Posicionando-se no mercado via parcerias globais e locais que fortalecem a empresa e cria uma visão de futuro conjunta, com integração de valores, a Cummins, como informa Paulo Nielsen, diretor de PowerGen para a América Latina, tem a meta de “apoiar os clientes na transição energética no campo.” Para isso, apenas no Brasil, a empresa investe R$ 20 milhões em P&D, incluindo produtos nacionalizados e regionalizados, sendo que, especificamente para o setor agropecuário, as tecnologias são nacionalizadas, com energia confiável e serviços de pós-venda.
No setor agrícola, a Cummins Brasil se destaca especialmente no segmento de pulverizadores, mantendo 52% de participação de mercado inclusive por aliar desempenho, durabilidade e suporte técnico, consolidando sua posição como referência para as operações no campo. As soluções energéticas dessa empresa equilibram a realidade operacional do agronegócio com o compromisso ambiental e regulatório. “Os motores a diesel seguem como base das operações no campo e vêm evoluindo com foco em eficiência, redução de emissões e compatibilidade com até 20% de biodiesel (B20), oferecendo mais flexibilidade e sustentabilidade aos nossos clientes”, afirma Mauricio Biadola, diretor de Vendas Off-Highway da Cummins Brasil.
Nesta edição da Agrishow, a empresa apresentou o conceito do motor B6.7 a etanol, o sistema de pós-tratamento de emissões, projeto essencial de cárter estrutural para tratores e grupos geradores, também focados no campo.
Motor a etanol
O conceito do motor B6.7 a etanol, desenvolvido para demonstrar o potencial do biocombustível como alternativa viável e estratégica para a transição energética no agronegócio brasileiro, está sendo projetado para operar com 100% de etanol hidratado nacional e reúne a expertise da líder em tecnologia de energia em motores de alto desempenho com soluções que aliam confiabilidade, eficiência e menor impacto ambiental em aplicações no campo.
Com 325 hp de potência e 895 Nm de torque, o motor conceito entregará desempenho equivalente ao de um motor diesel, com a vantagem de utilizar um combustível limpo, renovável e amplamente disponível no Brasil. Seu sistema de injeção direta a 350 bar, cabeçote com duplo comando de válvulas e turbocompressor para as condições operacionais brasileiras indicam um alto potencial de eficiência energética, durabilidade e operação mais silenciosa e limpa. Além disso, a simplicidade de manutenção e os intervalos estendidos contribuem para a redução do custo operacional — atributos que tornam o conceito especialmente atrativo para o setor agrícola.
A Cummins reconhece o etanol como uma das rotas estratégicas para a descarbonização, especialmente em países como o Brasil, que possui ampla aptidão para os biocombustíveis. “Dentro da estratégia Destino ao Zero, que guia a transição energética da empresa com base em inovação, colaboração e sustentabilidade, o etanol surge como um elemento viável e importante”, diz Mauricio Biadola, diretor de Vendas Off-Highway da Cummins Brasil. “Essa estratégia parte do entendimento de que o caminho para a descarbonização passa por múltiplas rotas, respeitando a vocação energética e a infraestrutura de cada país. No caso do Brasil, além do gás natural, biometano e biodiesel, o etanol ocupa uma posição estratégica por sua disponibilidade, infraestrutura consolidada e potencial de redução de emissões”, reforça o executivo.
Embora ainda não esteja em produção comercial, o conceito – desenvolvido para aplicações em máquinas agrícolas de médio porte, como pulverizadores, adubadoras, colheitadeiras e outras soluções off-road, especialmente em nichos onde a disponibilidade do etanol favorece a competitividade operacional – vem despertando o interesse de potenciais clientes e demonstra capacidade técnica e versatilidade para aplicações do setor agrícola. “A expansão do uso do etanol em soluções energéticas para o agronegócio depende da evolução do ambiente regulatório e da mobilização de toda a cadeia. Temos atuado com foco em desenvolvimento tecnológico e diálogo com o setor, mas entendemos que a consolidação dessa rota exige um esforço conjunto entre indústria, governo e os próprios produtores rurais”, afirma Biadola.
Pós-tratamento de emissões
Com o sistema de pós-tratamento de emissões, a empresa marca sua entrada em um novo capítulo da transição energética no agronegócio. As novidades apresentadas ainda incluem o motor eletrônico QSF 4.5, o mesmo motor de 4 cilindros, porém na versão mecânica e com cárter estrutural — solução da empresa para o setor de tratores, essencial para o conceito monobloco.
Alinhada às futuras exigências ambientais do Brasil (MAR-II) e da América Latina, a Cummins apresenta pela primeira vez ao setor agrícola sua tecnologia de pós-tratamento de emissões. O sistema foi projetado para atender Tier 4 Final e Stage V com alta eficiência, compacidade e integração otimizada em equipamentos como tratores, pulverizadores e colheitadeiras.
Com design modular e patenteado, o sistema é até 60% menor e 40% mais leve que os modelos convencionais, facilitando a instalação e reduzindo o impacto nos projetos dos fabricantes. O mixer de ureia exclusivo assegura a atomização ideal do Arla 32, neutralizando a emissão de poluentes. A solução é capaz de reduzir em até 80% o material particulado (MP), 70% os óxidos de nitrogênio (NOx), além de contribuir para a redução de monóxido de carbono (CO) e hidrocarbonetos (HC) — entregando alto desempenho ambiental e operacional, totalmente alinhado ao Destino ao Zero.
