“Maquinário sem manutenção é sinônimo de queda de produtividade”, preceitua Louzão, da Additiva, esclarecendo que “as indústrias estão sempre atentas às especificações das fabricantes de seus equipamentos, as quais, por sua vez, estão cada vez mais rígidas na especificação dos itens permitidos no equipamento”. E, no contexto da indústria, “uma máquina parada é o maior custo de um processo produtivo, visto que, além da redução na produção, ainda há despesas com peças de reposição e assistência técnica das indústrias dos equipamentos”, reforça Danilo Sad.
A necessidade de manutenção no setor industrial é unanimidade, e nesse processo o lubrificante tem custo inversamente proporcional à sua importância. Estimativas da Petronas situam entre 2% e 6% do custo total dentre as despesas de manutenção, percentual que pode crescer significativamente se for utilizado produto inadequado às demandas de desempenho do equipamento, passíveis de ocasionar situações extremas, como quebra de componentes e falhas na operação.
Na visão do gerente de Marketing e Comercial de Lubrificantes da BR Distribuidora “uma lubrificação ineficiente é a causa de 70% das falhas dos equipamentos. Portanto, escolher o lubrificante adequado e fazer um plano preditivo de análise de óleo em uso no Lubrax Lab podem garantir a disponibilidade dos equipamentos”.
Em outras palavras: usar lubrificantes dentro da especificação recomendada pelo fabricante do equipamento influencia no custo total da operação, incidindo diretamente na eficiência e durabilidade das máquinas, interferem na confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos.
O químico responsável da Evolub reforça esses conceitos e refere-se à inexistência de um plano de lubrificação como o principal gargalo no setor. “Com sua ausência, uma série de problemas podem acontecer, tais como o uso inadequado do lubrificante, o uso de mão de obra inadequada, omissão de algumas etapas no processo, sem falar no risco à segurança”, anuncia, esclarecendo que “através do plano de manutenção constrói-se um mapa com todos os equipamentos e seus respectivos lubrificantes, bem como com os tempos de serviço e os intervalos de troca”.
“Lubrificação de equipamentos e veículos pode parecer uma coisa fácil, mas sem planejamento as coisas podem complicar gerando transtornos e prejuízos. A manutenção de maquinário na indústria é uma das atividades mais importantes para garantia de produtividade e prevenção de problemas”, conscientiza Moreira.
Como dizem alguns especialistas – compara Silva, da IEC Lubrificantes –, “o lubrificante é o sangue de uma máquina, e ele precisa ser analisado, refinado e tratado de maneira extremamente criteriosa para não causar queda no rendimento e/ou aumento do custo de manutenção através de quebras inesperadas fora da faixa média de vida do útil do elemento da máquina”.
Diversos sistemas de automação não estão envolvidos diretamente com a lubrificação, no entanto, “dependem de uma boa performance do lubrificante para que não haja erro de status e a escolha do lubrificante ideal e de um sistema de lubrificação adequado poderão aumentar significativamente a eficiência de uma unidade fabril” – garante o consultor técnico da IEC Engenharia, citando, como exemplo, sensores de temperatura, de vibração e elementos de filtragem.
Exemplo
Quando o assunto é manutenção, a abrangência dos serviços é muito grande, e o lubrificante tem papel comprovado nos resultados, podendo, inclusive, contribuir para a recuperação dos equipamentos. Exemplo, nesse sentido envolve os resultados obtidos pela Bruning Tecnometal – empresa gaúcha especializada em fabricação e vendas de peças aplicadas em máquinas agrícolas e de construção, veículos de transporte de cargas e pessoas.
Lá, desde 2009, uma das prensas apresentava visíveis sinais de fadiga por tensão de contato, em diversos pontos das engrenagens, exigindo troca do par engrenado. Este contratempo teve início em meados de 2009, quando o equipamento ainda era abastecido com um lubrificante CLP convencional. A solução compreendeu a substituição do lubrificante CLP que abastecia o equipamento por um outro da Fuchs Lubrificantes, fabricante independente de lubrificantes e produtos relacionados.
Como narra Gilmar de Oliveira Rogério Campos – técnico especialista em Engenharia de Manutenção da Bruning Tecnometal – após cerca de dois meses utilizando o novo produto, quando a prensa foi aberta para a realização da inspeção e troca das engrenagens danificadas, “constatamos que o óleo havia corrigido boa parte das imperfeições dos dentes das engrenagens e promoveu uma uniformização da superfície, reduzindo significativamente a rugosidade – que pode ser observado devido ao maior brilho dos dentes das engrenagens”.
Passados dez anos, ao final de 2019, a empresa abriu novamente o equipamento para inspeção e reforma, e constatou que “as engrenagens estavam em perfeitas condições, podendo permanecer em uso, totalizando assim, uma década de sobrevida. Com esses resultados, estimados em ganho de vida útil das engrenagens ao redor de 120% e, considerando o custo médio de mercado do conjunto de engrenagens similar sendo de R$ 330.000,00, alcançamos uma economia de R$ 412.500,00”, comenta o especialista.