“É possível dividir a história da ABIMAQ em antes e depois da criação da Frente Parlamentar de Apoio à Indústria de Máquinas e Equipamentos, porque a comunicação com o Executivo e o Legislativo até então era eventual, voltada a causas específicas. Com a FPMaq, a ABIMAQ passou a ser ouvida e até buscada quando os assuntos relacionam-se ao setor, aumentando a representatividade da Associação”, resume Hernane Kaminski Cauduro, vice-presidente da ABIMAQ, líder do Grupo de Trabalho de Ação Política da Entidade e um dos responsáveis pela sede Rio Grande do Sul.
A Frente foi criada em 5 de agosto de 2015, seguindo os preceitos definidos para que as Frentes Parlamentares tenham cunho oficial, afinal é uma forma de a sociedade organizada ter interlocução direta com o Legislativo e o Executivo. Ao longo desses quase sete anos, a ABIMAQ “soube conquistar os espaços e ampliar sua credibilidade, estruturando equipe dedicada às interlocuções com deputados federais alinhados com o pensamento do setor industrial, que têm um compromisso com o setor na agenda legislativa, que se propõem a tratar de agenda pró competividade e de gargalos do setor ”, explica Cauduro.
A meta alinhada pelo vice-presidente da ABIMAQ é fortalecer a FPMaq e conquistar mais apoio de deputados federais alinhados com a indústria nacional.
Como afirma Hiroyuki Sato, diretor-executivo de Assuntos Jurídicos e de Financiamentos da ABIMAQ/SINDIMAQ, esse instrumento materializa “o exercício da cidadania através da participação na vida política da Nação, afinal, o distanciamento entre o representante eleito e os seus eleitores e a comunidade que o elegeu, pode ser perfeitamente corrigido através da criação de frentes parlamentares formadas por políticos de pensamentos e convicções diversos, mas unidos por elos de uma causa comum e de interesse público”.
“A dinâmica desenvolvida por grupos de parlamentares em defesa de setores da economia ou de segmentos da sociedade é prática comum e grandemente valorizada nos parlamentos, como o dos Estados Unidos, da França, Alemanha e de outros países, mas ainda pouco conhecida do grande público aqui no Brasil. A divulgação deste lado da atividade parlamentar será, sem qualquer dúvida, um importante fator de fortalecimento do próprio regime democrático”, destaca o diretor-executivo de Assuntos Jurídicos e de Financiamentos da ABIMAQ/SINDIMAQ.
Os resultados podem ser dimensionados de várias formas. Pesquisa realizada anualmente no âmbito da ABIMAQ – usando a metodologia Net Promoter Score (NPS) – mediu a satisfação e o grau de fidelidade das associadas, considerando entre os indicadores a representatividade do setor, e – comemora o idealizador da FPMaq no âmbito da Entidade – “a frente foi muito elogiada”. A satisfação geral com a ABIMAQ foi levemente superior comparada com a do ano anterior, atingindo 8,9 (+0,1).
Relações Governamentais – À frente do trabalho cotidiano a partir do escritório em Brasília (DF), está Walter Filippetti, diretor-executivo de Relações Governamentais da ABIMAQ. Monitoramento é a base de toda a atividade desenvolvida, e a tarefa é grandiosa: “Os deputados apresentam 7.000 Projetos de Lei por ano, e os de interesse do setor precisam ser garimpados nesse conjunto. Hoje, são aproximadamente 900 projetos de lei em andamento que merecem a nossa atenção, sendo que ao redor de 50 são prioritários”, relata.
A atividade compreende, também, ações em conjunto com outras entidades, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio do Conselho de Assuntos Legislativos (COAL), responsável pela construção da Agenda Legislativa da Indústria que, em 2022, apresenta 151 projetos prioritários para o desenvolvimento do País em tramitação no Congresso Nacional que estão relacionados com 12 considerados de maior impacto sobre o ambiente de negócios brasileiro.
A visão dos membros
“Tenho orgulho de ter criado a FPMaq e de ter sido seu primeiro presidente”, declara o Deputado Federal Jerônimo Goergen, com a certeza de que “isso fez com que a articulação da ABIMAQ com Brasília e com o mundo legislativo tivesse peso completamente maior do que tinha, pois a ABIMAQ por si só já era gigante, mas passou a ter um grupo de parlamentares identificados com o setor. Isso mudou a relação do setor de máquinas e equipamentos com o Congresso Nacional, dando forças políticas para quem já era forte, mas que agora também o é no campo legislativo”.
