A Feira Internacional do Plástico e da Borracha (Plástico Brasil 2017), realizada entre os dias 20 e 24 de março no São Paulo Expo, foi concluída com duas certezas indiscutíveis. A primeira, superou até as mais exigentes expectativas em termos de negócios realizados durante os quatro dias do evento. A segunda, suplantou as projeções envolvendo o perfil e qualificação dos visitantes. Organizada pela ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) e ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), com promoção da Informa Exhibitions, a feira destacou-se, também, como palco de lançamentos de máquinas e equipamentos para processamento de plástico e borracha. Mais ainda, transformou-se em importante local para apresentação e discussão de temas técnicos de relevante importância para os setores-alvo.
Quanto ao aspecto ‘público visitante’, Gino Paulucci Jr., diretor presidente da Polimáquinas e também da Câmara Setorial de Máquinas e Acessórios para Indústria do Plástico (CSMAIP), da ABIMAQ, explicou que “visitação foi muito consistente, qualificada e em perfeita sintonia com os objetivos e propostas”. O público visitante foi composto, em sua maioria, por técnicos, especialistas, dirigentes e empreendedores que buscavam na feira inovações tecnológicas, além de conhecimento e respostas bem diretas aos seus propósitos pessoais e profissionais.
Em relação ao aspecto ‘negócios’, Gino Paulucci lembrou que o ‘entusiasmo’ permeou os quase 250 estandes da feira, envolvendo mais de 400 marcas de toda a cadeia produtiva do plástico e da borracha. Embora não se consiga apresentar um montante fiel para os negócios realizados durante e depois da feira, o desempenho desta que caracteriza-se por ser a primeira feira dos setores de plástico e borracha da ABIMAQ, também superam qualquer expectativa. Na verdade, o montante final das vendas realizadas durante a feira só será conhecido em futuro bem distante e, assim mesmo, por aproximação. É que o número exato de equipamentos vendidos na feira e a cifra correspondente às negociações são considerados pelos expositores ‘informações estratégicas e privilegiadas’ e, portanto, guardadas ‘ a sete chaves’ num universo bastante competitivo.
De fato, qualquer cifra pode não representar a realidade dos negócios gerados durante a feira. Um bom indício, porém, são os resultados alcançados durante as Rodadas Internacionais programadas para a Plástico Brasil 2017. Nesses encontros, por exemplo, foram gerados US$ 30 milhões em negócios, segundo seus organizadores. As Rodadas Internacionais, como se sabe, fizeram parte dos eventos paralelos da feira e envolveram quase duas centenas de reuniões entre fabricantes brasileiros e compradores de oito países visitantes – Argentina, Colômbia, Costa Rica, Egito, Estados Unidos, Índia, México e Rússia. É bom lembrar, também, que todos esses compradores internacionais vieram à feira a convite do programa Brazil Machinery Solutions, uma parceria da ABIMAQ com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), para promover as exportações brasileiras de bens de capital e fortalecer a imagem do Brasil como competitivo fabricante de máquinas e equipamentos.
Como presidente da Comissão Organizadora da Plástico Brasil, Gino Paulucci registrou os depoimentos positivos relatados por outros expositores sobre o evento. A ponto de concluir que “embora seja a primeira edição da feira, a Plástico Brasil marca a retomada de crescimento da economia brasileira, no geral, e da indústria do plástico e da borracha, em particular”.
Inovações tecnológicas
Num sentido mais amplo, a Plástico Brasil atraiu a visita de milhares de compradores e profissionais da indústria do plástico e da borracha que atendem, ou atuam, em segmentos como construção civil, automóveis e autopeças, embalagem, agricultura, móveis, eletrônicos, instrumentos médicos, vestuário e calçados e eletrodomésticos, entre muitos outros. Quase a totalidade desses profissionais estava diretamente interessada em avanços tecnológicos, em novidades e soluções criativas para implantação de novas unidades industriais, para ampliações de plantas já previstas, ou diversificação da produção. Buscavam respostas que pudessem se transformar em aquisições de máquinas e equipamentos capazes de agregar modernização aos parques fabris existentes, principalmente no que diz respeito aos ganhos em eficiência energética, produtividade e competitividade.
Inovações de toda natureza, avanço tecnológico, lançamentos e ineditismo foi o que não faltou ao evento. Primeiro evento do setor no ano, a Plástico Brasil acabou por transformar-se em palco para informações técnicas/conceituais e apresentação de máquinas e equipamentos providos da mais avançada tecnologia. Injetoras, extrusoras, sopradoras, corte/solda, termoformadoras, recicladoras, moldes, conexões, acessórios, plataformas operacionais, sistemas de transporte, resinas, soluções – tudo envolvendo elevada eficiência energética/operacional, produtividade acima da média e competitividade financeira. Tudo exposto em primeira mão para o mercado brasileiro e, indiretamente, a clientes potenciais distribuídos internacionalmente. Não apenas tecnologia de ponta desenvolvida no Brasil, como modelos inovadores produzidos por fabricantes internacionais que fizeram questão de apresentá-lo ao mercado sul-americano durante a feira da ABIMAQ/ABIQUIM.
A Plástico Brasil ofereceu cerca de 60 horas de conteúdo profissional, tecnológico e científico através de seminários sobre a Indústria 4.0 (ministrado por especialistas brasileiros e também da VDMA, a associação que representa os fabricantes de máquinas na Alemanha) e Eficiência Energética, ambos como diferenciais competitivos. Também apresentou workshops de Sustentabilidade, de Mobiliários em PVC (para crianças com disfunções neuromotoras) e uma conferência internacional envolvendo a indústria do PET. Ofereceu palestras técnicas ministradas quase que ininterruptamente por especialistas e executivos das empresas expositoras na Arena Técnica. Realizou a ‘Ilha de Inovação em Materiais Plásticos’, iniciativa que compreendeu o envolvimento de várias instituições de ensino superior, técnico e de pesquisa. Contou, ainda, com inúmeras sessões demonstrativas do SMED (Single Minute Exchange of Die – Troca Rápida de Moldes), um complexo e revolucionário sistema que reduz o tempo de parada das máquinas injetoras (basicamente) para troca de moldes para cerca de cinco minutos, no máximo. Iniciativa inédita, a SMED contou com o apoio efetivo do SENAI, Indústrias Romi, Stäubli, Piovan, Previsão e Berg-Steel.
Outro projeto que atraiu muito a atenção do público visitante foi o ‘Recicla Plástico Brasil’, iniciativa da Plastivida, Instituto Brasileiro do PVC, ABIMAQ, ABIQUIM e Informa Exhibitions, com apoio das empresas Pavan Zanetti, Piovan, Romi e Wortex Máquinas. A ação compreendeu um estande ambientado de forma a expor produtos feitos em plástico no cotidiano dos consumidores e uma ‘Linha de Reciclagem e Transformação’ operando dentro da feira, onde os resíduos gerados no próprio evento eram selecionados, tratados, moídos e transformados em novos produtos reciclados por equipamentos de última geração.
O Recicla Plástico Brasil abrigou também uma demonstração de Reciclagem de EPS e promoveu dois outros projetos de extrema importância para a reciclagem do plástico: o Tampinha Legal, que incentiva a coleta de tampas plásticas de garrafa para que sejam reutilizadas e recicladas, e a Reciclagem de Credenciais, coletadas em máquinas de Papa Cartão instaladas no pavilhão e cujo material devidamente retalhado, picotado, é destinado à reciclagem para fabricação de porta copos, placas, caixas e outros objetos.