Instituições financeiras e ABIMAQ atuam em conjunto no apoio e no estímulo à indústria

Juros altos e dificuldade de crédito são dificuldades comuns às empresas no Brasil e, muitas vezes, inviabilizam investimentos em renovação do parque e em pesquisa, desenvolvimento e inovação.

Cumprindo seu papel de entidade representativa, a ABIMAQ mantém parceria com diversas instituições financeiras, sejam bancos públicos e privados, agências de fomento, cooperativas de crédito e bancos de desenvolvimento que repassam linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e desenvolvem linhas próprias para indústria, agropecuária, inovação, sustentabilidade, máquinas e equipamentos, entre outras.

Cada instituição parceira tem suas peculiaridades e algumas, como bancos e agências de fomento, área de abrangência delimitada. Comum a todas são as linhas desenhadas em conjunto com a ABIMAQ e o suporte dado pelo Departamento de Financiamentos da Entidade a seus associados e seus clientes sobre linhas de financiamento disponíveis no mercado para produção, aquisição e exportação de máquinas e equipamentos produzidos no País; capital de giro; projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação tecnológica, inclusive indústria 4.0; projetos de investimento para implantação, ampliação e modernização de empresas.

O DEFI da ABIMAQ atua como Posto de Informações do BNDES e como ponto de apoio para as indústrias de máquinas e equipamentos no contato om as instituições financeiras parceiras; orienta e informa sobre o credenciamento de máquinas e equipamentos das fabricantes associadas no Cadastro de Fabricantes Informatizado (CFI) do BNDES para o Finame; desenvolve e disponibiliza material de apoio sobre financiamentos, entre outras ações.

Diálogo permanente

No caso específico do BNDES, a ABIMAQ mantém diálogo permanente e muito próximo com resultados positivos para os dois atores. José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, destaca a importância desse relacionamento: “A parceria permite uma divulgação mais ampla, por parte da ABIMAQ, das soluções de crédito disponíveis no BNDES aos associados. Assegura também a existência de um canal de comunicação para identificação das necessidades do mercado a serem reportadas ao BNDES, que avalia e verifica a possibilidade de implementação de soluções financeiras aderentes ao que foi demandado.”

“Associações como a ABIMAQ nos ajudam a compreender as demandas do setor, aproximam-nos das empresas e ajudam a repercutir a atuação do Banco. Com isso, conseguimos apoiar projetos de investimentos exitosos para gerar mais renda e empregos qualificados, melhorando a qualidade de vida da população”, afirma Gordon.

O executivo reconhece que “a existência de uma associação como a ABIMAQ para representação dos interesses da indústria nacional foi fundamental para a construção do parque industrial brasileiro. Em um setor com ampla presença de empresas de pequeno e médio porte, o papel de uma entidade representativa sólida se faz ainda mais relevante, pelo vasto conhecimento que concentra e pelo papel crítico que esta associação de classe tem na elaboração de políticas públicas junto ao governo.”

A parceria entre BNDES e ABIMAQ sempre visou ao fortalecimento da indústria e caminhou de forma colaborativa, afinal, como declara Gordon, para o Banco, “a ABIMAQ representa um canal permanente de diálogo com a indústria, que possibilita a compreensão das demandas do setor em diferentes momentos da economia brasileira. Por sua vez, a ABIMAQ tem no Banco um parceiro público capaz de fazer a interlocução com o Governo Federal e viabilizar políticas públicas, sobretudo no que diz respeito a crédito e garantias, atendendo às principais necessidades dos setores por ela representados.”

Listado entre os principais repassadores do BNDES, o Banco do Brasil é outro parceiro da ABIMAQ. Essa colaboração entre o BB e a ABIMAQ, para Julio Vezzaro, diretor Corporate Bank, gera “uma série de benefícios, como o acesso a créditos para empresas que buscam investir em inovação e crescimento e o fortalecimento do relacionamento com grandes players do setor industrial, promovendo a criação de soluções financeiras personalizadas que atendem às necessidades específicas dessas empresas. Proporciona, também, impacto positivo na economia regional e nacional, impulsionando o desenvolvimento industrial e econômico do País. Isso alinha-se com os objetivos do Banco de promover a inovação e o crescimento sustentável, consolidando sua reputação como uma instituição comprometida com o fortalecimento da economia brasileira a longo prazo.”