Atual Presidente da FPMaq, o Deputado Federal Vitor Lippi entende que “a importância da Frente no Congresso Nacional se justifica pelo apoio às indústrias do nosso país. Precisamos lembrar que todos os países desenvolvidos têm indústrias fortes, pois elas são geradoras de riqueza, de empregos, além de agregar valor aos produtos, estão sempre inovando, investindo em pesquisas e aprimoramento de seus produtos, dos seus trabalhadores, bem como ampliando a sua competitividade”.
Uma Frente Parlamentar forte e bem estruturada, na visão de Lippi, é aquela que discute os principais temas afetos, neste caso, às indústrias nacionais: “É de extrema relevância, especialmente na atual conjuntura, em que o País não tem um Ministério da Indústria, pasta prioritária em inúmeras nações prósperas”, e complementa: “Vale lembrar que empreender, do pequeno ao grande, no Brasil, é uma tarefa hercúlea, visto que temos um dos piores sistemas tributários e um dos piores ambientes de negócio, resultando num Custo Brasil oneroso e burocrático para quem mais gera empregos”.
Emprego e investimento – Como a FPMAQ trabalha pelo futuro da indústria nacional e pelo bem do País, de acordo com o Deputado Federal Vanderlei Macris, que também já foi Presidente da Frente e hoje faz parte da sua Diretoria, “não existe no mundo país desenvolvido ou emergente que não tenha uma indústria de máquinas forte e competitiva. O Brasil errou ao deixar de lado investimentos na produção e na tecnologia. Os países asiáticos se despontaram justamente por terem foco na indústria de máquinas e equipamentos, que é a indústria estruturante, que equipa e abastece todos os demais setores produtivos”.
Ao reconhecer avanços ao longo desses anos, Goergen exemplifica com um fato recente, “quando relatei a desoneração da folha, que foi uma conquista muito importante para o setor”. Ratificando essa visão, Lippi e Macris alertam que essa conquista é significativa para os 17 setores diretamente envolvidos, mas beneficia todo o País, pois manterá 6 milhões de empregos e a economia brasileira um pouco mais sadia.
“A portaria 309/19, que mudou o método de análise de produção nacional para fins de Ex-Tarifário afetando diretamente o fabricante nacional, que já enfrenta problemas conhecidos por todos nós, principalmente com as altas cargas tributárias”, também vem merecendo atenção da FPMaq, pois “essa medida é altamente prejudicial, injusta e está sempre no radar da nossa Frente Parlamentar, para que possamos, junto ao Ministério da Economia, encontrar uma solução adequada, que não penalize ainda mais as nossas indústrias brasileiras, em especial os setor de máquinas e equipamentos, bem como o eletroeletrônico”, afirma Lippi.
Ferramenta de esclarecimento – Definindo-se como apaixonado por máquinas e informando que “antes de me tornar deputado federal, fiz Engenharia Mecânica e toquei minha própria indústria”, Alexis Fonteyne, Diretor da FPmaq, vivenciou “as dificuldades que encontramos no País para desenvolver esse setor. Nesse sentido a Frente Parlamentar da Indústria de Máquinas e Equipamentos tem o importante papel de unir Deputados e Senadores em torno da defesa do desenvolvimento da indústria de máquinas e equipamentos. Também por isso, tive a iniciativa de criar a Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, com o objetivo de tirar do papel propostas que sejam capazes de melhorar o ambiente de negócios no País”.
O Deputado Newton Cardoso Júnior, Diretor da FPmaq, comentando que “o Congresso Nacional é a favor de uma participação cada vez maior da produção nacional no crescimento da nossa economia”, reafirma “da parte da Câmara dos Deputados, do Congresso Nacional, que a ABIMAQ é uma das entidades mais parceiras do Congresso. A FPMaq é justamente a união entre a ABIMAQ e o Congresso, permite a melhor análise, sem viés, mas rígida e fiel à realidade do setor de máquinas e equipamentos. É uma entidade confiável que, sabemos, tem um posicionamento sempre a favor da geração de empregos, do crescimento econômico e do desenvolvimento brasileiro”.