A impressão 3D é uma nova fronteira para o plástico. Essa frase de Edison Terra Filho, coordenador da Coplast da Abiquim, resume o que está sendo vivenciado pela área de Saúde (principalmente odontologia e ortopedia). O assunto caminha e, em alguns casos, ainda depende de regulamentações e certificações, inclusive de organismos vinculados à saúde humana.
A tendência é de popularização da utilização e consequente expansão da aplicação em decorrência de custos cada vez menos impactantes e porque seu emprego “permite amplo universo de possibilidades e novos mercados, com tiragens limitadas, como o de peças de reposição e a customização de artigos para uso pessoal, utilidades domésticas, entre muitos outros”, sinaliza Terra, ao garantir: “É um mercado que está evoluindo rapidamente e deverá evoluir ainda mais considerando os investimentos atuais nesta tecnologia e o número de empresas com pesquisas”.
Em usos focados na saúde, mais especificamente em Odontologia, os polímeros encontram aplicação desde os anos 1980, 1990, particularmente nos laboratórios de prótese dentária. “Os injetados como poliestireno, poliacetatos ou à base de silicone são de utilização mais restrita e são menos resistentes do que o polimetilmetacrilato de metila e muitos outros biocompatíveis, que encontram aplicação clínica”, esclarece Claudio Pinheiro Fernandes – professor doutor da Fundação Instituto de Saúde de Nova Friburgo, da Universidade Federal Fluminense (ISNF-UFF) e coordenador da CEA-ABNT da CB 05002 Implantes Odontológicos –, destacando que os plásticos de uso indireto, na fabricação de dentes artificiais para próteses fixas, para servir de base a moldes dentários, por exemplo, vêm sendo cada vez mais usuais.
A inovação apontada por Fernandes tem relação com a aplicação de polímeros de alta densidade (PEEK) na substituição de metais em próteses móveis, por exemplo. “Essa aplicação é mais estética, ainda não tem comprovatório de resultados e trilha caminhos de automação, com construção em aplicação CAD/CAM como fresagem e impressão em 3D”, comenta o coordenador de comitê da ABNT, expandindo as possibilidades de uso para instrumentais que não estão sujeitos a grandes desgastes ou a passar pelos processos de autoclavagem.
As novidades em Odontologia chegam a aplicações em Ortodontia, na substituição dos tradicionais aparelhos metálicos por placas de materiais termoplásticos manufaturados digitalmente.
Aplicação do PEEK também é conhecida na Ortopedia, com espaçadores de coluna, mas aplicações implantáveis, ainda carecem de aprovação de organismos como o FDA (Food and Drug Administration norte-americana).