A parceria atende, ainda, os tomadores de crédito – constata o diretor do BB –, pois “oferece diversos benefícios para as empresas do setor de máquinas e equipamentos. Primeiramente, esses tomadores podem ter acesso a uma ampla gama de produtos de crédito, que inclui linhas de financiamento com condições competitivas para aquisição de novos equipamentos, modernização de plantas industriais e implementação de soluções tecnológicas avançadas, assim como a possibilidade de acesso a programas de incentivo e subsídios governamentais, que podem reduzir substancialmente o custo do crédito e promover o desenvolvimento sustentável das empresas, contribuindo para a competitividade e a sustentabilidade do setor.”

Os ganhos para as empresas envolvem a possibilidade de obterem consultoria financeira especializada, capaz de contribuir com as empresas na identificação das melhores opções de crédito e no planejamento dos investimentos de maneira eficiente e estratégica. Finalizando, Vezzaro inclui o fortalecimento da confiança entre o Banco do Brasil, os investidores e os parceiros comerciais, “melhorando a imagem e a credibilidade das empresas junto ao mercado. Este suporte financeiro robusto e direcionado é essencial para a expansão e evolução contínua do setor de máquinas e equipamentos, contribuindo para o crescimento econômico do Brasil.”

Condições diferenciadas aos tomadores de crédito, taxas competitivas, prazos alongados, consultoria especializada e acesso a produtos financeiros inovadores, integram as soluções do Santander, instituição “com forte atuação no setor industrial, incluindo bens de capital metalmecânicos. O segmento industrial representa uma parcela relevante da carteira de crédito do banco, 40% das operações de financiamentos de leasing e CDC e 50% em Finame são máquinas e equipamentos, o que reflete seu compromisso com o desenvolvimento econômico e a competitividade das empresas brasileiras”, alega Paulo Duailibi, diretor de Produtos PJ e Imobiliário do Santander.

No balanço de 2024, em relação ao mesmo período anterior, o Santander Brasil registrou “aumento expressivo no volume de financiamentos para o setor industrial, com foco na aquisição de máquinas e equipamentos. Houve crescimento de 8,5% nas operações direcionadas a esse segmento em comparação com 2023, refletindo a maior demanda por modernização e aumento de capacidade produtiva das indústrias”, constata Duailibi, convicto de que “esses resultados destacam a eficácia das estratégias do Banco em apoiar a competitividade industrial, com soluções financeiras personalizadas, sustentáveis e integradas à digitalização.”

Resultados e perspectivas do BNDES no setor industrial

Os reflexos da aproximação entre BNDES e ABIMAQ, para Gordon, podem ser dimensionados pela evolução dos montantes alocados, que “acompanham o movimento de retomada do apoio do BNDES ao setor industrial iniciado em 2023. O apoio ao setor de bens de capital faz parte da história da atuação do BNDES, pois representa a base da produtividade. Este compromisso histórico com a indústria e, em especial, com o setor de bens de capital vem sendo amplamente reforçado com o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB).”

Importante notar que “não houve desaceleração do apoio do Banco à agropecuária, de maneira que o BNDES tem registrado aprovações crescentes nos últimos anos, inclusive acompanhando a tendência de incremento nos valores destinados pelo Governo Federal ao Plano Safra”, assegura o diretor do Banco.

A materialização dessa evolução é facilmente notada pelos resultados obtidos, lembra o diretor do BNDES. Por exemplo, em 2024, as aprovações de crédito somaram R$ 212,6 bilhões (aumento de 22% em relação a 2023 e 61% a 2022). A indústria contribuiu com R$ 52,4 bilhões, o que significa aumento de 132% frente a 2022, a agropecuária com R$ 52,3 bilhões, evolução de 92% na comparação com o mesmo ano. A título de comparação, as aprovações do BNDES para o setor de bens de capital metalmecânico em 2022 foram de 2,4 bilhões (3,7% do total) e, em 2018 e 2019, chegaram ao menor patamar em 20 anos, somando respectivamente R$ 1,2 bilhão e R$ 1,3 bilhão (2,5% e 4,1% do total).

Outra forma relevante de apoio do BNDES ao setor industrial de bens de capital – reforça Gordon – dá-se pelo financiamento à comercialização de máquinas e equipamentos: “Isso significa financiar quem compra da indústria e, com isso, fomentar a produção nacional. Em 2024, aprovamos R$ 42 bilhões para comercialização de máquinas e equipamentos, um acréscimo de 9% em relação a 2023. Comparando com 2022, o aumento é ainda maior, chegando a 23%.”

Perspectivas

No caso do BNDES, em 2025, os planos envolvem, por parte do Banco, manter a trajetória positiva “que iniciamos em 2023 e reforçamos em 2024 com empenho e dedicação da atual Diretoria e dos funcionários do Banco, que estão embarcados na retomada do BNDES como um ator relevante na economia brasileira. Falando especificamente sobre indústria, a proximidade e o diálogo com as representações do setor produtivo é um elemento essencial da nossa estratégia de atuação”, garante Gordon.

