Pesagem: valor das commodities e volume da produção garantem retorno rápido

A redução de perdas da produção agropecuária tem um outro aliado: a pesagem em várias etapas do processo, desde o recebimento dos insumos – sementes, rações, defensivos agrícolas, fertilizantes etc. – até a expedição e o embarque, inclusive para o Exterior.

A soja é um bom exemplo para demonstrar a importância da precisão na pesagem. A safra de soja está estimada em 135,4 milhões de toneladas, o que significa 2,3 bilhões de sacas de 60 kg. No dia 31 de maio, a saca estava cotada em R$ 168,22 (contra cerca de R$ 100,00 exatamente um ano antes), representando receita bruta de R$ 380 bilhões.

Esses valores – informa Paulo Eric Haegler, diretor-presidente da Toledo do Brasil – têm viabilizado a colocação de sistemas de pesagem em propriedades com 300 hectares de área plantada.
Haegler sinaliza também a importância do controle de peso no recebimento de mercadorias, como insumos, que sofreram elevação de preço nos últimos meses. “Se por um lado é preciso pesar para saber quanto está vendendo, qual o rendimento por talhão e por variedade plantada, se o volume de insumo aplicado é o correto e necessário; o produtor também necessita saber se está recebendo tudo que está adquirindo e pagando”, frisa.

A pecuária bovina de corte replica o que acontece com a soja. Com a arroba a R$ 317,10 em 31 de maio, a pesagem precisa é fundamental na negociação do peso certo com o comprador e – garante Haegler – rapidamente retorna o investimento, que se situa entre R$ 12 mil e R$ 15 mil por balança.

Independentemente de soja ou boi, ou de qualquer outra commodity agrícola, a utilidade da pesagem ultrapassa a porteira, atendendo entrepostos, pátios de armazenagem e portos, com soluções com capacidade para pesar 750 toneladas por hora a granel, em fluxo contínuo.

Como explica João Francisco Rubira Gatto, coordenador de Informática Industrial da Toledo, a empresa desenvolveu solução focada em operação remota, que se aplica com precisão ao agronegócio, principalmente às fazendas. Trata-se de uma aplicação em nuvem, “com o mínimo de interação possível, com interface para os ERPs existentes no mercado”.

Desenvolvida há 30 anos e em constante evolução – a Toledo do Brasil investe 4,5% do faturamento em pesquisa e desenvolvimento, percentual que em 2021 deve representar R$ 25 milhões –, a solução, neste ano, incorporou um módulo de monitoramento que, “mostra remotamente o funcionamento on-line e permite que qualquer problema seja alertado imediatamente”, explica Gatto. Hoje, a equipe trabalha em uma aplicação “para coleta de dados em campo, durante a colheita, que fará a comparação com os dados no armazém. Também estamos fazendo o desenvolvimento de gestão de pátio, para acompanhamento da movimentação do veículo dentro da planta”.