“A tecnologia que hoje é referência no transporte on-road chega ao campo com a robustez e a inteligência que o agro exige. O sistema de pós-tratamento da Cummins foi desenvolvido para antecipar as exigências ambientais do setor e, ao mesmo tempo, oferecer aos fabricantes uma solução viável, eficiente e compatível com os desafios de projeto. É uma plataforma pronta para aplicações futuras, exportações e evolução tecnológica das máquinas agrícolas brasileiras”, afirma Daniel Malaman, gerente geral da Cummins Emission Solutions.
Cárter estrutural: projeto essencial para tratores
Atenta às necessidades específicas do setor agrícola, a Cummins desenvolveu o cárter estrutural para os motores de 4.5 litros — uma solução essencial para aplicações em tratores com conceito monobloco. Nessa arquitetura, o próprio motor passa a integrar a estrutura de sustentação do equipamento, contribuindo para redução de peso e otimizações no projeto do equipamento agrícola.
Projetado para suportar as condições severas do campo, o sistema passou por validações virtuais e testes de bancada, garantindo robustez, durabilidade e flexibilidade para os fabricantes. Além de contribuir para a integridade estrutural do trator, este equipamento permite ajustes relevantes no projeto das máquinas agrícolas, como ampliação da autonomia de combustível e aumento da capacidade de carga — atributos que fazem diferença na produtividade e eficiência no dia a dia da operação no campo.
Grupos geradores
Nesta edição da Agrishow, a Cummins promove a linha dos grupos geradores com motor eletrônico QSF 4.5, que abrange os modelos com potências de 113 kVA, 138 kVA e 163 kVA, nas versões C90D6e, C110D6e e C130D6e, respectivamente. Vale reforçar que os modelos são emissionados e atendem aos padrões de emissões exigidos na cidade de São Paulo, conforme o Decreto 60.233. O QSF4.5 apresenta uma redução de até 60% nas emissões de NOx e material particulado em comparação com os modelos não emissionados, como o 6B. O portfólio de soluções emissionadas da Cummins abrange potências entre 40 kVA e 500 kVA.
“Em um setor onde cada minuto de inatividade pode significar grandes perdas, a energia elétrica é mais do que uma necessidade – é a espinha dorsal das operações agrícolas. Quando a energia é interrompida, seja por falhas externas ou condições climáticas extremas, o impacto no agronegócio é imediato e irreparável”, diz Nielsen, informando que “é nesse cenário que os grupos geradores da Cummins se destacam, oferecendo energia confiável e contínua que mantém a produção em movimento, garantindo a resiliência do campo e a sustentabilidade do agronegócio. Por isso, a importância de estarmos em constante avanço; a Cummins segue investindo em inovação para fornecer soluções que acompanham as necessidades do setor e potencializam o futuro do agronegócio”.
“Além de oferecer um excelente desempenho, o QSF4.5 proporciona uma economia de até 10% no consumo de combustível em comparação, por exemplo, com o modelo não emissionado, o grupo gerador 6B”, disse Nielsen. “Essa redução se deve, principalmente, à densidade de potência do motor e à calibração adequada, que tornam o modelo mais econômico e sustentável”.
A carenagem do QSF4.5 é uma das inovações dessa linha, projetada para oferecer proteção superior contra agentes externos e condições climáticas severas, como chuvas intensas e exposição ao sol. Seu nível de atenuação sonora de 85 dB a 1 metro contribui para um ambiente de trabalho mais silencioso e confortável, proporcionando segurança aos operadores e permitindo o uso do gerador em diversos ambientes, incluindo operações noturnas e áreas sensíveis, como a agricultura de precisão.
O design com teto inclinado melhora a proteção contra intempéries, prevenindo o acúmulo de água, o que evita corrosão e aumenta a durabilidade do equipamento. Os pontos de içamento lateral e central oferecem facilidade de movimentação, tornando o modelo ideal para terrenos irregulares e acessos difíceis, típicos do campo.
Outra grande novidade da Cummins para o agronegócio é o grupo gerador equipado com o motor QSL9, modelo C300, de 375 kVA, que traz uma nova base com contenção total de líquidos. Trata-se de uma solução robusta para evitar vazamentos de diesel, óleo e outros líquidos, garantindo proteção ambiental ao evitar a contaminação do solo, crucial para as operações agrícolas.
Além disso, o grupo gerador da Cummins C300 também conta agora com uma janela de inspeção integrada, que permite o monitoramento rápido do combustível e facilita a manutenção preventiva, garantindo maior vida útil do equipamento. “Nossos grupos geradores trazem inovações sob medida para o agronegócio. Com a nova base de contenção de líquidos robusta e os sistemas adicionais, o QSL9 C300 garante proteção total e alta performance, mesmo nas condições mais exigentes”, afirma Paulo Nielsen.
É importante ressaltar que os grupos geradores da Cummins operam com biodiesel até B20, atendendo às exigências do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), oferecendo maior flexibilidade energética para o agronegócio. A Cummins Brasil destaca-se no setor por ser a única companhia a produzir os principais componentes (as soluções são integradas) que compõem um grupo gerador: motor, alternador, turbo compressor, filtros, chaves de transferência, sistemas do controle e monitoramento, garantindo que todos os componentes e subsistemas são desenvolvidos para trabalharem juntos.
Os grupos geradores da Cummins Power Systems têm garantia padrão de 2 anos para aplicações Standby (1.000 horas) ou de 1 ano em Prime. A empresa oferece ainda soluções em pós-vendas, com uma rede de distribuição presente em todo o Brasil e suporte técnico especializado.
A jornalista Katia Penteado, da Public Projetos Editoriais, agência responsável pela revista Máquinas & Equipamentos, pelo Anuário ABIMAQ e pelo Panorama Brasil Agronegócio, entre outras publicações, esteve presente à Agrishow 2025 a convite de algumas empresas participantes.