Entre as metas dessa instituição financeira está ampliar as operações do Programa BNDES Mais Inovação; fortalecer as ações no setor de biocombustíveis para o qual o Banco possui instrumentos como funding geral e o Novo Fundo Clima, entre outras iniciativas ligadas ao desenvolvimento e à produção de novos biocombustíveis. Deseja, ainda, entrar com mais força na questão da transição energética no setor industrial e ampliar o apoio às exportações de bens e dar continuidade à exportação.

Com portfólio variado, a Caixa, informa Fernanda Martins Viana de Castro – superintendente nacional da instituição –, alinha entre seus planos para 2025 “estreitar a parceria com a ABIMAQ, focando em ações voltadas à facilitação do acesso ao crédito. Em 2024 participamos do Congresso ABIMAQ, como patrocinador, e realizamos um webinar sobre as linhas de crédito que a Caixa tem para a Indústria. Também formulamos um e-book com todo o portfólio do banco, dando destaque para os produtos e serviços que possuem condições especiais.”

No Santander, o objetivo para 2025 é reafirmar “ainda mais nosso compromisso em apoiar clientes e parceiros, oferecendo soluções financeiras personalizadas que priorizam inovação, sustentabilidade e operações estruturadas”, conta o diretor do Santander, sinalizando a intenção de a instituição continuar investindo em digitalização, inteligência de dados e iniciativas ESG, “contribuindo para a competitividade das empresas e o desenvolvimento econômico do País. O Santander Brasil permanece atento às dinâmicas econômicas e empenhado em apoiar com suporte necessário para que nossos clientes naveguem com sucesso em 2025.”

Para atender seu planejamento a instituição financeira conta com a contribuição da parceria com a ABIMAQ, afinal, esse acordo “traz benefícios mútuos: para o banco, fortalece sua presença no setor e amplia seu portfólio de serviços; para as indústrias, proporciona acesso facilitado a crédito, impulsionando modernização e crescimento”, resume Duailibi, ou seja “a parceria fortalece o relacionamento com as indústrias de máquinas e equipamentos, permitindo maior proximidade com as necessidades do setor e desenvolvimento de soluções financeiras personalizadas.”

Cooperativas: foco em benefício aos associados

O setor de bens de capital metalmecânico é estratégico para a economia. Essa condição sinalizada por Mariana Zaniol – gerente de Produtos do Sicredi – responde por “parceria sólida com a ABIMAQ e compromisso com o desenvolvimento de empresas do segmento e se reflete em soluções financeiras personalizadas que apoiam investimentos, modernização e expansão. Estamos sempre atentos às demandas desse setor para continuar contribuindo de forma relevante para o seu crescimento. Por isso, as perspectivas para 2025 incluem continuidade do crescimento sustentável, expansão de produtos e serviços financeiros, e maior foco em inovação e tecnologia para atender as necessidades dos cooperados.”

Para o público empresarial, a parceria com a ABIMAQ traz benefícios como maior acesso ao setor industrial, fortalecimento de relações comerciais e oportunidades de desenvolvimento conjunto de soluções financeiras específicas para o setor. Prova é que em 2024, o Sicredi financiou cerca de R$ 786 milhões em repasse de recursos para empresas, crescendo 98% sobre o ano de 2023. Já para o público agro, no mesmo período, o sistema cooperativo financeiro financiou mais de R$ 6,7 bilhões em máquinas e equipamentos (32% a mais do que em 2023).

O fortalecimento do setor agroindustrial e o fomento ao crescimento do setor no Brasil motivam a parceria entre a Credicitrus e a ABIMAQ, inclusive em resposta ao compromisso dessa Cooperativa – a maior cooperativa de crédito do Brasil, com mais de 40 anos de atuação no mercado financeiro – no atendimento aos seus associados, “o que nos permite oportunizar de maneira mais eficiente e com vantagens diferenciadas suas linhas de crédito gerando benefícios reais para os cooperados na realização de seus projetos”, afirma Fabio Fernandes, diretor de negócios da Credicitrus.

Consequentemente, para Fernandes, por meio da parceria com a ABIMAQ, “conseguimos ofertar condições diferenciadas para os cooperados, desde o financiamento de máquinas e equipamentos ao aporte financeiro para implantação de energia fotovoltaica seja para os lares, fazendas, empresas, indústrias, entre outros.”