamentos e, ao mesmo tempo, encontrar clientes e parceiros. Em 2023, os resultados da empresa foram dentro da expectativa em geração de negócios. Com a FEIMEC 2024, estamos otimistas”.
Maior e melhor feira nacional para lançamentos de tecnologias. É assim que, segundo Candido Schonarth – gerente Nacional de Vendas de Compressores Parafuso da Schulz – a empresa vê a FEIMEC e, coerentemente, investe em inovação, inclusive com recursos do Finep.
Nesta edição, entre as novidades que a equipe Schulz preparou para os visitantes, Schonarth lista o lançamento de compressores da linha SRP 5000 Flex com motor de imã permanente (que reduz em até 50% o consumo de energia); compressores da linha SRP 4000 Flex Alta Pressão (os únicos no mercado com pressão de até 20 bar); Schulz Link (sistema de IoT para monitoramento de compressores de parafuso focado na indústria 4.0) e Schulz Rental (locação de compressores de parafuso isentos de óleo).
Para os expositores a FEIMEC é uma vitrine privilegiada de tecnologias habilitadoras do conceito de indústria 4.0, mesmo considerando que “no Brasil, a indústria 4.0 ainda está engatinhando, mas crescendo a passos largos”, define Fernando Jank, diretor da SigmaNEST, desenvolvedora de soluções que contribuem ‘com os usuários de três maneiras: Integração de software mais profunda, interface simples e poderosa e produção previsível de alta qualidade na máquina”.
Ao que tudo indica, essa receita está dando certo. Mesmo sem fornecer números, Jank garante que “nossa empresa vem crescendo a cada ano, em 2023, tivemos um resultado bastante importante e esperamos superá-lo em 2024”. Para isso, conta com a colaboração da FEIMEC 2024: “Como sempre, temos a expectativa de efetuarmos novos negócios e estreitarmos o relacionamento com nossos parceiros, além de mostrar ao mercado nossas soluções para os problemas existentes em nossa área”.
A FEIMEC, com os diversos segmentos industriais presentes, “representa mercados cruciais para nós, oferecendo várias oportunidades para nossas linhas de produtos, desde motorredutores até acionamentos para a indústria de controle de movimento, incluindo robótica, automação e centros de usinagem de precisão”, confidencia Eduardo Albuquerque, gerente de Marketing da Sumitomo Drive Technologies
A incorporação de inversores de frequência ao portfólio foi também uma aposta certeira da Sumitomo, uma vez que a decisão redundou em “grande aceitação pelo mercado, o que nos permitiu fornecer soluções completas e conquistar novos clientes”, ressalta Albuquerque.
Além de lançamentos de produtos, a empresa inova em sua participação na FEIMEC: “Estaremos presentes com dois estandes distintos, um dedicado aos nossos redutores e motorredutores, e outro à nossa linha de inversores de frequência da Invertek Drives”, anuncia o gerente de Maketing da companhia, assegurando que “nossa prioridade é fornecer máquinas e equipamentos de longa vida útil e confiabilidade superior, integrando nossas soluções à indústria 4.0 através do nosso sistema de monitoramento. Desde a compreensão das necessidades de nossos clientes até a entrega do produto, dedicamo-nos a proporcionar baixa manutenção e alta disponibilidade operacional”.
A materialização desse princípio apresentado por Albuquerque está, por exemplo, na possibilidade de os redutores serem passíveis de personalização de componentes, como “bases, freios, acoplamentos, sistemas de refrigeração, motores elétricos, sistemas de monitoramento e inversores de frequência, oferecendo aos nossos clientes uma gama completa de opções”.
“Levar mais inovação, tecnologia de ponta e conectividade com nossas soluções em metrologia dimensional e mostrar na prática alguns de nossos produtos, além de fazer networking com clientes e parceiros do mercado, que é muito importante. Atualmente, o mundo passa por muitas mudanças, e o conceito de indústria 4.0 já é uma realidade. O Brasil também precisa acompanhar tais transformações e avançar em eficiência produtiva. Nesse sentido, a Mitutoyo acompanha esse avanço e se destaca em soluções de conectividade, aprimorando as facilidades de uso de seus produtos”, resume Kátia Kidani de Sousa, gerente de Marketing da Mitutoyo a participação nesta edição da FEIMEC.
A perspectiva de Kátia Sousa considera os resultados obtidos na Expomafe, em 2023: “Recebemos a visita de indústrias de todo o mundo e expandimos nossa atuação para diversos segmentos industriais, como alimentos, hospitalar, automobilística, entre outros. Para 2024, objetivamos alavancar as vendas dos produtos lançados na feira e contribuir para o desenvolvimento industrial brasileiro”. Na Feimec 2024 vai acontecer a campanha promocional Renova Mitutoyo, que tem o objetivo de estimular os clientes a trocarem seu maquinário e equipamentos por versões mais novas e com condições especiais de pagamento.
Inovação – declara Sergio Luiz Eidt, CEO da Ciriex Abus – “é inerente aos componentes que utilizamos para obter o produto final aqui no Brasil, pois nossa empresa tem parceria com uma das empresas da Alemanha mais desenvolvidas no ramo em que atuamos. Com isso, mesmo sem investimento direto em inovação, estamos em perfeita sintonia com o desenvolvimento industrial europeu”. E complementa: “Não há nenhuma defasagem técnica entre os produtos produzidos e comercializados na Europa e os aqui produzidos, comercializados e entregues ao mercado brasileiro”.
