Lubrificantes e graxas são imprescindíveis a máquinas e equipamentos

Insumo estratégico para a indústria de máquinas e equipamentos, contribuindo diretamente para a produtividade, com estreita relação com a confiabilidade e vida útil do equipamento, lubrificantes, fluidos e graxas exigem seleção cuidadosa e aplicação detalhada para a obtenção do resultado esperado: garantir a eficiência operacional e a confiabilidade dos processos, assegurar o desempenho ideal dos equipamentos, bem como sua contribuição para a estabilidade dos processos produtivos e para a qualidade dos produtos fabricados.

De utilização variada, esses compostos são imprescindíveis para diminuir o desgaste e o atrito que uma máquina possa apresentar devido ao uso recorrente e a condições externas. Ao lubrificar áreas específicas das máquinas que estão em constante movimento, evita-se paradas não programadas e prolonga-se sua vida útil.

Estampagem, usinagem, forjamento, fundição e siderurgia, assim como robôs industriais, máquinas de produção automatizada e operações de montagem, motores, compressores, turbinas, sistemas hidráulicos, engrenagens, rolamentos, entre outros, têm íntima relação com lubrificantes industriais e graxas, usualmente com especificações definidas pelo fabricante da máquina, do equipamento ou do componente.

A necessidades específicas agregam-se as ações de sustentabilidade, diretamente vinculadas à preservação ambiental, à eficiência energética e à redução de emissões de carbono, que, mais do que uma exigência regulatória, são demandas crescentes dos investidores, dos parceiros de negócios e do mercado consumidor em âmbito interno e internacional.

Esse contexto leva as indústrias a integrarem cada vez mais práticas sustentáveis em suas operações, desde a escolha de matérias-primas até a implementação de tecnologias e utilização de soluções que otimizem processos produtivos e reduzam desperdícios.

Como explica Renato Galvão – gerente Comercial Industrial da Fuchs, fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados – esses fatores reunidos “tornam essencial a avaliação da qualidade dos lubrificantes selecionados para as diversas aplicações existentes na indústria.” Da mesma maneira – destaca executivo – “para obter a redução da necessidade de manutenções corretivas e o aumento da vida útil dos equipamentos e da produtividade, reduzindo custos operacionais” deve-se atentar “aos rótulos, conferindo se as soluções seguem as rígidas especificações do mercado e do fabricante.”

Por fim, a adoção de soluções de lubrificação avançadas pode também gerar significativos ganhos ambientais, incluindo a diminuição do consumo de energia e da geração de resíduos, ajudando as empresas a alinharem-se às tendências globais de sustentabilidade. Os lubrificantes de alta performance garantem ciclos de vida estendidos, permitindo operação por longos períodos sem a necessidade de trocas frequentes.

À medida que o mercado de lubrificantes evolui para atender com qualidade as demandas do setor industrial, as empresas do segmento continuam investindo em soluções sustentáveis que promovem a otimização de recursos. Esses esforços buscam enfrentar os desafios relacionados ao equilíbrio entre custos e qualidade, especialmente em um mercado que valoriza a inovação e a sustentabilidade como pilares estratégicos para a competitividade.

Atenção especial deve também ser dada aos processos de produção dos lubrificantes, graxas e fluidos, considerando teste de matérias-primas; preparação da formulação específica e exclusiva; envase e controle de qualidade pós-envase.

Oxidação e corrosão: inimigos sempre presentes

Um dos maiores desafios enfrentados pelos usuários de máquinas e equipamentos, independentemente do setor de atividade – energia, agronegócio, aeronáutica, mineração, automotiva, offshore, alimentícia, moveleira, farmacêutica, gráfica, cerâmica, construção civil, metalúrgica, robótica, entre outras – é reduzir o impacto dos fatores ambientais sobre os componentes metálicos.

Umidade, altas temperaturas, maresia e outros agentes são fatores que contribuem para o desgaste gradual dos equipamentos e a degradação de componentes metálicos. O resultado é a oxidação e a corrosão que, se não tratadas, levam à ferrugem, e em alguns casos, inviabilizam o uso da máquina.

De acordo com Luiz Maldonado, CEO da Lubvap Special Lubricants, “a oxidação e a corrosão podem ser prevenidas e controladas com o uso de produtos específicos, como graxas e lubrificantes desenvolvidos para diferentes tipos de exposição. Esses produtos formam uma camada protetora sobre o metal e impedem o contato direto com agentes corrosivos.”

Como a oxidação ocorre quando o metal entra em contato com ar, água ou vapor, a camada que se forma na superfície metálica, se não tratada, pode levar à corrosão, que evolui para ferrugem se na composição houver ferro, aço ou o ferro fundido, enfraquecendo o metal e comprometendo sua durabilidade.

“No mercado, existem graxas e óleos lubrificantes de alta performance, formulados para atender a condições específicas de cada aplicação. Por exemplo, para maquinários expostos à maresia, como os utilizados na indústria naval ou em regiões costeiras, são recomendados lubrificantes que formam uma barreira resistente à água salgada, um dos maiores vilões da corrosão.”

Já para equipamentos que operam em ambientes de alta temperatura ou que sofrem grandes variações térmicas, é importante utilizar graxas com estabilidade térmica elevada, para garantir que a proteção se mantenha intacta, recomenda o CEO da Lubvap.

