O que esperam alguns setores

Anfavea

Comemorando os resultados de 2017 – que comprovaram evolução nos segmentos de autoveículos, caminhões e ônibus e em máquinas agrícolas e rodoviárias – a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) está otimista, segundo afirmação de seu presidente, Antonio Megale. “A conjuntura macroeconômica indica cenário otimista, pois a inflação em baixa, câmbio estável e expectativa de crescimento do PIB possibilitam a elevação da confiança do consumidor e do investidor. Mesmo sendo um ano com eleições e uma reforma previdenciária a ser aprovada, 2018 deve seguir rumo crescente na economia e na indústria automobilística”, resume.

Em números, isso significa expectativa de crescimento em todas as vertentes em autoveículos: 11,7% no licenciamento (2,50 milhões de unidades), 5% na exportação (800 mil unidades) e 13,2% na produção (3,06 milhões de unidades). Já para o setor de máquinas agrícolas e rodoviárias, a projeção é de alta de 3,7% nas vendas internas, com 46 mil unidades, e crescimentos na exportação, de 9,9%, e na produção, de 11,8% – totalizando 15,5 mil e 61,5 mil unidades respectivamente.

Sobratema

Trabalhando com a expectativa de crescimento médio entre as linhas de produtos de 7,9% nas unidades vendidas em 2018, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), de acordo com Eurimilson Daniel, vice-presidente da entidade, projeta que a linha amarela deverá apresentar crescimento de 8%, as demais categorias de equipamentos, aumento de 7,3%, e caminhões rodoviários usados na construção, alta de 8%.

No entanto, como o setor representando pela Sobratema depende, e muito, dos investimentos públicos em obras de infraestrutura, sejam investimentos diretos, seja via Parceria Público-Privadas (PPP), o ambiente desenhado para 2018 leva Daniel a afirmar que este “será um ano de transição, contaminado pelo cenário político, o que tornará difícil a atração de investimentos consistentes”.

A Sobratema, no período de 2010 a 2017, quando registrou queda superior a 50% apenas na venda de máquinas para construção civil, atuou na organização de um cenário favorável à atração de investimentos, contribuindo, por exemplo, “com o Ministério do Planejamento na construção de editais em inglês, com prazos mais viáveis para a participação de empresas internacionais, com mais segurança jurídica com relação a meio ambiente e estabelecimento de parcerias”, informa Daniel, reforçando que “antes não tinha um tabuleiro para enxergar como e onde investir. Hoje, esse tabuleiro está formado, só que o cenário é duvidoso e contaminado pelo aspecto político”.

SRB

“A expectativa é que depois de um 2017 complexo, com episódios como o da operação Carne Fraca e as controvérsias acerca da lei do Funrural, teremos um 2018 igualmente desafiador. Além de ser um ano de eleições presidenciais, precisaremos caminhar na aprovação de reformas importantes para o desenvolvimento do País e conciliar essas mudanças com uma agenda positiva para o agronegócio brasileiro”, resume Marcelo Vieira, presidente da Rural.

Para esse líder do agronegócio, o desenvolvimento do setor como um todo será influenciado positivamente ou negativamente pela aprovação ou não das reformas governamentais e da proposta de um projeto condizente com a grandeza do agronegócio, pois, mesmo com a crise, o agronegócio participou com 23,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, em 2017, a maior em 13 anos.

A meta agora é, com a melhora desse cenário, criar as bases para atrair mais investimentos e liderar o crescimento do País. Para isso, a SRB lidera ações para mostrar o potencial de crescimento do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), e desenvolve o projeto Parceria para o Bom Desenvolvimento, vinculado ao Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono. “A intenção é mostrar o valor do agronegócio ao povo brasileiro e ao mundo, colocando fim à visão dual do agronegócio brasileiro como um dos mais competitivos do mundo versus imagem defasada de vilão social e ambiental”, frisa Vieira.

Abag

Apesar das dificuldades referentes a questões de crédito de longo prazo, a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) – segundo Luiz Cornacchioni, seu diretor executivo – vem notando sinais firmes de investimentos em setores da agroindústria e de serviço, além da existência de um conjunto de indicações que autorizam a fazer projeções mais otimistas, com perspectiva de expansão para 2018.

Olhando indicadores da economia e considerando os recordes batidos pelo mercado acionário, a Abag – além do agronegócio, que continua respondendo bem aos seus desafios de crescimento – acredita em melhora nas estatísticas de emprego e em crescimento em setores como produção e venda de veículos, vendas do varejo e mercado imobiliário. “Em razão de todos esses sinais, se o processo eleitoral deste ano não apresentar grandes surpresas, predomina o consenso entre analistas e consultores econômicos da possibilidade de o País registrar expansão de até 3% no PIB de 2018, com perspectivas inclusive de uma evolução ainda maior. A taxa de inflação deve se manter abaixo da meta do governo, de 4,5%”, prevê Cornacchioni.

Especificamente no agronegócio, o diretor executivo da Abag acredita que, de forma geral, todos os principais segmentos tendem a contribuir com o bom desempenho geral esperado para o setor, tanto na produção de grãos, como nos segmentos de bioenergia, celulose e proteína animal.