Após um ano (2023) com volume de vendas muito próximo ao de 2022, Eidt confia que 2024 computar crescimento na casa de 2 dígitos, “novamente nos colocando no patamar de vendas anterior à pandemia”.
“Vamos levar a última geração de máquinas de corte a laser e dobra para clientes que desejam iniciar no segmento ou ampliar a linha de produção com máquina de qualidade reconhecida, que aumentam a produtividade e reduzem custos, mantendo qualidade excepcional”, garante João Carlos Visetti, CEO da Trumpf Brasil.
Essa, na realidade, é a grande novidade da Trumpf, fabricante conhecida internacionalmente por máquinas de grande porte e que agora volta o olhar também para o mercado de prestadores de serviços ou de empresas de pequeno porte que desejam ganhos qualitativos e aumento da produção.
Para Visetti, o fundamental não é mostrar o produto, mas “estar com os clientes, investir em relacionamento, e aproveitar a oportunidade para falar sobre o portfólio e os diferenciais de nossa tecnologia”.
Esses são alguns ingredientes do sucesso da Trumpf, frisa seu CEO. Com ano fiscal de julho a junho, a empresa, tanto no Brasil quanto globalmente, vem registrando conquistas expressivas. Para o exercício que se encerará em breve, o resultado financeiro deve seguir evoluindo, pois, ao contrário dos anos anteriores “em que tínhamos um backlog muito grande, estamos vendo um arrefecimento do mercado, o que nos anima prever um faturamento recorde”.
A expressão “expectativas as melhores possíveis” para Fabricio Pereira, responsável pelo Marketing da Andorinha, é sinônimo de “muitos negócios iniciados e/ou concretizados no próprio evento”. E a empresa vai para a FEIMEC 2024 com a meta definida e devidamente fundamentada no balanço da Expomafe 2023: “Tivemos um resultado muito bom com cinco equipamentos vendidos e esperamos dobrar esse número para o evento de 2024”, confessa.
Sua posição leva em conta a expertise da empresa e os resultados que seus produtos proporcionam. “Sempre buscamos soluções que melhorem o resultado dos nossos clientes. Quando falamos em equipamentos e ferramentas para serrar, falamos em mais produção e menos perdas (de material e tempo de produção)”, detalha Pereira.
“A Feimec é um espaço propício para a apresentação de novas tecnologias e realização de negócios. Acreditamos que estar presente e apresentar ao mercado nossas soluções mais modernas é imprescindível para estarmos mais próximos do cliente e para a promoção da nossa marca institucional”, constata Luís Felipe Carrijo Silva, engenheiro de aplicações na Esquadros, que com “engenharia própria, área de pesquisa e desenvolvimento de produtos, investe em softwares de CAD/CAM/CAE e de gestão do negócio, bem como em máquinas e equipamentos de última geração para os mais diversos processos de fabricação”.
Detentora de várias patentes, a Esquadros fornece soluções com tecnologias como IoT, digitalização por sensoriamento, segurança digital, sistemas de simulação, computação em nuvem, entre outras, pois trabalha com a certeza de que “inovação e tecnologia trazem consigo impactos positivos significativos na vida do negócio”.
Márcio Fernandes Garcia – diretor de Soluções Robóticas da Yaskawa Motoman, antecipa que no estande de 150 m2 e muitas novidades, como robô colaborativo, as atrações terão um lado lúdico, para levar os visitantes a experiências especiais e até inéditas: “Um sistema robotizado com robôs servindo chopp e um sistema inovador e exclusivo de um Robô Barista, resultado de parceira da Yaskawa Motoman com a Bicafé, uma experiencia única e com o melhor café expresso disponível”.
O olhar institucional
Em consonância com as indústrias expositoras, os coordenadores da CSMF, da CSQI e do GT-Solda e Corte acreditam nos resultados positivos do evento.
De acordo com Bosco, em 2023, observou-se redução de aproximadamente 20% na produção física do setor de máquinas-ferramenta, o que “é preocupante e reflete desafios significativos enfrentados pela indústria, como alto custo de capital e insumos”. No entanto, o presidente da CSMF garante que o otimismo ainda se faz presente, até porque “nota-se alguns indicadores da economia brasileira mostrando sinais de recuperação. A expectativa de melhora pode ser sustentada por fatores como a retomada gradual da atividade econômica, investimentos em infraestrutura e a recuperação do consumo”.
“Estamos enxergando uma forte recuperação dos investimentos da indústria no segundo semestre em tecnologia, equipamentos e processos. Falar de resultados válidos é tarefa complexa, devido à soldagem e corte estar presente em muitos segmentos como atividade meio. Mesmo assim, com base nas reuniões que realizamos na ABIMAQ, 2023 foi um bom ano, apesar de ter registrado volume de negócios inferior ao do exercício anterior”, resume Ubirajara Costa.
Para o coordenador do GT-Solda e Corte, o fato de, no primeiro trimestre de 2024, os investimentos em ativos por parte da indústria registrarem queda, o cenário está melhorando: “Conseguimos verificar tendência de alta no segundo trimestre e certamente haverá ótima aceleração de crescimento no segundo semestre”.
Peixoto tem percepção em alguns pontos diferente da de seus pares. De acordo com o executivo, “2023 foi um bom ano para a maioria das empresas da CSQI. Ainda aproveitando a recuperação da pandemia, novos investimentos foram destravados no Brasil. 2024, porém, ainda está um pouco morno para nosso segmento. Estamos basicamente suprindo manutenções de empresas, sem perspectivas de grandes projetos novos”.