Manutenção

A boa lubrificação, a manutenção das peças e o funcionamento dos maquinários exigem produtos que atendam as aplicações. Por exemplo, em câmbios automáticos e em prensas industriais, os fluidos funcionais são vitais para uma boa lubrificação, pois evitam o desgaste, facilitando o trabalho e exigindo menos esforço.

Importante é entender a função do equipamento para definir a manutenção, pois para cada tipo de equipamento existe um diagnóstico diferente, e esses fatores são fundamentais para atribuir um fluido funcional. É preciso análises específicas para verificar desgaste, oxidação entre outras anomalias, e fornecer esses dados de forma rápida e ágil para os clientes.

Compressores

Sejam alternativos, rotativos ou de parafuso, os compressores são equipamentos fundamentais em diversos setores da indústria brasileira, atuando no fornecimento de ar ou gás para uma variedade de processos.

Dependentes de lubrificante para desempenhar suas funções, os compressores exigem cuidados especiais também no que diz respeito à lubrificação. Neste caso, as funções básicas do lubrificante visam a prolongar a vida útil do equipamento, reduzindo as trocas, prevenindo a acidez e os depósitos de impurezas, protegendo contra ferrugem e corrosão, inclusive durante a inatividade do compressor, e controlando eficazmente a formação de espuma.

Há lubrificantes específicos para compressores. Alguns produtos, por exemplo, favorecem o resfriamento, a vedação e a lubrificação dos componentes internos da máquina, melhorando sua eficiência operacional.

A seleção ainda requer atenção ao ambiente em que o equipamento está inserido e as condições a que estão expostos em sua atividade para definir o produto ideal. Devem ser consideradas as recomendações do fabricante do equipamento, pois alguns exigem o uso de uma marca específica como condição de garantia.

Máquinas e equipamentos agrícolas

No universo da agropecuária, o papel da lubrificação de sistemas mecânicos está diretamente vinculado à produtividade da fazenda, em todas as etapas da atividade. Por exemplo, uma máquina parada na época do plantio ou da colheita é prejuízo certo para o produtor rural.

Neste caso, a falta de lubrificação e a adição de óleo de modo inadequado ao equipamento estão entre os principais fatores de impacto negativo sobre os maquinários agrícolas, podendo influenciar desde o desempenho até a vida útil dos materiais e os custos operacionais da produção rural. Nesse cenário, Renata Vitiello, coordenadora de Marketing B2B dos lubrificantes Mobil, ressalta que, atualmente, os produtores têm estado cada vez mais cientes sobre a necessidade de lubrificação de peças, de conhecerem todas as áreas dos equipamentos que demandam a ação dos lubrificantes e as diversas opções que melhor atendem as necessidades do maquinário.

Se a lubrificação não for considerada como essencial ou executada corretamente, algumas consequências são inevitáveis. Vitiello exemplifica citando desgaste prematuro, superaquecimento, corrosão, aumento do consumo de energia, falhas e quebras.

Em qualquer um dos casos, a vida útil das peças e do maquinário é significativamente reduzida; há danos a componentes sensíveis, causando deformações e até falhas mecânicas graves e até catastróficas no maquinário, levando a quebras inesperadas, que podem paralisar as operações e gerar perdas significativas.

Além disso, atrito excessivo entre as partes móveis, causado pela falta de lubrificação, exige mais força para o funcionamento, o que aumenta o consumo de combustível e energia.

Usinagem

Máquinas de usinagem de peças trabalham com óleos solúveis, isentos de hidrocarbonetos de petróleo, reduzindo a geração de passivos trabalhistas e ambientais. Essas famílias de produtos atendem 100% dos processos de usinagens, promovem altíssima performance operacional, ganho de vida útil de máquinas e ferramentas e diminuição das paradas de máquinas.

Nessa atividade, os óleos hidráulicos estão entre os seus principais componentes e atendem situações específicas. Por exemplo, há óleos para redutores de velocidade, para guias e barramentos de máquinas e para sistemas de lubrificações pneumáticas.

Por mais que existam linhas padronizadas de produtos, as especificidades de cada indústria precisam ser levadas em consideração para selecionar buscar as soluções ideais para cada caso. Ouvir o fabricante da máquina e buscar fornecedor de fluidos de usinagem confiáveis, com corpo técnico categorizado são etapas necessárias, que antecedem a lubrificação propriamente dita.

A aplicação dos fluidos exige pessoas com alto conhecimento tanto atividade quanto nos processos de usinagem, produtos de altíssima performance e serviços de análise e monitoramento do fluido de usinagem. É imprescindível conhecimento das normas que servem para orientar o setor de lubrificantes.

No caso da usinagem, há regulamentações especiais e produtos indicados para operações específicas, visando a atender a legislação atual. São óleos solúvel e óleos de processo, produzidos para as necessidades físico-químicas exigidas pela indústria nacional e que respondem pela proteção interoperacional, garantindo a vida da ferramenta de corte e protegendo o equipamento. Isso significa que, embora exista uma linha padronizada de produtos, as especificidades de cada indústria precisam ser levadas em consideração.