A Paletrans Empilhadeiras é uma empresa 100% brasileira que, há dois anos investiu em reformação com a mudança do CEO. Desde então, à frente da empresa está Denis Dutra Oliveira, executivo focado em inovação e estratégias de expansão da marca não somente em território nacional. Fundada e instalada na cidade de Cravinhos, interior de São Paulo, a empresa exporta 10% de sua produção para países da América Latina, África, além de Índia e Leste Europeu. A Paletrans é a única a produzir transpaletes manuais na América do Sul.
Ao chegar à empresa, em 2019, o CEO Denis Dutra de Oliveira tinha como principal objetivo realizar uma reestruturação geral, desde a estratégia de posicionamento, volume e rentabilidade, até chegar em market share. Segundo ele, seu plano “era amplo, com uma reestruturação total do negócio”. A ideia naquele momento era evoluir a empresa como um todo e foi criado um planejamento estratégico de longo prazo com projetos baseados em pilares que impulsionariam a marca a uma situação futura de excelência, credibilidade e perenidade.
“No primeiro ano, nós crescemos 18%, em termos de faturamento. Agora, em 2020, 20% com expectativa de crescer mais 20% em 2021 comparado a 2020. Nosso posicionamento de mercado é vender soluções de movimentação e ter uma boa precificação de serviços. Crescemos 25% em market share e hoje estamos na liderança do mercado. A digitalização do negócio nos deu um crescimento significativo e estamos vivendo uma situação inédita na empresa com a consolidação de uma carteira de produtos. Temos um estoque que nos permite pronta-entrega e já estamos vendendo para o próximo ano”, pontua.
Dentro da área de peças, a Paletrans é hoje benchmarking no mercado nacional, com 42% de Money share e a meta do CEO é atingir a marca dos 50%. A produtividade na fábrica cresceu 15%, nos últimos dois anos.
Crescimento na pandemia
Em plena atividade e puxada pela demanda gerada no e-commerce, a empresa registrou 7% de crescimento no primeiro semestre de 2020, mesmo com o cenário de pandemia causado pelo coronavírus, em todo o mundo. Em meio à desaceleração geral imposta ao mercado, a empresa refez suas projeções, seguiu com as vendas, investiu em processos e expansão da rede de distribuidores.
No início da pandemia e com o isolamento social, a Paletrans adotou a redução da jornada de trabalho na fábrica, entre os meses de abril e maio, quando também toda a rede de distribuidores parou. Mesmo assim, não houve demissões ou revisão nos valores dos salários. Em junho, a demanda retomou e, desde então, a empresa vem batendo recordes de vendas e faturamento consecutivos.
No período de agosto e setembro foram registradas 60 contratações de pessoal para o reforço na produção. Atualmente, 90% da mão de obra da Paletrans é da cidade de Cravinhos, que tem aproximadamente 25 mil habitantes e fica a pouco mais de 290 km da capital. O impacto social na cidade é expressivo, uma vez que a empregabilidade atinge 300 famílias locais. Os demais 10% são de cidades da região. No total, a empresa contribui com 2 mil famílias contabilizando colaboradores diretos, indiretos e os das revendas, que também estão relacionados ao negócio da empresa.
Em outubro, a fabricante atingiu a marca de produção de 650 mil equipamentos.
“Cerca de 60% da nossa carteira de clientes é composta por empresas consideradas de serviço essencial e o aumento significativo de suas operações quase supriu a queda no volume dos outros 40%. Também lançamos um portal para atrair pequenos empresários interessados em se tornar distribuidores autorizados da nossa marca. Com isso, desde o lançamento, estamos efetivando em média duas novas revendas por semana e isso está contribuindo para que pessoas e empresas superem esse momento de instabilidade fortalecendo seus negócios”, revela Oliveira.
Com o coronavírus, a Paletrans se tornou mais competitiva por conta da explosão do e-commerce, principalmente no segmento de varejo, área forte na carteira de clientes da empresa. Outro ponto a favor da fabricante é não depender fornecedores do exterior, uma vez que tem produção verticalizada e produz cerca de 88% das peças que utiliza na fabricação dos equipamentos. “Isso nos deu uma blindagem neste momento difícil. Enquanto muitos fecharam as portas, nós mantivemos o controle da própria cadeia. Essa estratégia continua sendo parte do nosso DNA, ou seja, os investimentos fabris para não depender do humor do mercado, além de aumentar a nossa capacidade”, pontua.
De Cravinhos para o mundo
Segundo o CEO, a Paletrans Empilhadeiras pode ser considerada a maior fabricante de equipamentos para movimentação de materiais do Hemisfério Sul. A empresa exporta hoje 10% de sua produção, ocupando a 20ª posição no ranking mundial publicado pela revista alemã DHF Intralogistik, sendo líder na América do Sul. “Abrimos novos mercados sem sair de casa. Avançamos em participação no Paraguai e alcançamos posição de liderança e retomamos o mercado da Argentina. Este ano, nós entramos no Chile e dobramos nossa participação dentro da Bolívia”, destaca Oliveira.
Gestão 4.0
Oliveira pode ser considerado um gestor 4.0, pois tem como foco digitalizar a Paletrans. Em dois anos de sua gestão foram investidos R$ 10 milhões em inovação. O investimento mais pesado foi na área industrial: 80% que foram distribuídos em aquisição novas máquinas, automação de processos, robôs, sistemas de corte a laser moderno e novo layout fabril para trazer melhorias de qualidade, produtividade e redução de custo.
Tudo isso, segundo o executivo, levou para a empresa um incremento de 30% de capacidade de produção. Já os outros 20% estão relacionados a toda a parte de digitalização da empresa incluindo softwares, treinamentos e qualificação de pessoas, desenvolvimento de novos produtos, o que exige investimento em protótipos, tecnologias, prestação de serviços, entre outros.
Em Marketing e Vendas as melhorias foram na rede de distribuidores, qualificação e quantificação. O foco foi em técnicas de negociação e abrir novos canais de vendas, onde houve crescimento de 50% nesse último ano. Distribuidores que forneceram para clientes do e-commerce cresceram 150% em 2020, o que hoje representa 8% do faturamento. Foram realizados investimentos estratégicos significativos nos canais de distribuição. Em Licitações com o Governo, a empresa cresceu 40%.
“Havia muitas oportunidades quando cheguei à Paletrans. Minha gestão está sendo marcada por dois anos muito intensos, em todas as áreas que atuamos colocamos grandes projetos e, até o momento, crescemos 40%. Nossa perspectiva é chegar a 67% no final do ano que vem”, pontua Oliveira.