Investimentos em obras rodoviárias virão do setor privado, garante diretor da Camargo Correa Infra

“Atualmente o nível de ocupação das construtoras é baixo, especialmente quando comparado aos anos de pico. Entretanto, a reversão já aconteceu e a tendência é positiva, com a expectativa de aumento da atividade nos próximos anos”. Essa declaração de Robson Campos, diretor-executivo Comercial e de Novos Negócios da Camargo Corrêa Infra, mostra que os negócios para as construtoras começaram a ser retomados, “basicamente no mercado de energia elétrica, que se caracteriza por ambiente regulatório mais estável, com leilões anuais de geração e transmissão, e no setor de mobilidade urbana (metrôs, BRTs e VLTs), pela necessidade de integrar os diversos modais nas grandes cidades, e obras rodoviárias, para escoar a produção industrial e do agronegócio e aumentar a produtividade da economia”, relata.

No que diz respeito às obras rodoviárias e viárias, “a área de logística é a que demanda maior volume de recursos”, constata Campos, com a certeza de que “crescimento mais robusto virá do setor privado, por meio de concessões e PPPs, e não mais do setor público”.

Perspectivas da Camargo Corrêa Infra são positivas e estendem-se aos próximos anos, decorrentes da retomada de algumas obras, que terão continuidade e se solidificarão em 2020

Fundamentado em concessões rodoviárias finalizadas – como a Integração Sul, MT-320 (concorrência realizada no ano passado, mas assinada em 2019) e BR-364/365MG-GO – e na licitação prevista de PIPA (Piracicaba a Panorama), que “será a maior concessão da história do País, com um total de R$ 14 bilhões e 1.273 km de extensão”, o diretor da construtora confirma que “a expectativa é a melhor possível, pois em 2019 houve uma clara mudança de rumo na área de infraestrutura em relação aos anos anteriores. Os fundamentos para a retomada, em boa parte, estão dados e são sólidos. É importante que as diversas reformas sejam aprovadas, amplificando a confiança dos investidores. Além disso, o crescimento da economia precisa ser acelerado, principalmente através dos investimentos para geração de emprego e renda, causando um ciclo virtuoso no Brasil”.

E as perspectivas dessa nova empresa – criada em outubro de 2017 para gerir novos contratos, como braço da construção pesada da holding Mover Participações, constituída por novas lideranças da indústria, com sistema de governança alicerçado por sólida cultura de integridade, excelência em obras, inovação, transparência e sustentabilidade – são positivas e estendem-se aos próximos anos, decorrentes da retomada de algumas obras, que terão continuidade e se solidificarão em 2020.

Nesse cenário, Campos segmenta em três áreas as necessidades das construtoras a serem atendidas pela indústria de máquinas rodoviárias: tecnologia e inovação embarcados (como telemetria, rastreamento, controles automáticos ou semiautomáticos, dentre outros exemplos) que proporcionem aumento de produtividade; motores com baixa emissão de gases poluentes ou até mesmo elétricos; e investimento em segurança de série, como cabines ROPS/FOPS, guarda-corpo para escavadeiras e freios retarder, por exemplo.

O diretor da Camargo Correa Infra solicita, ainda, que “a venda dos equipamentos estaja atrelada a um bom pós-venda em nível nacional, assegurando boa taxa de disponibilidade para os equipamentos”.