O início e o presente ou do natural ao sintético

Desde a antiguidade são conhecidos o marfim e árvores cujas resinas podem ser tidas como plásticos naturais. Entretanto, a revolução industrial, promovendo a transição dos processos de produção manual para o uso de máquinas, permitiu a construção de um ambiente favorável a avanços tecnológicos constantes e de aperfeiçoamentos de inventos diversos, com cada pesquisador contribuindo com um pequeno ajuste.

Nesse contexto histórico, os polímeros conhecidos hoje tiveram sua origem no início do século XIX. Entre os principais nomes dessa invenção estão dois norte-americanos: Charles Goodyear, que, em 1839, criou o processo de vulcanização da borracha, que confere ao material natural resistência às mudanças de temperatura; e John Wesley Hyatt, que, em 1870, produziu celuloide a partir da celulose das plantas em substituição ao marfim utilizado na produção de bolas de bilhar, que estava ficando escasso e ameaçava os elefantes.

Nesse meio tempo, Alexander Parkes, químico e inventor inglês, apresentou na Grande Exposição Internacional (“Great London Exposition”) em Londres, em 1862, o xilonite ou parkesine, material orgânico derivado da celulose, impermeável e flexível, passível de ser moldado quando aquecido e manter a forma ao ser esfriado. O alto custo de produção inviabilizou a comercialização, mas permitiu a Hyatt o aprimoramento da substância, originando, o primeiro polímero sintético, batizado de celuloide, material à base de nitrato de celulose e constituído por fibras de algodão e ácidos.

A celulose também foi a base para a criação do celofane pelo engenheiro suíço Jacques Brandenberger, em 1905, que visava criar uma película protetora impermeável para as toalhas de mesa.

No entanto, o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, produzido em escala industrial, surgiu em 1907, com o químico belga naturalizado norte-americano, Leo Hendrik Baekeland. Trata-se do Bakelite, a primeira resina sintética (resina fenólica) a partir de uma combinação de fenol e formaldeído.

É a partir daí que a resina sintética – devido a qualidades como versatilidade, maleabilidade, resistência ao calor e durabilidade – conquista território e paulatinamente substitui materiais, como papel, vidro, madeira, algodão, celulose e metais.

A aplicação do processo de polimerização nas petroquímicas – técnica que, por reações químicas a partir de petróleo, carvão e gás natural, une via várias moléculas pequenas e forma grandes cadeias difíceis de serem rompidas – conduz à criação de diversos tipos de polímeros, como neoprene, EPS, PVC (vinil), poliuretano, PA (poliamida -náilon), PET, PTFE (teflon), silicone, PP (polipropileno) e PE (polietileno).
O período entre 1930 e 1950, conhecido como a era de ouro dos plásticos modernos, é quando essa indústria se instala no Brasil, com a primeira fábrica de poliestireno, a Bakon S.A, inaugurada em 1949, em São Paulo (SP).