Os esforços da indústria química geram resultados expressivos

Se de um lado estão as máquinas que moldam, imprimem e prensam as resinas plásticas, alimentando esses trabalhos existe outro agente: a indústria química e petroquímica fabricante dos polímeros, das resinas e dos aditivos utilizados, que investem valores substantivos em pesquisa e desenvolvimento de substâncias mais amigáveis, com menos impacto sobre o meio ambiente, mais resistentes, leves e todos os adjetivos que se aplicam ao plástico.

Entre as principais empresas globais desse setor está a Dow, que recentemente divulgou resultados interessantes de modelo de negócio de triplo impacto, que facilita o fechamento do ciclo do plástico, incentiva a reciclagem inclusiva e leva as empresas a atingirem suas metas de sustentabilidade. Realizado em conjunto com parceiros no Brasil, Argentina, Colômbia e México, a empresa desenvolveu uma família de resinas com 100% de plástico reciclado pós-consumo (PCR, correspondente à expressão inglesa Post-Consumer Recycled), que melhora a qualidade das embalagens para diversos setores.

Marcus Vinicius Carvalho – líder de Inovação e Cadeia de Valor da Dow para Embalagens na América Latina – ao falar dos polímeros usados na produção de plásticos em substituição à matéria-prima convencional, derivada do petróleo, destacou a crescente demanda pelas resinas PCR, especialmente para o setor de embalagens, assim como a demanda por soluções D4R (Design Circular, também chamadas de Design for Recyclability).

As metas estabelecidas pelo Compromisso Global por uma Nova Economia do Plástico contribuíram para a escalada da demanda, pois “donos de marcas e varejistas têm como desafio revisitar tipos de embalagens em que determinadas combinações de formatos e materiais as tornam não recicláveis, o que significa que são necessárias ações e decisões ousadas para tornar a embalagem reciclável em escala, ou para se livrar completamente dela”, comentou.

Esse cenário, que sofreu influência direta do aumento do consumo de alimentos, produtos de limpeza e de higiene pessoal nos lares, durante a pandemia, estimulou o uso de embalagens, em especial das flexíveis e gerou, na visão de Carvalho, “desafios para toda a cadeia do plástico, com protagonismo das embalagens flexíveis” e desenvolvimento de soluções “com desenho para reciclabilidade dos materiais, que possibilitem redução de desperdício de produtos e alimentos, em toda a jornada do produto, e redução da pegada de carbono”.

“Com foco no fechamento do ciclo da cadeia de embalagens a Dow desenvolveu uma família de resinas inovadora feita com plástico reciclado, ela representa nossos esforços mundiais para tornar a reciclagem mecânica uma realidade. Esta tecnologia permite a incorporação de PCR de alta qualidade em nossas embalagens plásticas diárias e outras aplicações, ajudando assim a fechar o ciclo de resíduos plásticos”, exemplifica o líder de Inovação e Cadeia de Valor, garantindo que esforços também foram direcionados à mitigação do odor inerente à matéria-prima reciclada, de alta performance e qualidade comprovada.

Os investimentos abrangeram, ainda, a construção de portfólio completo de soluções para o desenvolvimento de embalagens desenhadas para reciclabilidade, com tecnologias patenteadas pela Dow, sejam embalagens feitas de 100% polietileno; tecnologia específica para embalagens termoformadas; produtos que permitem o desenvolvimento de filmes e estruturas de embalagens tecnicamente recicláveis, como filmes bi-orientados de polietileno (BOPE); embalagens feitas sem metalização; ou as famílias de compatibilizantes que permitem a reciclagem de diferentes materiais combinados em uma mesma estrutura, melhorando a aparência e a processabilidade de filmes reciclados, e até mesmo adesivos sustentáveis que vedam as embalagens, mantendo o desempenho dos polímeros das linhas convencionais.

Trata-se de investimentos em pesquisa, inovações e parcerias colaborativas com toda a cadeia em prol da sustentabilidade dos plásticos, com base em quatro pilares: D4R (design para reciclabilidade), tecnologias em prol da reciclagem mecânica (resinas PCRs), redução da quantidade de plástico no desenvolvimento de tecnologias e soluções para diferentes aplicações, e desenvolvimento de materiais de base biológica.

E mais: “Há ampla colaboração ao longo da cadeia de valor, o que certamente envolve os produtores de equipamentos, para gerar soluções mais inovadoras e sustentáveis no mercado de embalagens. O envolvimento desse elo desde o momento de consecução de um novo projeto para o desenvolvimento de uma nova resina e, posterior validação de performance em máquina, é considerado fundamental para que seja implementado de maneira exitosa”, reconhece.