A FGV é uma das parceiras do projeto Ventila O2, que auxiliará os hospitais brasileiros na pandemia da COVID-19 na recuperação de ventiladores pulmonares e desenvolvimento de equipamentos novos. O coordenador do curso da FGV Educação Executiva São Paulo de Gestão de Inovação e Tecnologia (Indústria 4.0), Gustavo Peçanha Lacerda de Lima, reuniu alunos e envolveu alguns especialistas como médicos, fisioterapeutas, especializados no tema; engenheiros mecânicos e eletrônicos; e profissionais do Laboratório Otimiza Indústria 4.0 e outros do Hub Tecnológico IN@VA SCS, onde os trabalhos estão sendo desenvolvidos.
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“Rapidamente reunimos um grupo e seguimos a metodologia que a gente usa em sala de aula em nosso curso. Nosso conhecimento das perspectivas e artifícios da indústria para fabricação rápida, engenharia rápida e assertividade de valor – os principais trunfos da nossa metodologia – foram utilizadas desde o início. Montamos uma junta médica de primeira linha em São Paulo com muito conhecimento do problema e da aplicação”, destaca o professor Gustavo.
Usando a metodologia “Vasconcellos Lima”, que orienta as inovações para a rápida geração de valor agregado, o Grupo Ventila O2 listou algumas prioridades diante desta eminente crise de pandemia. Entre elas, a disponibilização rápida de Ventiladores Mecânicos de Urgência e Hospitalares:
- 1) Apoiaram o projeto Respira, que consiste em recuperação de ventiladores pulmonares fora de uso, retirando-os dos hospitais e clínicas. Depois são encaminhados para recuperação e depois destinados às Emergências. No mês passado, o grupo apresentou o Respira para o SENAI, que tem capacidade e capilaridade industrial à disposição. Parceria firmada, com reconhecimento de sinergia.
- 2) Fornecer Ventilador Mecânico para Emergências, em um ciclo rápido, de forma assertiva. Dessa forma estruturar uma rede de fabricação, com capacidade de produzir, com escala, novos Ventiladores Mecânicos Pulmonares.
Projeto de novos aparelhos
Para isso, foi utilizado, um projeto “Open Source”, da OxiGEN, que utiliza essencialmente corte a laser de material acrílico e inox (a última versão); por consequência um “lead time” rápido para montagem. O time de eletrônica, do IN@VA SCS, desenvolveu uma placa de monitoramento à distância, diferenciada, focada em proteger a equipe médica, durante os tratamentos, e agilizar alarmes. O sistema respiratório também foi inovado, com a segurança do ar respirado ser filtrado e também protegendo as equipes médicas, nos tratamentos convencionais hospitalares.
Com o protótipo montado, foram feitos testes no Instituto Dante Pazzanese. Destacaram-se os pontos positivos do projeto e as melhorias importantes e desejadas pelos fisioterapeutas e médicos, que definiram uma sequência funcional prioritária, prevista na metodologia dos professores da FGV. A equipe técnica está recebendo atualizações da experiência e modificações dos equipamentos similares, em uso na Espanha e em outros países, o que colabora e dá mais segurança, na assertividade das iniciativas.
A principal vantagem do sistema de Ventilação Mecânica OxiGEN – Ventila O2 é o custo baixo e a agilidade de produção, bem mais barato que um aparelho tradicional e de fácil fabricação, inclusive em lugares distantes. Para isso a equipe se propõe a fazer, digitalmente em realidade aumentada, um tutorial da documentação de montagem e utilização do equipamento. Dessa forma, poderá ser produzido de forma rápida e local, ajudado os hospitais, em todo o território brasileiro.
Todo esse projeto é realizado sem fins lucrativos; os profissionais trabalham de forma voluntária, na tentativa de ajudar o sistema de saúde brasileiro. Nesse momento, a expectativa é conseguir o patrocínio para desenvolver ainda mais o projeto e sua capacidade produtiva.